quarta-feira, 30 de abril de 2008

(Às vezes…) A separação entre verdade e mentira pode não ser mais espessa do que…




Confesso que esta história do António Raposo, professor da educação inferior durante 30 anos, cujos documentos de habilitação para o exercício da profissão não foram aprovados, me deixou inquieto.
Confesso que exerci a profissão de educador no patamar superior em duas instituições públicas e os documentos que, pretensamente, me habilitaram para o exercício do mester eram (são) simples fotocópias, cujos originais estão guardados por mim na Casa do Pujal.
Prestei provas públicas de aptidão pedagógica e capacidade científica... presididas pelo nosso venerado ministro Fernando Teixeira dos Santos, tudo isto acrescido de outras cenas chamadas 'pós-graduação' que, eventualmente, serão tidas mais em conta do que as já citadas fotocópias. Isso nunca me impediu (nem impedirá) de dar o mais valioso e alguns tostões, para frequentar sessões avulso e/ou por atacado, de tudo quanto cheirar a educação/formação interessante e inovadora.
Quero dizer tátá e a língua parece entaramelada… pois então não é que, eu sinto, apesar do meu envolvimento anos e anos a fio num desanimador doutoramento em economia do desenvolvimento quando todos os craques já tinham queimado os livros que haviam escrito, apesar de ter levado (muito) a sério um mestrado em gestão da ciência (de que gostei), apesar de – displicentemente – maltratar um doutoramento de meia tigela em gestão industrial, sou obrigado a confessar ao mundo, que o portefólio suporte das minhas andanças no ensino/educação/formação provem da Escola Técnica da IBM, das estadias nos laboratórios da Lyonnaise des Eaux, da passagem pela Daimler-Benz, dos projectos do Ikerlan, do curso de formação de formadores vulgo CAP que apesar de não ser obrigatório (tenho mais de 20 anos registados no ensino) gostei de fazer, do tempo que passei em Eindhoven, Cambridge, Glasgow, S. Francisco, Salt Lake City, Aalborg, dos seminários que a U.A. me proporcionou ao longo dos últimos anos, das horas agradabilíssimas que passo com os meus alunos dos MBAs (pagas a 80 Euros/hora), dos meus roteiros como andarilho que só terão fim na hora da grande viagem…

Receio, que uma cuidadosa sacudidela de papéis, em qualquer uma das instituições públicas da educação superior, possa fazer voar pela janela das Administrações um bom lote de certificados, diplomas e outras garantias feitas na mesma fotocopiadora que trabalhou para o António Raposo. Hesitante, até porque posso ser julgado como conivente em falsificações de documentos e promoção de habilitações não certificadas, acabo de afirmar neste espaço de comunicação, aos quatro ventos, que estou disponível para testemunhar a favor do António Raposo. Desse facto, já fiz seguir carta pessoal com essa decisão.

Estava eu a lucubrar sobre este e outros quiproquós, quando recebi mensagem de uma colega nossa, ilustre, a rejeitar um artigo de minha autoria, que ela havia solicitado para Revista que a Senhora coordena e publica. Acompanhava a rejeição, um bem elaborado tratado linguístico que se desdobrava ao longo de 6 páginas.
Li com todo o cuidado a prosa da minha amiga. Atribui 100% de credibilidade às razões da sua (dela) mágoa, pela porcaria de prosa que eu lhe havia enviado.
Escrevi-lhe com grande simpatia a oferecer o meu ombro para tão grande tristeza.
Acreditem que regressei ao famigerado texto e à resma de correcções sugeridas pela nossa doutora. Senti-me assim a modos que mentiroso computacional.
Helas!
O meu artigo pretendia ser um resumo de uma colecção de textos que Eu escrevera originalmente em inglês, para os meus alunos da UTA-UFA. Trapalhão como sou, meti o inglês original no Google Translate e verti aquilo para português. Juro, andei às voltas com 12 páginas de tradução automática durante 2 semanas (a espaços). Também me pareceu que o resultado final teria ficado melhor, se reescrito à pata pelo autor.
Mas, só eu sei, que a diferença entre uma história assim vivida, assim contada, ser verdade ou mentira, possui uma espessura que não é mais do que a…

É por histórias como esta, e outras ainda mais inverosímeis, que eu escrevi ao António a oferecer-me como testemunha. Só vos sei dizer que, se o António me aceitar, vai ser o bom e o bonito para o Juiz me aturar.

terça-feira, 29 de abril de 2008

«MCTES» Directas… JÁ!




