quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Reinventar uma Escola de Investigação (Parte III)


2. Descrição do Plano de Qualidade da Investigação
O objectivo do Plano de Qualidade da Investigação é facilitar o desenvolvimento de um conjunto de programas que permita aos investigadores e aos grupos de investigação da Universidade realizar una investigação orientada para a excelência contrastada, que promova uma docência de qualidade e a transferência para o sistema de inovação e para o conjunto da sociedade no quadro de uma política de investigação claramente definida.
Em Investigação podemos utilizar duas perspectivas distintas para nos referirmos à qualidade, sendo as duas igualmente importantes. Por um lado quando falamos de Qualidade da Investigação estamo-nos a referir aos resultados obtidos pela mesma. Porem, para poder conseguir esses objectivos é necessário utilizar os métodos mais adequados e tratar de melhorar de forma contínua as práticas de investigação. Neste caso, estamos a referir-nos à Qualidade na Investigação. No seguimento deste plano de qualidade trata-se de desenvolver estes dois aspectos mediante una serie de programas coordenados entre si.
O Plano de Qualidade da Investigação para 2007-2008 concentra actuações em dois grandes âmbitos.
1. Programas de Avaliação da Qualidade que pretendem identificar e incentivar a qualidade da investigação nos distintos âmbitos de actuação (investigadores, grupos e departamentos).
2. Programas de Apoio à Qualidade da Investigação cujos objectivos fundamentais são o de facilitar o trabalho dos investigadores ganhando tempo para o desenvolvimento de actividades criativas, assim como o apoio para a consecução dos objectivos de excelência da Universidade.
Os três grupos aos quais estão dirigidos os distintos programas são:
1.Investigadores
2.Grupos de Investigação
3.Departamentos

Programas de avaliação da investigação para os diferentes níveis mencionados anteriormente:

● Sistema de Avaliação das Actividades de Investigação do Professorado da Universidade Pública
No dito Sistema estabelece-se tanto os procedimentos e os métodos para a avaliação da actividade investigadora, como o sistema de incentivos à investigação mediante a atribuição dos complementos retributivos de avaliação da investigação. As dimensões que se têm em conta para realizar a valoração são:

1. Criação e transmissão do conhecimento
2. Captação de fundos de investigação
3. Reconhecimento externo da actividade realizada em nome da Universidade e mobilidade
4. Integração da investigação na docência de pós-graduação

● Prémios de Investigação Universidade Pública
Dentro da política de dinamização e fomento à investigação levada a cabo pela Universidade Pública, premeia-se a trajectória da actividade investigadora e professores dos corpos docentes da Universidade. Anualmente, em virtude do convénio subscrito entre a Universidade Pública e a Banca Pública, desenvolve-se uma convocatória de prémios de investigação (Universidade Pública – Banca) que premeiam tanto o percurso dos investigadores como as melhores contribuições científicas nas distintas áreas.

● Sistema de Indicadores de Departamentos
Desde 2002 que vem sendo aplicando um sistema de indicadores ponderados de desempenho da actividade dos Departamentos a que se associa uma partilha de verbas do orçamento segundo a posição relativa de cada Departamento. Os indicadores que tem que ver com a Investigação são:

1.Proporção dos períodos de seis anos
2.Produção de doutoramentos
3.Participação em projectos de investigação
4.Participação em projectos internacionais

● Avaliação Externa dos Grupos de Investigação
Os grupos de investigação da Universidade recebem anualmente una pontuação que lhes outorga a Comissão de Investigação em função de sua composição e da sua actividade, em termos de publicações, participações em congressos, orientação de teses e obtenção de financiamento externo. Mediante uma Convocatória de competitividade para os grupos de investigação da Universidade, aprovada pela Comissão de Investigação, realizar-se-á a avaliação externa por parte da Agência de Avaliação durante 2008, dos grupos de investigação para conhecer o grau de competitividade dos grupos dentro do seu contexto, tanto nacional como internacional, com o fim de desenhar as políticas de investigação de modo a favorecer a integração da Universidade no Espaço Europeu de Investigação.

● Avaliação Externa de Programas de Doutoramento
A Agência de Avaliação e Acreditação leva a efeito, anualmente una convocatória para a consecução da Menção de Qualidade dos Doutoramentos. A Universidade conta com seis programas de pós-graduação ou doutoramentos com Menção de Qualidade.

A cargo da Vice-reitoria de Investigação e em colaboração com outras Vice-reitorias tem lugar uma serie de actividades que poderíamos enunciar em cinco tipos de programas.

● Plano de Recursos Humanos em Investigação
Pretende-se mediante uma serie de iniciativas melhorar a situação dos investigadores e dos grupos de investigação. Assim, algumas actuações levadas a cabo neste sentido são:
- Regulamento do Pessoal Investigador com envolvimento em projectos,
- Plano de estabilização de contratados
- Adaptação da convocatória de Bolsas de Investigação da Universidade ao Estatuto de Pessoal Investigador em Formação
● Plano de Ajudas à Investigação
Desenvolvem-se una serie de convocatórias para o fomento da investigação
- Ajudas para a organização de congressos
- Bolsas para viagens e deslocações
- Ajudas complementares à realização de teses
- Convocatória Geral de Financiamento à Investigação da Universidade Pública
● Plano de Serviços Melhorados ao Investigador
Cujo objectivo é melhorar a dotação de serviços à disposição dos investigadores da Universidade, para simplificar o exercício do seu trabalho e permitir melhor desenvolvimento das suas actividades. As actuações são:
- Acessibilidade individualizada e melhoria da funcionalidade do portal web do investigador;
- Acesso à contabilidade de projectos e contratos;
- Revitalização do Serviço de Apoio à Investigação;
- Reorientação das suas actividades para o apoio à investigação da Universidade.
● Plano de Transferência do Conhecimento
Procura potenciar a transferência dos resultados da investigação para o sistema de inovação e conjunto da sociedade. As actividades em curso são:
- Racionalização da oferta científica e tecnológica dos Grupos de Investigação. A oferta da Universidade para o exterior tem vindo a compactar-se em macro-grupos sectoriais: TIC, Nanotecnologias, Energias renováveis, Automoção, Engenharia Biomédica, etc. A procura externa canaliza-se para os ditos macro-grupos de forma selectiva.
- Participação activa em distintos ‘focus-group’ regionais sobre investigação ou inovação: Cluster TIC, Cluster Automóvel, Fórum de Agentes Científicos e Tecnológicos, Grandes infraestruturas, Parque da Inovação, BioRegião, Euroinnova, etc.
- Concessão dos projectos do Plano nacional para suporte e impulso de actividades de transferência
- Começo do processo de incorporação da Fundação na promoção da oferta tecnológica e de inovação

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Reinventar uma Escola de Investigação (Parte II)


Plano de Qualidade: Investigação
O progresso das sociedades está directamente relacionado com a investigação e a inovação, áreas nas quais as universidades têm um peso muito relevante.
Uma Universidade será considerada como excelente na medida em que desenvolva um papel importante no processo de inovação tecnológica e na nova economia baseada no conhecimento. Neste contexto, a actividade investigadora converte-se não só num elemento diferenciador do ensino universitário frente a um modelo de formação exclusivamente profissional, mas também num elemento chave da contribuição universitária para com o Sistema de Inovação.
A região onde se insere a Escola possui elevado nível de desenvolvimento. A situação global do sistema de inovação da região é melhor que a da média do país e o peso do sector científico (relevo para as Universidades) no conjunto do sistema é especialmente destacável. Por outro lado, o desenvolvimento do Espaço Europeu de Investigação (ERA) supõe uma maior concorrência entre as Universidades no âmbito da investigação e o Espaço Europeu de Educação Superior (EEES) também afecta a actividade investigadora, na qual se tem em conta a qualidade da investigação tanto nos processos de acreditação das graduações, mestrados, bem como nos doutoramentos.
Sendo conscientes de que a investigação constitui um dos pilares básicos da actividade da Universidade Pública, desenvolveram-se nos últimos anos todo um conjunto de actuações para conseguir a melhoria da qualidade da investigação. Neste sentido, constituíram-se os Grupos de Investigação como sendo a unidade básica de investigação universitária. Na actualidade encontram-se registados 96 grupos de investigação no Catálogo de Grupos com um total de 827 investigadores que podem pertencer a uma ou várias áreas de conhecimento. A valoração do rendimento dos grupos é efectuada mediante um sistema de indicadores ao qual se associa o financiamento dos mesmos. Dado que também é função dos Departamentos apoiar as actividades de investigação, estabelece-se também uma serie indicadores de investigação a nível de departamentos relacionados com parte do seu financiamento.
Por isso mesmo, existem una serie de Comissões Estatutárias como a Comissão de Doutoramentos que se define como o órgão competente sobre as questões que afectem os Programas de Doutoramento e a realização de teses doutorais e a Comissão de Investigação, que é quem propõe ao Conselho de Governo directrizes referidas à política de investigação e transferência de tecnologia da Universidade Pública, no quadro do seu Plano Estratégico.
A Comissão de Investigação, além disso, realiza diversas funções como a proposta de distribuição do orçamento de investigação, a planificação, aquisição e utilização da infraestrutura universitária de apoio à investigação, a convocatória e adjudicação de bolsas e ajudas à investigação, a elaboração do Relatório anual das actividades de investigação da Universidade, a solicitude, realização e difusão de estudos que permitam às entidades públicas e privadas conhecer os aspectos da actividade investigadora da Universidade, a fim de estabelecer contratos de colaboração ou conduzir fundos para a Universidade e ainda, a assessoria ao Conselho de Governo, Departamentos e Centros na planificação, coordenação, propostas de estímulo e controlo do desenvolvimento da investigação.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Publicidade Institucional - ASSEMBLEIA -

NOTA PRÉVIA:
«A Democracia tem razões que a razão desconhece, então não é que o futuro reitor da UA é o primeiro cabeça da lista de docentes????»

Membros eleitos da Assembleia Estatutária já são conhecidos
As eleições para a Assembleia Estatutária da Universidade de Aveiro decorreram a 22 de Novembro. Na corrida estiveram as listas A e E, pelo corpo de professores e investigadores, e a lista única A, pelo corpo dos discentes. Conheça os 12 representantes dos professores e investigadores eleitos, bem como os três representantes dos estudantes que também vão integrar a Assembleia Estatutária.

Dos 160 eleitores do Grupo A (Departamentos de Ambiente e Ordenamento, Electrónica Telecomunicações e Informática, Engenharia Cerâmica e do Vidro, Engenharia Civil e Engenharia Mecânica) os 113 votantes expressam 69 votos na Lista A e 34 na Lista E.
Apurados foram igualmente nove votos em branco e um nulo.
No Grupo B (Departamentos de Biologia, Física, Geociências, Matemática e Química, Secção Autónoma de Ciências da Saúde), entre os 235 eleitores, 166 foram às urnas, tendo expressado 68 votos na Lista A e 83 na Lista E. Foram apurados 14 votos em branco e um nulo.
No Grupo C (Departamentos de Ciências da educação, Comunicação e Arte, Didáctica e Tecnologia Educativa, Economia Gestão e Engenharia Industrial e Línguas e Cultura e Secção Autónoma de Ciências Sociais Jurídicas e Políticas), deslocaram às urnas 103 dos 150 eleitores que deram 28 votos à Lista A e 73 à Lista E, tendo sido apurados dois votos em branco.
Os 35 dos 36 eleitores do Grupo D (Escola Superior Aveiro Norte, Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Aveiro, Escola Superior de Saúde e Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda) expressaram 21 votos na Lista A, 13 na Lista E e um voto em branco.
A lista ordenada dos membros eleitos pelo Corpo de Docentes e Investigadores é então a seguinte:
Grupo A - Departamentos de Ambiente e Ordenamento, Electrónica Telecomunicações e Informática, engenharia Cerâmica e do Vidro, Engenharia Civil e Engenharia Mecânica
1º Fernando Manuel Bico Marques
2º Carlos Alberto Diogo Soares Borrego
3º José Alberto Fonseca
Grupo B - Departamentos de Biologia, Física, Geociências, Matemática e Química, Secção Autónoma de Ciências da Saúde
1º Maria Paula Macedo Rocha Malonek
2º Artur Manuel Soares da Silva
3º Armando José Trindade das Neves
4º Amadeu Mortágua Velho da Maia Soares
Grupo C - Departamentos de Ciências da educação, Comunicação e Arte, Didáctica e Tecnologia Educativa, Economia Gestão e Engenharia Industrial e Línguas e Cultura e Secção Autónoma de Ciências Sociais Jurídicas e Políticas
1º João Manuel Nunes Torrão
2º Carlos Manuel Martins da Costa
3º Fernando Manuel dos Santos Ramos
Grupo D - Escola Superior Aveiro Norte, Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Aveiro, Escola Superior de Saúde e Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda
1º João Gonçalo Gomes de Paiva Dias
2º Maria Cristina Souto Miranda

sábado, 24 de novembro de 2007

Reinventar uma escola de investigação (Parte I)

Algumas escolas – não muitas – começam a fazer os seus exercícios de simulação para o ‘confronto’ que se aproxima com a AAAES.
Noutros lugares, percebe-se que tudo vai ser importante, desde o relatório anual até às discussões com a direcção da escola, não esquecendo uma linha fulcral composta por estudantes Ph.D. Nem tudo pode ser contado neste exercício, começando pela alteração significativa no que se refere aos recursos avaliados:
● Estudantes - é evidente que a formação de jovens investigadores é uma questão muito importante dentro da escola, que se pretende na montra global.
● Orientadores - os números relativos à média do período de avaliação da duração de um projecto Ph.D são decepcionantes (60 Meses, em vez de 48). A Direcção da área de doutoramentos tomou uma série de medidas para reduzir a duração dos projectos Ph.D e aumentar a visibilidade e as responsabilidades da Escola para com os alunos. Anualmente, o director e o director-adjunto da área, reúnem individualmente com cada aluno, partilhando uma discussão com base nos relatórios personalizados, que incluem o plano da investigação e o programa de ensino. Durante esta consulta de 30 minutos, o relatório do plano de trabalho da investigação é discutido com a explícita finalidade de avaliar se o aluno tem recebido suficiente orientação por parte do seu supervisor, procurando que sejam identificados quaisquer outros factores que possam constituir obstáculo à bem sucedida e atempada conclusão do projecto de doutoramento. Se necessário, os directores tomarão as medidas adequadas para melhorar o andamento do projecto de investigação e/ou revisão do respectivo plano de trabalho.

A Escola já deu indicações públicas, de que se tornou cada vez mais difícil encontrar candidatos adequados para preencher as vagas abertas para doutoramentos ou bolseiros pós-doc. Recentemente, foram lançadas propostas para trazer as bolsas do doutoramento para um nível mais competitivo. As perspectivas de carreira para recém-licenciados da escola são hipóteses apenas para posições transitórias ou de curto prazo. Não são muitos os trabalhos de investigação no domínio da especialidade da escola, por longos períodos de tempo. A escola estimula os alunos a irem para o estrangeiro por um tempo para acumular experiência e alargar o âmbito dos seus conhecimentos. Isto significa que toda a área da investigação está fortemente dependente do dinheiro externo para contratar jovens investigadores. Trata-se de uma evidência preocupante em função da continuidade do desenvolvimento, especialmente considerando o facto de que o financiamento proveniente do exterior tem vindo a ser aplicado em contratações temporárias.

Estrutura e conteúdo do programa Ph.D
Para além da sua principal tarefa de conduzir e apresentar um projecto de investigação sob Supervisão, os alunos participam num programa educativo, que consiste em geral, de vários cursos sobre projectos específicos, workshops e conferências nacionais e/ou internacionais. O objectivo da formação é aprender, de modo independente, a concepção, condução e apresentação da investigação científica em circulação no mundo actual. Para este efeito, o estudante é treinado no conhecimento e aquisição das aptidões necessárias para serem empregues dentro do vasto campo do movimento científico. Devido ao carácter temático da Escola e às diversas origens dos alunos participantes, o programa educativo não é o mesmo para cada elemento. A composição de cada um dos programas é de tal forma que os estudantes assumem o compromisso de cumprir as metas definidas previamente. As diferentes disciplinas são apresentadas num «package» de informação especial fornecido a todos os alunos que entram na escola; no início do projecto, é composto um «package» personalizado, de acordo com o orientador do projecto.