Dou de barato que a maioria dos interessados na educação superior é gente do PPD/PSD. Trata-se de povo que tem manifestado por mor das vezes uma apetência voraz por disputas dirimidas por meio do voto, o que para um apaixonado por coisas e ideias gregas ou das grécias oriundas, é meio caminho andado para que me sinta em casa. Depois, estão marcadas eleições directas para o PPD/PSD, ao que julgo saber nos finais de Maio, o que é um tempo assaz bem assinalado, tempo de pujança em que a flor se transforma em fruto. Mais, postados que estão dois candidatos para o lugar supremo do MCTES, Mariano Gago dono actual da posição e António Nóvoa dono de ideias claras acerca da mesma posição, ambos os dois – imagino eu – sem anti-corpos para disputar eleitoralmente um cargo político que tanto pode ser do PS como do PPD/PSD, dariam a um país, ainda e sobretudo a navegar em défice financeiro, mas também científico, educacional, cultural, tecnológico, fundacional, um bom exemplo de racionalidade e de mentesbrilhantismo. Se alguém ainda não compreendeu o que eu quis dizer neste arrazoado linearmente explanado, então é burro tal como eu.

António Nóvoa tem sido exemplo de estudo e planeamento estratégico, impar no panorama reitorício nacional. Tem ideias, sabe explicá-las e com alguma sorte pode ser que alguém acredite nisso.
Mariano Gago, é corredor de fundo; não se esgota num RJIES mal explicado e pior aplicado. Tem no bolso um trunfo de monta que vai dar água pela barba dos seus críticos actuais: O Programa Novas Oportunidades para a Educação Superior. Sim, que nisto de treta o Zé não brinca.

Deixemos a palavra aos actores principais. Será deles e só deles o protagonismo que virá a seguir.
O papel principal é vosso!
OJO! Obviamente, do António Nóvoa e do Mariano Gago.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

PODCAST

Impressionante!
Toda a máquina da educação superior está parada, desde as 15:00 horas de hoje.
Tudo em 'suspense' para ouvir o podcast do Zé.



Que futuro para a educação superior pública, em Portugal?

Reestruturação dos cursos... Financiamento... Novos Métodos... Ligação entre as universidades e o mundo do trabalho...

16:12 Antena UM
● As instituições da educação superior vivem dificuldades financeiras…
● O Governo sugere que a transferência em Fundação é, para uma IES, a melhor garantia para usufruir maior autonomia.

MG: é; o que; não; bzbzbzbzbzbz
É importante a flexibilidade na frequência de cursos e disciplinas…
Esta coisa dos currículos mistos…
16:23 Desculpem lá, que eu vou ali e venho já.

Diz Manuel Heitor: O processo de Bologna bzbzbzbzbzbz

Entra António Nóvoa (UL): A U.L. acabou de aprovar novos estatutos.
É preciso maior diversidade do sistema.
É preciso maior autonomia das entidades do sistema.
É preciso maior abertura do sistema.
É preciso melhor informação aos estudantes.
O financiamento da UL é crítico.
A UL mantém o estatuto de instituição pública.
5 grandes áreas estratégicas.
Grande aposta na modernização da gestão da UL.

Entra Marques dos Santos (UP): Vamos obter um consenso alargado para avançar na direcção da Fundação.
Na nossa Fundação Pública o Estado tem toda a responsabilidade uma vez que somos uma instituição pública.
Não há nenhum argumento contra o modelo fundacional.

Entra Manuel Frederico Tojal de Valsassina Heitor: O objectivo estratégico do Governo é a integração num modelo europeu.
Bzbzbzbzbzbz

Entra João Guerreiro (UAlg): Dificuldades financeiras?