O programa educativo é constituído por quatro elementos: uma parte geral, uma de orientação temática, outra parte orientada para o projecto, e ainda os encontros de trabalho e workshops que fazem parte da pós-graduação. A parte geral do programa visa a formação sobre aspectos científicos de índole geral. Os estudantes seguem cursos sobre ‘Competências Didácticas’, 'Domínio e fluência da língua Inglesa’,’Reflexões filosóficas sobre a conduta científica’, e ‘Gestão da Investigação’. As disciplinas são oferecidas anualmente pelas duas universidades que participam na Escola. Esta primeira parte do programa exige um investimento por parte dos alunos, de sete semanas (280 Horas).

A educação do tipo orientação temática refere-se a um tipo de educação orientada para disciplinas com as quais interessa que os alunos fiquem familiarizados, e que fazem parte dos três principais temas de investigação da escola. Faz parte do roteiro um ‘general master class’ especialmente concebido para os alunos com diferentes antecedentes, ou que se percebe terem lacunas na sua formação. Posteriormente, os alunos podem aprender mais sobre o conteúdo de uma determinada linha de investigação da Escola. O tempo total dedicado a esta parte do programa é de seis semanas. Estas aulas magistrais foram melhoradas no ano passado e agora estão altamente valorizadas pelos alunos.

A educação orientada para o projecto envolve conhecimentos e competências que são específicas a cada um dos programas de investigação dos alunos. Proporciona-lhes a oportunidade de superar deficiências em temas como: Ciências da Computação, Programação, Métodos da Investigação e Estatística, permitindo-lhes ultrapassar dificuldades esperadas no progresso da investigação eventualmente a serem relatadas nas suas dissertações. Estas disciplinas podem ser seleccionadas a partir de programas de estágio providenciados por diferentes Faculdades e Departamentos. Cerca de oito semanas são reservadas para esta parte do programa.

Anualmente, é organizado um workshop que deve abordar um dos temas de investigação privilegiados na Escola. Neste tipo de seminário, especialistas nacionais e peritos estrangeiros são convidados para dar uma palestra, no âmbito do tema do workshop. Além disso, duas outras reuniões são organizadas anualmente. Nessas reuniões, os alunos apresentam os seus ‘papers’ relacionados com a investigação para um público constituído por outros colegas estudantes e pessoal da escola. Além disso, existe outra série de palestras durante todo o ano, tanto ao nível da investigação da Escola como das linhas particulares de investigação. O tempo total para estas actividades é cerca de quatro semanas.

A Escola mantém boas relações com outras escolas nacionais e promove intercâmbio de alunos, quer para a sua educação, quer para apoio técnico específico no âmbito dos seus projectos. A Escola tem bom nome internacional e o fluxo regular de cientistas visitantes assegura uma razoável exposição dos alunos ao contacto internacional.Os alunos são estimulados a apresentarem os seus trabalhos em conferências internacionais, para o que dispõem de regras de financiamento locais, adequadas.

Ao longo de todo o programa é enfatizado o enfoque multidisciplinar. Todos as disciplinas são avaliadas pelos estudantes Ph.D de uma maneira informal. Estas avaliações são essencialmente positivas, embora seja difícil de verificar se, alunos de diferentes horizontes avaliam as disciplinas de maneira diferente. A participação nas disciplinas é voluntária, com excepção das aulas magistrais. Muitos Estudantes Ph.D frequentam várias disciplinas, o que torna por vezes muito difícil para a Escola, organizar cursos para um pequeno número de alunos. Nesse caso, os alunos ficam livres para procurar e frequentar cursos extra noutros locais, a fim de superar deficiências específicas. A Escola oferece um diploma aos alunos que completarem todo o programa educativo.

O Comité de Revisão (da Escola) considera todo o programa bem estruturado, tanto em termos de componentes individuais como colectivos. Os objectivos do programa são personalizados tendo em vista o futuro do emprego dos estudantes. Os direitos e deveres dos supervisores e dos alunos estão claramente definidos no já mencionado pacote informativo.

Organização

As faculdades e institutos que fazem parte da entidade delegaram todas as responsabilidades para o exercício da missão científica, a educação dos alunos, a garantia da qualidade e da gestão financeira destas actividades no conselho de administração e directores da Escola. A dedicação e eficiência da direcção e do conselho de administração e os instrumentos colocados à sua disposição seguem os padrões europeus considerados normais para a educação superior.

As iniciativas de investigação levadas a cabo na Escola estão organizadas em torno de três temas nucleares, (A) P_, (B) E_, (C) M_. Estes temas são estudados historicamente, com os respectivos grupos evoluindo de forma coesa, desenvolvendo linhas de investigação, que estão organizadas segundo os temas. Cada linha é liderada por um coordenador, que é responsável pela realização dos objectivos científicos dessa linha e correspondente gestão financeira. A linha e os coordenadores formam o órgão consultivo que presta assessoria à Direcção da Escola. Um Comité especialmente designado, desempenha o papel de assistente da Direcção na avaliação do programa educativo. A gestão da estrutura parece ser eficaz e concentrada na formação Ph.D. O órgão de gestão é acessível para os alunos cuja opinião é altamente valorizada. Isto é ilustrado pelo facto de um grande número de estudantes participarem no Comité Educacional da Escola.

Tanto entre os temas como dentro deles há, regra geral, uma boa colaboração, embora nalguns pontos a coerência no âmbito dos temas pudesse ser melhorada. Obviamente, a Direcção está consciente desta situação e considera as possibilidades de melhorar a coerência e colaboração, colocando estrategicamente a atribuição de posições Ph.D em novas colaborações e remodelando algumas das linhas.

O financiamento da Escola é efectuado mediante o financiamento directo das faculdades e institutos participantes; cerca de 75% provém de fontes externas. Este valor é satisfatório, mas deve salientar-se que o financiamento externo não está igualmente repartido ao longo dos vários grupos de investigação. Alguns dos grupos são financiados ao máximo e não podem lidar com quaisquer extras, enquanto que outros grupos são totalmente dependentes do financiamento directo. Esta questão é algo que deve ser abordado num futuro próximo.

Ambas as universidades que apoiam este projecto oferecem excelentes instalações. Em 2005 a Faculdade de Ciências M_ transferiu-se para a sua nova finalidade, com a instalação de 11 laboratórios dedicados. Estes laboratórios incluem um enorme salão permitindo a investigação de experiências volumosas em número apreciável. Os equipamentos laboratoriais tem vindo a ser continuamente actualizados, tendo sido adquiridos recentemente novos equipamentos de registo e análise de movimentos complexos. Os coordenadores dos programas de investigação são convidados a elaborar anualmente pedidos para novas aquisições. As solicitações são avaliadas, e a Direcção da Escola decide a instrumentação a ser adquirida. O pessoal de apoio que se encontra à disposição da Escola ascende a 18 pessoas a tempo completo, distribuídas ao longo das linhas de investigação, proporcionalmente (funcionários e alunos).

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Publicidade institucional

Modelos fundacionais para instituições de ensino superior em discussão na UA

Ciente da importância das transformações em curso que a Lei Nº 62/2007 de 10 de Setembro vem introduzir no sistema de ensino superior em Portugal e no contexto internacional, a UA, em conjunto com as universidades públicas portuguesas com assento no Conselho de Reitores, promove um seminário sobre Modelos fundacionais para instituições de ensino superior. Pretende-se com esta inicitiva, agendada para 23 de Novembro, às 10h00, na Sala de Actos Académicos, proporcionar uma oportunidade de reflexão e debate sobre as características, vantagens e problemas destes modelos. A participação está aberta a toda a comunidade académica.


Em toda a Europa existe um envolvimento crescente das Universidades no processo de construção de uma economia forte baseada no conhecimento. As reflexões que ocorrem em diferentes instâncias, da Comissão Europeia à Associação Europeia das Universidades, apontam para a necessidade de modernização das instituições de Ensino Superior, com o objectivo de lhes permitir dar maiores contributos e ter maior eficiência na implementação das acções necessárias à atinência dos objectivos preconizados na Agenda de Lisboa. Deste modo, os diferentes modelos de organização e de governação destas instituições são elementos essenciais que importa analisar.

A Lei Nº 62/2007 de 10 de Setembro, que estabelece o regime jurídico das instituições de ensino superior, prevê a possibilidade de transformação das instituições de ensino superior públicas em fundações públicas com regime de direito privado. Em Portugal não existe experiência sobre este novo enquadramento jurídico e quanto ao modo da sua implementação e do seu funcionamento.

PROGRAMA

10h00: Apresentação do seminário pela Prof. Doutora Helena Nazaré, Reitora da Universidade de Aveiro

10h10: Prof. Doutora Christina Ullenius, Vice Presidente da European University Association

10h30: Prof. Doutor Pedro Ramos, Professor Associado da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

10h50: Prof. Doutor Alberto Amaral, Director do Centro de Investigação em Políticas do Ensino Superior

11h15: Debate moderado pelo Prof. Doutor Júlio Pedrosa

Prof. Doutora Christina Ullenius
Vice-Presidente da European University Association, lugar que ocupa desde 2005, vem desempenhando um papel activo nas reflexões sobre o papel das universidades. É doutorada em Tecnologia (Química Orgânica) pela Universidade de Chalmers (Suécia). Ocupou o cargo de Vice-Reitora desta instituição, entre 1989 e 1994, fase durante a qual a universidade passou a um modelo funcional. Foi Reitora da Universidade de Karistad de 1995 a 2006. Desempenhou diversos cargos no domínio do Ensino Superior, entre os quais Presidente da Associação Sueca de Ensino Superior, membro do conselho da Associação Nórdica de Universidades, relator geral da Conferência da EUA e membro designado para o European Forum on University-Based Research.

Prof. Doutor Pedro Ramos
Professor Associado com Agregação da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, e coordenador desta instituição no Gabinete Inter-universitário de Apoio ao Desenvolvimento Estratégico. Tem desenvolvido actividade na área da economia e das contas públicas: membro do grupo de trabalho do Instituto Nacional de Estatística (INE), que sob encomenda do EUROSTAT aplicou a Portugal, em 1998 e 1999, a título de experiência piloto, a metodologia de regionalização das Contas das Administrações Públicas; membro da representação do INE no Conselho Superior de Estatística, por indigítação do Presidente do INE (2001-2003)-, consultor do Projecto de Reforma das Contas Nacionais de Cabo Verde (2002). É membro do Conselho da Profissão da Ordem dos Economistas, do Secretariado de Redacção de Notas Económicas - Revista da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e do Comité Editorial da Revista Portuguesa de Estudos Regionais.

Prof. Doutor Alberto Amaral
Director do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior. Ocupou o cargo de Reitor da Universidade do Porto, entre 1986 e 1998, tendo desempenhado igualmente diversos cargos em instituições internacionais com actividade na área do Ensino Superior, entre os quais Presidente da direcção do CHER (Consórcio dos Investigadores do Ensino Superior) e Vice-Presidente da Comissão Coordenadora da Avaliação Institucional da EUA. Membro da Associação Internacional dos Presidentes das Universidades (IAUP), da direcção do programa de Gestão Institucional no Ensino Superior (IMHE) da OCDE, da Sociedade para a Investigação no Ensino Superior (SHRE), da Sociedade Europeia do Ensino Superior (EAIR), entre outras. Editor e co-editor de vários livros, incluindo: Goveming Higher Education: National Perspectíves on Institutional Govemance (2002), The Híiher Education Manageiial Revolution? (2003), Markets in Higher Education: Rhetofic or Reality? (2004) and Retorm and Change in Higher educatíon: Analysing Policy Implementation (2005).

Prof. Doutor Júlio Pedrosa
Professor Catedrático do Departamento de Química da Universidade de Aveiro, é investigador do Centro de Investigação em Políticas do Ensino Superior (CIPES) e do Centro de Investigação em Materiais Cerâmicos e Compósitos (CICECO). Vem tendo uma intervenção destacada em matéria de política de educação sendo actualmente Presidente do Conselho Nacional da Educação, desde Julho de 2005, e Presidente do Conselho Executivo da Fundação das Universidades Portuguesas. Foi Ministro da Educação, de 3 de Julho de 2001 a 5 de Abril de 2002; Reitor da Universidade de Aveiro, de 1994 a 2001; e Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, entre 1998 e 2001. É também membro da equipa de avaliadores do Programa de Avaliação Institucional da EUA.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Potencial Humano a todo o gás





O Programa Operacional Potencial Humano foi apresentado em sessão pública realizada no dia 16 de Novembro na Alfândega do Porto.

São 291 páginas, datadas para ler entre 2007-2013.
Pela nossa parte já começamos.
O que há de novo?
Uma coisa que não tem tradição entre nós: Metas ou objectivos quantificados.
Mais: para quem fizer parte dos investidores em formação, as regras de jogo são melhores do que a quadricula de verificação dos custos que anteriormente imperava.
Depois: parte do que está no «powerpoint» é ‘dejá-vu’, ou seja, vai servir de lençol para cobrir os pés ao Ministério da Lurdes, mais uns panos para os calos do Ministério do Zé e por aí adiante, Vieira, Manelzinho & Associados. Também se não fosse assim, a malta estranhava.


Ainda, tem outra coisa gira que normalmente só circulava por correios internos entre os amigalhaços: os critérios de avaliação estão mais ou menos publicados.
Aquelas leituras dão para umas tardes de chuva entretidas, não percam.

http://www.poph.qren.pt/

Já me esquecia e ia fechando a porta:

- Porque é que aqueles tansos insistem em empregar doutorados nas empresas?
Será que nunca foram falar com os DGs das indústrias?
Será que nunca perguntaram a um doutorado desempregado, se ele às vezes não se sente tentado a deitar fora a alínea onde declara esse «estado de alma», para ver se ao menos alguém o chama para uma entrevistasita?

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Será possível? A subversão outra vez na ordem do dia?


Poderá um núcleo de elementos afectos às actividade educação/formação gerar mais recursos para o exterior do que aqueles que são consumidos internamente?
Existe uma ideia, convertível em prática, segundo a qual os processos alternativos a uma qualquer iniciativa de educação, podem gerar mais energia criativa para fora do grupo do que a quantidade de energia absorvida para levar a cabo os seus processos internos.
Estas coisas são novas, eventualmente apelidadas de ‘perigosas’ e porque não subversivas.
Trata-se de promover workshops, organizados pelos alunos, «à revelia» do que está instituído pelas «forças do poder», director do curso, professor da disciplina, and so one, and so one.
Essas coisas têm velha tradição na I.B.M., na 3M, na INTEL, de mais fresca data na Microsoft.
Relembre-se que em 1995, Bill Gates não acreditava no emergir da Internet e alguns dos seus colaboradores mais chegados, construíram servidores 'à mão' (pudera, o orçamento não miava…) nos corredores da central da Microsoft para fazerem prova ao super Gates, que a coisa valia a pena. Não consta que Bill tenha despedido nenhum dos revolucionários.


Existe uma área do conhecimento, bastante mais artesanal do que eu imaginava à uns tempos atrás, chamada Recursos Humanos – muito ignorada nas nossas universidades – e a que alguns Comissários da European Union estão a começar a dar importância, relevo, e até algum apontar de dedo muito irritante para quem paga salários, como este último, à volta da (falta de) fluência linguística dos trabalhadores europeus. Os dinamarqueses começaram com um boneco muito engraçado quando é visto por uma determinada perspectiva; mas só por uma. Chamaram-lhe ”Flexsecurity danske model”. Passada que foi a primeira foguetada, de que isto sim, isto é que resolve aquelas tretas de despedir à terça e contratar à quinta, noutros sítios, onde estas coisas do trabalho, do emprego, da produtividade, da riqueza, do crescimento, do… etc., fazem algum sentido e exigem respostas por parte dos donos da responsabilidade, as pessoas começaram a movimentar-se e a fazer perguntas.
As pessoas são despedidas do emprego porque aquela função ou aquele posto de trabalho deixou de se justificar. Poderíamos pensar ex-ante. É aceitável perceber a prazo que postos de trabalho estão em risco, que tendências pr’a descida andam por aí a bater, and so, and so.
Mas, quem tem a barriga cheia lá o governa.