Hummmm… houve um desequilíbrio em 2007.
Tirando isso… está tudo bem.
O futuro é saltar as fronteiras.
Queremos alunos da Andaluzia, do Brasil, de Angola, Yemen, Iraque, Afeganistão…
Fundação? Sim daqui a dois ou três anos.
Tirando isso… está tudo bem.

Entra Jorge Araújo (UE): Modelo fundacional não está explicitado.
A envolvente da U.E. não suporta o financiamento da universidade.
Lamentamos que a Academia do SUL esteja limitada às universidades de Évora e do Algarve. O MCTES não deixa que os Politécnicos da região se associem ao consórcio.

Entra Manuel Heitor: Consórcios são peça central…
Alargar a base do sistema.
Reforçar o sistema binário.
Consórcios só da mesma natureza.
Universidades e Politécnicos não podem juntar-se em consórcios porque isso contraria as orientações da OCDE.

Entra Luciano Almeida (CCISP): Fundações? Consórcios?
A lei veda a fusão de Us e de Ps.
O Relatório da OCDE desencoraja a fusão mas nada diz contra consórcios entre Us e Ps.
O problema é a oportunidade política.
Falta legislação sobre os consórcios.
Há Politécnicos pequeninhos. Há Universidades pequeninhas.
Fundação? É uma falsa questão.

Entra Pedro Saraiva (UC): Bzbzbzbzbzbzbzbz
Muitas reticências ao novo modelo de financiamento.
Bzbzbzbzbzbzbzbz

SNESUP: diz que as razões financeiras não dão opção ao modelo fundacional.

ISCTE: As transferências financeiras do Estado são diminutas.

Entra António Nóvoa (UL): 3 pontos a reter deste debate
(1) Sub-Financiamento; é impossível desenvolver a Educação Superior com este nível de financiamento.
(2) Impossível recrutar docentes de elevado nível.
(3) Não se deu nenhum passo para reorganizar a educação superior. Mesmos cursos; mesmas instituições.
Dar liberdade às instituições.
É preciso avaliá-las.
Não preciso montar um excesso de normalização.
Garantir melhor relacionamento entre os subsistemas.
Ver o exemplo da U. NY e o Politécnico de Brooklin.

Entra Manuel Heitor: Mais financiamento… mais financiamento.

Entram os representantes dos Estudantes
Entra a Vice-Reitora da Universidade de Aveiro.
Entra a Vice-Reitora da Universidade Nova de Lisboa

SAIO EU!

Agenda à Gaganância


NÃO PERCA:

ANTENA UM (28.04.08)
Não perca entrevista com MCTES
16:12 TARDE - ANTENA 1 (2ª PARTE) Com Paulo Rocha
(Até às 17:00 Especial Ensino Superior Público)


Mariano Gago defende a simplificação dos conteúdos de alguns cursos superiores

O ministro da Ciência e Ensino Superior, José Mariano Gago, afirmou em entrevista à Antena 1 que é necessário reforçar ou atribuir uma componente prática a certos cursos de ensino superior. Tomando como exemplo as Ciências Sociais e Humanas, o ministro diz que estas devem ser mais práticas porque da parte dos empregadores, tem crescido a procura por diplomados com competências técnicas.

JORNAL DE NOTÍCIAS (28.04.08)
Mariano Gago em politécnico apostado na investigação
O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) assinala hoje, no Teatro Municipal da cidade, o seu 25.º aniversário em cerimónia para a qual o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, José Mariano Gago, foi convidado a proferir a Oração de Sapiência.
O facto de ser um dos institutos politécnicos que mais tem apostado na formação de doutorados e na investigação - a sua produção científica cresceu 10 vezes entre 2000 e 2007 - terá contribuído para o interesse do ministro.

ÚLTIMAS… ÚLTIMAS… 27.Julho. © 2007 LUSA

O Ministro da Ciência afirmou que o novo regime jurídico das instituições de ensino superior, aprovado quinta-feira, permitirá às universidades assumir "uma dimensão fortemente científica".

Mariano Gago considerou que o RJIES permite "uma variedade e organização de regimes jurídicos que possibilitam, pela primeira vez na história da ciência portuguesa, fazer consórcios formais, em que as unidades de ensino, as faculdades e as entidades de investigação possam colaborar e em que as universidades assumam uma dimensão fortemente científica".

Em declarações aos jornalistas no final do encontro informal dos ministros europeus da ciência, Mariano Gago disse estar "convencido de que (RJIES) pode contribuir para ajudar as forças reformistas internas às próprias instituições".

"A lei permite e ajuda a que essa reforma se faça em várias dimensões: em primeiro, permitindo e exigindo que no topo da direcção das universidades e dos institutos politécnicos se incorporem competências externas às instituições", disse.

Em segundo lugar, acrescentou, vai permitir que, pela primeira vez, os centros de investigação estejam finalmente representados nos conselhos científicos das instituições "com uma dimensão que seja razoável e compatível" com a sua importância nas próprias instituições.

"Isto são boas notícias para o desenvolvimento da ciência e tecnologia no nosso país, mas temos a consciência de que há muito trabalho a fazer e que grande parte da reforma tem que ser concretizada no terreno. Trata-se de uma reforma que exige que os mais novos, os mais dinâmicos e mais produtivos nas diferentes áreas corporizem agora na realidade", concluiu.

FORÇA ZÉ, avança, estou contigo!!!

domingo, 27 de abril de 2008

António teve azar

António teve azar
Decididamente, António não nasceu na data certa, nem estava no sítio certo, naquela hora de azar!
Caiu-me nas mãos um daqueles jornais do futuro que estão acessíveis nos semáforos de maior frequência, autocarros, estações de Metro, Pendolino e outros meios de transporte. De seu nome «SEXTA». Ano 1, n.º 27
Trazia na capa uma loira estrela de 50 anos, ou seja uma rapariga do meu tempo, o que me fez despertar simpatia pelo jornal, classificando-o mentalmente como: «este é dos nossos».


Na coluna da esquerda uma chamada para o tema de capa remetia para as páginas 2/3 a história de António Raposo, professor da educação inferior durante 30 anos e expulso recentemente da função pública por falsificação de documentos.
Sinceramente, não sei nem conheço a estratégia da defesa que procurará amenizar a tragédia da vida actual do António. Não sou muito dado a defesas, até porque sou praticante daquela máxima futeboleira que diz ser: «o ataque a melhor defesa possível».
Mas, como de causídico e de louco todos tenemos um pouco, então lá vai:

1. Consulte-se o processo Universidade Independente versus José S. Pinto de Sousa (tronco dos Sousas ali para os lados de Sabrosa)


2. Consulte-se a Agência Nacional para a Qualificação

Sabia que...
aprende ao longo da sua vida e em diversos contextos (escolares, profissionais, sociais, etc.)?


Sabia que...
o que aprende fora da escola também é válido para obtenção de uma qualificação?


Sabia que...
nunca é tarde para voltar a aprender?


Sabia que...
num Centro Novas Oportunidades pode descobrir o percurso formativo que melhor se ajusta ao seu perfil?


Sabia que...
através destes percursos pode (re)iniciar a formação, tendo em vista a qualificação que lhe falta

- Sistema Nacional de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências
- Sistema Nacional de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Profissionais
- Cursos de Educação e Formação de Adultos
- Cursos do Ensino Recorrente
- Cursos de Especialização Tecnológica
- Acções de Formação de Curta Duração - Acções S@bER+
- Formações Modulares
- Vias de Conclusão do Nível Secundário de Educação


Porque
Aprender compensa


Invista em si!

Tiveste azar António. Aquele abraço! Até porque não estás só neste imenso Portugl.

sábado, 26 de abril de 2008

É tão «fácil» inovar em Portugal

Passei ontem o dia em Vila Nova de Cerveira, numa daquelas comemorações que valem sobretudo pelos amigo(a)s aos quais se renovam as vistas. É quando deitamos a vista em cima dessa geração prateada que obtemos a prova de que o Sol anda mesmo à volta da Terra.

Esta manhã, ao prestar-me a contas, dei de caras com o DG do Hotel que, afável e sorridente, fez entrega do meu Cartão Cliente. Tenho 9 pontos e, imagino, pertenço à Legião Estrangeira.