O domínio dos Recursos Humanos é caracterizado, com ponto de partida numa perspectiva «conhecimento», através de alguns aspectos que, juntos, conseguem criar um problema de automação particularmente difícil. Os RHs tentam dificilmente, quantificar e qualificar o conhecimento comum que as pessoas devem ter para que se possa levar a cabo, conversas significativas sobre os recursos humanos. A língua comum acerca do trabalho, descrição das funções, vagas e trabalho temporário, tudo isso está bem elaborado. Os descritores ao nível de tarefas múltiplas, capazes de permitirem a combinação e composição de um emprego, estão a tornar-se também um padrão. No entanto, abaixo do nível «tarefa», existe um nível competência que, pelo menos por agora, parece ser o nível com menor utilidade para a construção do edifício. Ampliar a subdivisão de «competências» parece inútil, por agora. Se pudéssemos trabalhar com competências em todo o domínio dos RHs, seria a natural granularidade para descrever, programar, avaliar e formar recursos humanos e disseminar esses detalhes por toda a actividade económica, incluindo administração pública.


As abordagens orientadas para a Competência, estão a ganhar terreno no desenvolvimento da área recursos humanos. Procura-se tecnologia-chave para lidar com a complexidade destas abordagens, tanto para a definição de competência, como para a construção de catálogos concretos sobre competência. Essa tecnologia tem como finalidade permitir a automatização de tarefas relacionadas com competência, tais como a análise do ‘gap’ de competência, sugestão sobre as oportunidades de aprendizagem ou similaridade de base entre correspondência pessoal e o perfil da equipa ou selecção de posto de trabalho adequado. Para proporcionar uma visão unificada sobre estas questões na encruzilhada da Gestão e Desenvolvimento dos Recursos Humanos, gestão do conhecimento, aprendizagem informal e ‘e-Learning’, tem vindo a ser desenvolvida uma tecnologia que proporciona conceitos reutilizáveis a nível superior – conceitos que podem ser aperfeiçoados para aplicação concreta a casos escolhidos ou no mínimo, estudados.
Para a sustentabilidade das empresas, no entanto, é preciso ir além da mera tecnologia e considerar o uso e actualização de processos embebidos e entrelaçados nos processos empresariais. Para esse efeito, temos desenvolvido um processo de referência (prestação contínua de actualização dos processos operacionais e estratégicos através da conexão de níveis), que estreita a interligação da gestão das competências e do desenvolvimento dos processos de recursos humanos.


Que chatice!
Então esta treta da «flexigurança» mais não sei quê, não são só bitaites do Ministro do Trabalho e do PM?
Também é preciso estudar?
Oh! Diabo. E logo eu que nem sequer tenho universidade à minha medida.


Post-Scriptum
Eu sou promotor destes workshops realizados pela «arraia-miúda»

Acreditar cursos & acreditar nos cursos


Publicou ontem o Blog de Campus – referência obrigatória para múmias que escrevem sobre estas coisas, preocupadamente – meia dúzia de bitaites sobre um facto suficientemente evidenciado, mas que os distraídos do Gambrinus, dos quais avultam os queques da Ordem dos Advogados, ainda não tinham digerido.

«Ordens profissionais vão perder o poder de acreditar cursos»

Mais: o nosso querido e bem amado Sebastião Feyo (Vice-Presidente Nacional da Ordem dos Engenheiros; Professor Catedrático, Director do Departamento de Engenharia Química e Director da Licenciatura em Engenharia Química da FEUP) na sua qualidade de «representing Direcção-Geral do Ensino Superior (General Directorate for Higher Education) in the Bologna Process» tece as suas considerações, esclarecendo consequências resultantes da criação da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (AAAES).
Se forem ler três vezes o texto, irão verificar que, portuguesmente, a preocupação é toda com o clausulado e o processo à João das Regras.
Penso que a nossa amiga Regina anda no ‘data mining’ e já passou por lá.

As explicações e os ‘tutorial’ estão bem documentadas nos sites dos membros influentes da ENQA:
Quanto mais não seja, pelo próprio percurso do Feyo, é muito importante tudo quanto seja país das tulipas.

Quem tiver a seu cargo este tipo de actividades e tarefas que, repito, são cada vez mais sérias e com menos truques, onde conta menos o academismo clerical e contará mais o academismo laico, profissional, com muito saber organizacional e a partir de agora com alguma prática dos processos, vai ter que ler muito relatório, perceber muito bem como se explicita a proposta de acreditação de um curso.
Parece que estou a ver o filme: Vejo um amigo meu sentado no seu «galinheiro doméstico» rodeado de telemóveis, cheio de papéis fotocopiados por todo o lado a ver se cozinha mais um curso. Cozinha, companheiro cozinha, que vamo-nos todos rir à brava com as cenas das próximas fitas.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Age-based reaction? Race-based teaching?




Haverá evidência que aponte para demasiada inércia por parte dos professores portugueses comprometidos com a educação superior, em Portugal?

Hipóteses que possam suportar esta tese:

H1: a resposta rápida pode originar perturbações no esqueleto.
H2: não é por ser pronto na reacção ao estímulo que chegas mais depressa à reitoria.
H3: regra geral não sei responder à questão que me é colocada.

O número de casos em estudo ainda não é suficientemente grande para alicerçar conclusões de acordo com o método científico, mas começamos a ficar desconfiados…

Colocamos uma questão a um eminente sábio da Universidade de Lisboa, recorrendo ao mesmo expediente junto de um modesto professor australiano.
O modesto dialogou via WEB comigo durante três dias até ficarmos ambos os dois mais ou menos convencidos do próximo passo.
O sábio, ainda não leu o correio electrónico.

Colocamos outra questão a um ainda mais sábio Professor de outro célebre Instituto de Lisboa. Passado um dia após a iniciativa, inquirimos um modesto professor alemão sobre o mesmo tema.
Ainda não tive descanso em torno do problema que levantei ao Germano, eventualmente bárbaro. Com a agravante de que vivem uma hora à frente.
O nosso compatriota não quererá dizer nada que (eventualmente) me desgoste.

Será que ganho vantagem se dialogar primeiro em inglês, chamada a língua franca, alterar o meu nome para Thusitha Mabotuwana e alojar o meu email, sei lá, no Texas?

Actividades conjuntas UA-Bosch

Universidade de Aveiro e Bosch Termotecnologia, SA promovem programa conjunto
A Universidade de Aveiro e a Bosch Termotecnologia, SA avançam, em Novembro, com um programa de colaboração que visa a dinamização de actividades conjuntas para a aquisição e troca de conhecimentos nas áreas fortes das partes. A primeira fase desta cooperação tem início dia 21 de Novembro, envolvendo 20 alunos do Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial, ministrado pela Universidade de Aveiro.

Através de um workshop, a realizar nas instalações da empresa, os alunos da UA vão poder proceder à resolução de um caso-problema da área da qualidade. A segunda actividade realizar-se-á dia 5 de Dezembro, na UA. Uma «Aula de Especialista» sobre um tema prático e inovador irá contar com a participação de um especialista da Bosch Termotecnologia, SA.
Se a UA considera fundamental potenciar a formação dos seus alunos através do envolvimento em actividades práticas, integradas num programa estruturado e ancoradas no mundo real das empresas, igual opinião tem a Bosch Termotecnologia, SA que diz também ser seu objectivo dar a conhecer a empresa como um empregador de eleição e divulgar programas especiais de estágio ou recrutamento.

domingo, 18 de novembro de 2007

Preciso de um Concurso de Contos



Vá lá... ajudem.
Mandem-me endereços, notícias, passem a palavra.
Tenho um conto, o autêntico, o verdadeiro, o único, o tal que merece ir a concurso.

QUERO CONCORRER A UM CONCURSO DE CONTOS , PRONTOS!

A todos as minhas amigas e amigos:
Vá lá digam-me a que concurso vou concorrer.

O meu conto é o melhor conto do mundo!

Quereis pagar para ver?
Vou deixar espreitar uma nesguinha:
A música maluca que se segue... faz parte do conto.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

campanha eleitoral está em marcha


Eleições à Assembleia Estatutária:

Aprovado o Regime Jurídico para as Instituições de Ensino Superior (RJIES), as universidades estão a adaptar os seus Estatutos à nova Lei. Na Universidade de Aveiro, as listas de candidatura à Assembleia Estatutária já estão publicadas, decorrendo agora, entre 14 e 20 de Novembro, a campanha eleitoral. As eleições estão marcadas para 22 de Novembro.

O manifesto dos quatro grupos que compõem as duas listas (A e E) dos candidatos do Corpo de Professores, Investigadores e outros docentes e investigadores estão disponíveis para a comunidade académica em http://www.ua.pt/gaqap/uaemmudanca/

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Se um académico incomoda muita gente, dois académicos incomodam muito mais!


Publicou o nosso comum amigo, Virgílio Machado, um texto no BLOG de CAMPUS, Terça-feira, 13 de Novembro de 2007, com o título:
«Guiados por um cego»

Virgílio, com a sua penada directa, sem teias de aranha, com aquele sorriso irónico que o caracteriza, dispensando rodriguinhos e madrigais, diz ao nosso amigo Zé Mariano, que é tempo de pôr os pés ao caminho e passar a factos.
Qual é afinal a dificuldade que o sôr Professor, Doutor, Físico e Ministro encontra para trocar os dados por miúdos e confessar à malta, preto no branco, quais são os Bacharelatos, Licenciaturas e outros Bologneses que não dão direito a emprego certo e remunerado?

Qual é a tua meu?
Escrevo já aqui, sem teias nem peias, que a um Euro por desempregado – então não é, que neste país, tudo custa pelo menos 1 €? – eu me comprometo a publicar todas as listas que o Zé Mariano prometeu e ainda não cumpriu.

Para não pensarem que eu brinco em serviço, na minha qualidade de académico laico, mostro dois desses registos (omitindo o nome dos «pobres», está-se mesmo a ver):
......................................................................................
Número do CV: 851971
Nome: bzbzbzbzbzbzbzbzbzbzbzb
Nacionalidade: PORTUGAL
Data de Nascimento: 1977/04/02
Sexo: Masculino
Habilitações Escolares: Licenciatura
Área Formação Escolar: Eng (Ambiente e Urbanismo)
Ano de Conclusão dos Estudos: 2004
Classificação Final: 12 valores
Estabelecimento de Ensino: Escola Superior Agrária de Castelo Branco

......................................................................................
Número do CV: 851256
Nome: bzbzbzbzbzbzbzbzbzbzbzbzbzb
Nacionalidade: PORTUGAL
Data de Nascimento: 1980/08/05
Sexo: Feminino
Habilitações Escolares: Licenciatura
Área Formação Escolar: Direito
Ano de Conclusão dos Estudos: 2005
Classificação Final: 13 valores
Estabelecimento de Ensino: Universidade Católica Portuguesa
.............................................................................................................

Querem mais???
Vai ter de pagar. É que são 506638 fichas. É obra!

Para que serve um Académico?



Na minha qualidade de académico laico, tenho um certo olhar de esguelha para o lado do académico clerical. Entendo-o na sua defesa acérrima do «status quo», embora a minha bandeira esteja sempre do lado do ‘enfant terrible’, o tal da mudança, o que só se sente bem quando as coisas mexem. Porque a ciência é tudo menos consenso. A ciência é tudo menos sossego, bonança, águas paradas. A não ser assim, a Terra continuaria plana e o Sol a girar sempre em sua volta (e será que não???).

Um dia destes, dei por mim, parado em frente da caixa mágica. A figura central do debate era um velho conhecido meu – embora ele não me conheça a mim, laico – mas não fujamos a dirimir o caso, o mundo é mesmo dos famosos. O senhor Professor nada me deve idem aspas, pela minha parte. Conheço-o de me cruzar com ele, nas minhas deambulações entre Deti e Degei, passando por DAO. Pode parecer um puzzle mas não é. São siglas da UA que designam edifícios, departamentos, clubes e claques. DAO diz que é uma espécie de departamento de ambiente e ordenamento. Também tem ficha no IDAD, que quer dizer instituto do ambiente e desenvolvimento, assumindo que é uma associação científica e técnica, sem fins lucrativos, actuando ao nível do apoio integrado às necessidades AMBIENTAIS do mundo das EMPRESAS.
Estamos a falar do Prof. Carlos Borrego.
No passado domingo, aí pelas oito e coisa, nove e tal, ao final do dia, Carlos Borrego, defendia no pequeno rectângulo, contra dois especialistas contratados pelo programa do Público, a sua visão do estudo encomendado pela CIP.

Continuando com a minha declaração de interesses, tenho a convicção de que Carlos Borrego é um senhor simpático, afável e sério (embora sorridente). Não pertenço à família política a que o Prof. CA pertence e onde aliás não tem sido muito bem tratado; a minha família política está plantada ao longo de 62 Ha, nas Terras de Basto, onde me divirto imenso com o velho caseiro, Machado, de seu nome, já com os seus 89 anos e que gosta de me questionar se o o Dr. Fulano será dos «nossos», ou o que é que eu penso sobre o Eng.º Cicrano, e ainda que é que eu digo do Arq.º Beltrano.
Fiquei sempre com uma ponta de afinidade para com o Homem, despedido por causa de uma anedota, enquanto que as anedotas proliferaram e deram filhos e netos saudáveis em cada governo que passa.

Carlos Borrego, defendeu com simplicidade o estudo pelo qual dá a cara, argumentou de modo linear os pontos fortes ou sustentáveis das conclusões que propõe e defendeu-se profissionalmente das lágrimas de crocodilo que choram os nossos «ricos» ambientalistas. É que eu, já tive uma meteórica passagem pelas Florestas. Fiquei a conhecê-los a (quase) todos. Os da pasta do papel, os da cortiça (alô, alô seu Amorim, velho gasolineiro, como é que é?), os rapazes e as raparigas verdes, que começam sempre pelo PC ou pelo Berloque, enquanto não vislumbram porta de entrada para o que estiver mais perto a governar.

Gostei do desempenho televisivo de Carlos Borrego e confesso que já tinha saudades de uma boa prestação académica (prometi a mim mesmo que não opinava sobre o nosso bem amado Presidente da Republica…) no mundo real do diz que diz, mas diz que não diz.

Sobre OTA ou ALCOCHETE, fico-me por uma frase muito interessante, que retive do que disse Carlos Borrego:
- O Porto precisa é de um bom aeroporto, que sirva a extensa região que vai desde a Galiza até Coimbra, até Viseu, até…

É isso Carlos Borrego! Confesso que já vendi os eucaliptos que tinha no Montijo e em Benavente. Também já mandei encerrar as pocilgas onde engordava bácoros lá para os lados de Alenquer.
Fico à espera de mais. Até porque acredito na palavra de Carlos Borrego.
Tenho dito!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Universidade de Aveiro entrega prémios e diplomas aos graduados dos CET


A Universidade de Aveiro organiza, às 18h00 desta segunda-feira (12 de Novembro), no auditório da Reitoria, a cerimónia de entrega de diplomas aos 260 novos graduados dos Cursos de Especialização Tecnológica (CET) promovidos pela Escola Superior de Design, Gestão e Tecnologia de Produção Aveiro Norte (ESAN), Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA) e Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Aveiro (ISCA-UA). Na mesma sessão, presidida pela Reitora, Prof. Maria Helena Nazaré, vão ainda ser entregues os prémios escolares aos melhores alunos dos CET da ESAN.

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Para além da entrega de diplomas aos 260 alunos que concluíram os seus cursos nas várias escolas associadas da UA, os estudantes vão, também neste dia, ser reconhecidos pelo seu desempenho escolar. Aos sete melhores caberá um prémio pecuniário, financiado por várias instituições e empresas onde as escolas estão sedeadas.

A Molarte Colchões, SA vai premiar o melhor aluno dos Cursos de Especialização Tecnológica, em funcionamento na ESAN. A Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha distinguirá o melhor aluno do Curso de Especialização Tecnológica, em Tecnologia Mecatrónica, leccionado em Albergaria-a-Velha, a GROHE Portugal contemplará o segundo melhor e a Associação Industrial do Distrito de Aveiro o terceiro melhor aluno do mesmo curso. A Câmara Municipal de Sever do Vouga premeia os três melhores alunos do CET de Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos, leccionado naquela cidade.

Recorde-se que os CET surgiram na UA no ano lectivo 2002 – 2003, na ESAN, e estenderam-se, para além das escolas politécnicas que os promovem, praticamente a todos os concelhos do distrito de Aveiro, resultado de parcerias com entidades locais. Compreendem uma variante formativa em sala de aula, com uma duração média de 860 horas, durante um ano, e englobam as componentes de formação geral, científica e tecnológica, complementada pela formação em contexto real de trabalho. Esta vertente tem uma duração de 540 horas (entre três e seis meses) e decorre em várias empresas do distrito de Aveiro.

Os Cursos de Especialização Tecnológica em funcionamento estão especialmente orientados para a imediata inserção profissional dos alunos, mas também creditam para um eventual prosseguimento de estudos superiores. A conclusão de um CET, com aproveitamento, confere um Diploma de Especialização Tecnológica e creditação para prosseguimento de Estudos Superiores, podendo dar acesso a um Certificado de Aptidão Profissional de nível IV, reconhecido a nível europeu.

Os 260 graduados que esta segunda-feira vão receber o diploma, estão assim distribuídos:
ESAN – 230
ESTGA – 18
ISCA-UA – 12

Podia ter sido uma grande notícia…


Podia ter sido um bom pretexto para discutir, debater, criticar, tanto, tanto que deve ser mudado na nossa educação superior.

“No próximo ano lectivo todas as licenciaturas e mestrados da Universidade Aberta (www.Univ-Ab.pt) serão ministrados «online», permitindo aos alunos obter a sua formação sem sair de casa. Esta instituição, desde sempre ligada ao ensino à distância, tem actualmente todos os seus mestrados, e cinco das suas 20 licenciaturas, a funcionar neste sistema, mas a meta é tornar-se totalmente virtual.
Para Carlos Reis, reitor da Univ.Ab, o «e-learning» constitui uma possibilidade de ensino com enormes potencialidades. E a universidade que lidera está decidida a tirar o melhor partido destas vantagens geradas pelas tecnologias de informação e comunicação. Para possibilitar esta aposta, os docentes e funcionários da universidade estão a receber formação para trabalhar «online».

O processo é simples. Aos alunos é fornecida uma chave que permite o acesso a uma plataforma onde consta o seu curso e as disciplinas específicas que o integram. A partir daqui, o aluno desenvolve as actividades contempladas no currículo, sempre orientado pelo professor e em interacção com a turma, que não excede os 25 alunos.
De acordo com o reitor, “as turmas não podem ser muito grandes porque a interacção é mais activa e frequente do que a presencial e os professores têm de estar sempre presentes”. Este sistema de ensino, apesar de virtual, é bastante rigoroso. A par com a realização de trabalhos «online» e todas as outras tarefas associadas a um processo de avaliação contínua, os alunos são sujeitos a provas presenciais que servem para reforçar os trabalhos realizados «online».
Actualmente, são 15 os mestrados leccionados pela UA neste sistema. Nesta fase, apenas cinco licenciaturas estão adaptadas ao mundo virtual. Só a partir do próximo ano lectivo a UA adaptará todos os seus cursos ao ensino «online». A meta é que daqui a 3 anos, a universidade funcione totalmente no universo virtual. Carlos Reis faz um balanço positivo desta aposta, salientando que “quer os professores quer os alunos mostram uma enorme apetência a este sistema de aprendizagem”.

Trazemos este assunto para o centro da mesa porque fomos participantes activos de diferentes experiências cumulativas, no movimento do e-Learning, ao longo do tempo, desde a criação deste modo de educar/ensinar/formar.
As últimas iniciativas a que demos peito focaram o modo “blended” de entregar as lições, distribuindo conteúdos, interacções, cooperações via plataforma on-line e dedicando todo o sábado ao longo de 36 semanas para o contacto pessoal aluno-professor. Não só, o modo de entrega das lições presenciais abrangia a participação de mais do que um professor em cada sessão e beneficiava de suporte técnico activo que não está ao dispor da esmagadora maioria dos professores da educação superior.
Foi apenas um exercício laboratorial de prova em como é possível, fazer coisas com valor acrescentado, com permanente e crescente interesse por parte dos alunos, etc.etc.etc.
Ou seja, conscientemente atrevo-me a dizer que o e-Learning é não só possível, válido, mas também irreversível. Não é fácil; tudo menos isso. E-Learning é muito exigente em termos técnicos mas sobretudo organizacionais. Não se compadece com aquela estafada metáfora de pseudo-liberdade do mestre que ensina «à-vol-d’oiseau» consoante a manhã está de feição, ou debita umas tretas, se a tarde dá mais para a sonolência.
Das experiências de que nos servimos para saber mais, pagamos do nosso bolso a um dos filhos, a inscrição no curso Master of Science in Science and Society da Open University (http://www3.open.ac.uk/courses/bin/p12.dll?Q01F48) , para que pudéssemos, pai e filha, seguindo um mestrado à distância – coisas com interesse mútuo, beneficiar da possibilidade de dizer: «sei do que estou a falar….»
O curso foi muito violento para os padrões (brandíssimos) a que estamos habituados. Todos os dias, o programa exigia leituras, visualizações, comentários, respostas a solicitações, com uma carga física e mental, que reputo de algum exagero. Sobretudo, se olharmos os requisitos como efectivamente para serem cumpridos.
A máquina que a Open University mantinha on-line era tremenda, não só pelo número de monitores, animadores, desinquietadores, mas sobretudo pela incessante chamada à linha de tudo quanto estava inscrito no curso.

Aconselho vivamente, agora que temos novas (?!) equipas dirigentes nos rumos da nossa educação superior, a que os novos (?!) estrategas se tirem das suas tamanquinhas e vão até à feira, ver o que há de novo, sem se remeterem àquela parola situação tradicional, de que já viram tudo, em que só sábios, continuam a ser os mesmos dez!

domingo, 11 de novembro de 2007

Tanto caminho…

Para o ‘Philosopher Ratzinger’ , a Universidade em Portugal deve construir caminhos de comunhão e, tendo presente o aumento dos não graduados no país, convida os Académicos a avaliarem a eficácia dos meios de formação. "É preciso mudar o estilo de organização da comunidade académica portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Universidade ao ritmo do Concílio Vaticano II, na qual esteja bem estabelecida a função do académico funcionário (clero) e do académico contratado (laicado), tendo em conta que todos somos um, desde quando fomos baptizados e integrados na família dos filhos de Deus, e todos somos corresponsáveis pelo crescimento da Universidade", disse ‘Joseph Ratzinger’, após o ponto alto da visita, quando os reitores portugueses foram recebidos em conjunto no Vaticano.
«notícia do Espesso on-line 10.11.2007»


Merece ser ouvido:
Coral Sertanejo Nossa Senhora da Abadia

sábado, 10 de novembro de 2007

EDUCAÇÃO SUPERIOR – Tornar díspares o que parecem ser sistemas uniformes

A principal tradição dos profissionais dos sistemas de informação, sempre festejada no pontapé de saída de qualquer projecto, envolve um fenómeno que poderemos chamar: padrão ontológico (desde que isso não pareça ofensa aos profissionais da filosofia). Quando começo a escrever um programa para computador, o primeiro desafio é o de definir a ontologia que as estruturas de dados irão reflectir – ou seja, definir o tipo de coisas (ou a realidade) de que o mundo é feito e, portanto, o tipo de objectos criado e guardado através do funcionamento das aplicações. Em termos técnicos, isto chama-se um modelo de dados.
Ontologias são modos formalizados de descrever aspectos do chamado mundo real. Usam-se, tendo em conta duas importantes finalidades: a) permitir que múltiplas pessoas e computadores possam concordar com os mesmos factos & b) possibilitar aos computadores, a ‘prática’ de inferências, habitualmente feitas com base na classificação de factos individuais (O docente tem cronicamente publicado trabalhos de I&D), em categorias (pessoa investigador), podendo aceder a factos da categoria (aumento do risco de ultrapassagem por morcão amigo do reitor) relevante para o indivíduo. Muitos outros tipos de raciocínio podem ser feitos.
No caso da educação superior, uma ontologia (convencionalmente) pode incluir pessoas, trabalhos, títulos, departamentos, cursos, licenciaturas, graus, e agora também, a governação. Qualquer aplicação informática cujo objecto seja este, funcionará correctamente, apenas se tudo o que representa o mundo real, p.ex. da universidade, puder estar contido dentro de uma dessas oito categorias - ou mais.

No velho modelo, independentemente de qualquer funcionamento em rede, as diferentes universidades desenvolveram as suas ontologias de modo (nada) independente umas das outras. São visíveis tendências, a ‘olho nu’, incluindo o chamado isomorfismo institucional: um padrão de analogias entre o funcionamento das diferentes organizações; no mundo da rede informacional (WEB em especial), as forças do isomorfismo institucional são enormemente amplificadas. Se um aluno optar por estudar fora do seu local de origem, existem centenas de diferentes escolas com cursos «bologneses» de três anos, pouco importa saber se o funcionamento interno dessas escolas pode ser mapeado de uma para a outra. Mas se, no extremo oposto, precisamos escolher um estudante de entre centenas de escolas por cada curso (impossível, se for por turma) para uma reunião sobre o mesmo «processo de Bologna», em seguida, as escolas necessitam de garantir que as suas definições de curso, entre outras condições importantes, são as mesmas.·Padrão Ontológico, então, é o que resulta, quando organizações separadas, num determinado campo institucional, disso necessitam para tornar mais uniformes as categorias fundamentais do seu funcionamento interno. Até recentemente, a questão foi levantada principalmente no contexto de fusões entre universidades (Para trás! Credo! Te arrenego Satanás.); Se os sistemas informáticos de duas universidades que pretextam uma inadmissível fusão não podem conversar entre si – digamos, porque as suas definições de docente e de aluno não correspondem – então esta conversação técnica, pode resultar num verdadeiro caos (Estamos a falar de ficção científica). No entanto, o mesmo problema pode surgir numa grande variedade de contextos institucionais, mesmo quando não são formalmente distintas as organizações que se pretendem fundir.

As Instituições de ensino superior, em Lisboa principalmente, agora concorrem, com base nos seus distintos programas: o ISEG, por exemplo, poderia ter sido classificado na revista Exame, uns furos acima da Faculdade de Economia da U.N.L. a pretexto de um ou outro inquérito (tantos seriam, até que lá chegasse…). Os Departamentos podem trabalhar o design dos currículos para as suas licenciaturas de acordo com a sua própria e diferenciada abordagem, e os alunos podem escolher o programa que melhor se enquadra com os seus valores, metas e objectivos. As Universidades e os Politécnicos podem projectar o seu ‘core business’, de acordo com uma filosofia educacional ou (quem diria) comercial. Porque as decisões sobre o programa, filosofia e conteúdo dos cursos são tomadas pelo corpo docente, o conteúdo e fronteiras entre cursos são flexíveis; tudo pode ser alterado para atender uma evolução conjuntural das circunstâncias, subversivamente até, se pode pensar em ter em linha de conta os interesses dos melhores alunos.

A lucubração já vai longa, que diabo, hoje é sábado, dia de música; como diria um meu antigo chefe de laboratório, que me via fazer o saco à sexta-feira (Eindhoven): Já vais para a loucura, é?
Bem, não nego que tenha saudades de Amsterdam, desses anos 70s, de…
A história não é para aqui chamada. O que quero chamar a atenção é para a iniciativa do Virgílio Machado:


http://scratchpad.wikia.com/wiki/Universidade_Portuguesa

Virgílio, explicará preto no branco, até porque ele é a «source», o que espera de cada um de vós.
Eu, humilde pedreiro livre, o que vos peço é, sempre que possível, deixem pistas para que possa ser tratado ontologicamente o vosso conhecimento e a vossa opinião sobre o cristal da educação superior ‘à la Portuguaise’.
Aos que, por variadíssimos e respeitáveis motivos, não vão escrever nada na WIKI, pedimos que se registem. Nós precisamos, no mínimo, de vinte membros que façam parte da seita, para termos direito a uma WIKI independente, com hino e bandeira, pois claro.


Agora que está terminado o trabalho…
Ouçam Melanie Safka - Ruby Tuesday (live 1982), quando a Melanie preenchia noite e dia.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Pois, pois… Creative Teacher, sim, sim, claro, claro!




Alguém disse - não fui eu com certeza - que vamos deslizando numa onda com origem na rede da economia da informação. Rapidamente (?!) se percebe que não somos assim tantos com capacidade física para produzir e comunicar informação, conhecimento, cultura,…
Seguindo um velho chavão, que nem sequer está com etiqueta fidedigna (Pareto), 80% das pessoas que connosco se relacionam não estão interessadas em muito mais do que o estafado ‘fait-divers’. A diferença reside na constatação de que eu, hoje, possuo um aumento notável da minha capacidade de criar e comunicar informação, com resultados observáveis na velocidade com que intensifico a formação das minhas conexões.
Faz hoje 20 anos que tive direito a um dos raros endereços de correio electrónico do nosso passado recente: «alex@fep.up.pt». Recordo, a emoção do nosso actual e querido Ministro das Finanças, FTS, de pé, ao meu lado, a reler alguns correios que me chegavam e a vislumbrar futuros, em voz alta, alguns dos quais a FEP.UP lhe deve, seguramente. Olhando (cansado), estes vinte, dez anos atrás, comparando a minha rede de informação anterior com a actual (FTS já não se corresponde comigo, p.e.), as diferenças fundamentais estão ancoradas no significado de extensão, amplitude.
"Back then" a minha rede consistia de pessoas que me estavam próximas geograficamente, CIUP, FEUP, FEP, mais a comunidade do Machine Learning e a informação por ela produzida na sua qualidade de autores e educadores. Hoje, a minha rede ainda inclui estes elementos formais, mas a minha aprendizagem provem agora, através de conexões que tenho com pessoas de todo o mundo. Em alguns casos, as pessoas são pensadores e teóricos com autentico nome próprio. Noutros casos, as pessoas são professores que enfrentam a «dura tarefa» de lidar em cada ano, com uma trintena de alunos que chegam diferentes, por cada novo contentor que desembarca no cais. No passado, não tive acesso directo a muitos dos peritos de que precisei (a experiência foi mediada pelo autor ou jornalista) ... nem consegui chegar aos amadores (a experiência foi limitada devido à falta de ferramentas para criar e ligar...).
A Tecnologia impõe a mudança. A Tecnologia possui/cria causas. Ela simboliza visões do mundo (quantos de nós não repetem que a WEB representa igualdade e democracia?). A tecnologia também força alterações nos papéis desempenhados - professor e aluno, caminham em pé de igualdade no que se refere ao acesso à informação. Mas a situação nas escolas é muito mais complexa do que o simples acesso à informação. Todos nós gostamos (discurso directo) de uma boa lição convencional, de escutar com enlevo alguém que nos vem trazer novas e coisas que não sabemos, mas… passado o momento de ternura, regressamos à dureza da realidade: falamos da (auto) exigência de construção de novas competências, aptidões que nos deixem trabalhar em novos ambientes e mergulhar com ou sem equipamento especial, em profundas e complexas compreensões de múltiplos campos de conhecimento e de saber.
O jornal N.Y.Times publicou um artigo: 'New Class(room) War: Teacher versus Technology',
que nos traz uns bitaites sobre escaramuças e conflitos à volta dos factores culturais, educacionais e sociais que estão à porta e sobretudo dentro da sala de aula.
Pessoalmente, faço sempre um esforço exigente no sentido de tentar conhecer os meus alunos. Uso variadíssimos truques para os manter à minha volta e parte deste ‘know-how’ devo reconhecidamente às lições de Felder & Brent, ou seja, sou um caso real de aluno aplicado. São múltiplas as abordagens e as perspectivas que me servem para perceber que matéria-prima cai na mesa do oleiro e portanto, também para desenhar a ‘big Picture’ da turma e da miudagem. Parte da recompensa que, vaidosamente, chega no final de cada «obra», é resultado dessa aprendizagem acerca do Zé Tó ou da Floribela que fazem parte do meu labor.

Vale a pena ganhar tempo, estudando os nossos alunos.


Link para o artigo:
http://www.nytimes.com/2007/11/07/education/07education.html?_r=2&oref=slogin&oref=slogin

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Chama a Judite!


Hoje a seguir ao TJ, vamos falar de uma arte que extrai conclusões de dados imperfeitos. Quem quer que esteja «apertado» neste imenso Portugal, chama a Judite e as coisas melhoram. A Judite está treinada para obter informação a partir de dados enunciados, ou melhor fabricados, com o propósito de obter um efeito multiplicativo com ponto de partida em números acerca de situações que eles representam.
Algumas destas técnicas são surpreendentemente simples de aprender e usar, mesmo por políticos e jornalistas, pese embora o facto de ser a teoria matemática que explica como é que isto trabalha.
Estamos a falar de Aritmética Política!
Sim senhor, falamos da arte de fazer inferências e desenhar conclusões a partir de dados imperfeitos, como são os do Ministério da Educação Inferior.
Os valores são de facto imperfeitos, mas cá em casa, temos suficiente experiência para sermos capazes de partilhar convosco informação útil sobre estas tretas sem que seja preciso contar toda a história.
Divirtam-se!