Um dia destes, um qualquer reitor – qualquer não, tem de ser inovador – entrega um 'electronic card' aos seus clientes, estudantes e professores da educação superior.
Façamos o filme com Marques dos Santos (que conheço pessoalmente) pessoa pra-frentex e com dois ou três roteiros que poderão ser boas fontes de ideias inspiradoras. O reitor da UP entrega o cartão cliente ao estudante e diz-lhe: - Parabéns jovem! Por cada módulo do Bologna Process em que faças a tua inscrição damos-te 10 pontos para o curso “lifelong learning Indiana Jones”.

Até aí tudo bem. O jovem aceita cartões avulso desde que soube o que era a Vodafone e fez castings com a Patrícia Vasconcelos.
O problema de inovação é mesmo com os professores… que motivação irá inventar Marques dos Santos (UP) para que o professor se sinta mais ou menos «aberto» a esta treta do cartão de pontos.
H1: n.º de horas passadas no interior do campus.
H2: n.º de horas passadas no interior do senado universitário.
H3: n.º de horas passadas a mandar ‘mail intoxicado’.
H4: n.º de horas passadas a atender alunos tipo «fonte seca».
H5: n.º de horas passadas a tentar convencer a «sogra» de que tem profissão de futuro.
H6: n.º de horas passadas a convencer a namorada de que passou ao lado de uma grande carreira, sem culpa própria.

Resta uma hipótese, sobre a qual tenho algum pudor em abordar:
- Pode ser que o reitor considere pontuável, uma fórmula que traduza a utilidade do professor.
Se for difícil quantificar a utilidade, porque não considerar a propensão para ser útil?!

sexta-feira, 25 de abril de 2008

As portas que Abril abriu




Era uma vez um país

onde entre o mar e a guerra

vivia o mais infeliz

dos povos à beira-terra.


Onde entre vinhas sobredos

vales socalcos searas

serras atalhos veredas

lezírias e praias claras

um povo se debruçava

como um vime de tristeza

sobre um rio onde mirava

a sua própria pobreza.


……………………………………………

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ARY dos SANTOS

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Será que as empresas sem Agenda, têm futuro?

Nem sequer estou hoje particularmente bem disposto. Passei por uma das empresas onde facturo boa parte do meu salário médio e vi uma página A4 pendurada por cima do relógio de ponto das instalações fabris. Dizia por lá, que o José Gonçalves iria substituir António Castanheira e que a sua função principal seria a de organizar a produção.
Estamos a falar de um universo povoado por 300 pessoas. Sector industrial: construção metálica. Quadros superiores e intermédios na ordem de 10% do pessoal.
Falei com Gonçalves, desejei-lhe boas vindas, perguntei coisas sobre o trajecto profissional & etc. coisa e tal. Fiquei pensativo, a tentar perceber que raio de ideia era aquela, a do «dono», administrador de empresa, ir buscar um “encarregado” a uma empresa concorrente mais pequena e trazer o «nosso homem» para – diz no papel – organizar a produção.

Fiquei curioso, desejoso de assaltar o carro deste administrador de empresa e perscrutar a agenda, a sua agenda, onde ele seguramente anota o futuro da sua empresa, pior do que isso, o futuro daquelas 300 pessoas.

Desanimado, dei meia volta e vim sentar-me numa esplanada junto à praia de Francelos. Voltei a ligar o HP/Compaq e regressei ao texto da Regina sobre o futuro dos Politécnicos.

Imaginei o carro do administrador da nossa Educação Superior. Lucubrei modos de lhe assaltar a agenda.
Vieram-me à memória as últimas folhas A4 que Zé Mariano mandou afixar junto aos relógios de ponto de universidades e politécnicos.

Como será a agenda de Zé Mariano?

Como será o futuro de milhares de pessoas que fazem da educação superior o seu modo de vida?

oh! Portugal, Portugal, de que é que estás à espera…


Regina Nabais e o seu combativo Polikê, coloca-nos a todos, aos da educação superior (patamar de cima) e aos da educação superior (patamar de baixo), 11 questões sobre o momento dos politécnicos, cada uma delas a merecer justificada inquietação, quanto mais não seja pela ausência de preocupação por parte da generalidade dos sábios deste país.
Tenho a desdita e a má sorte de gostar das canções do Jorge Palma. Mais ainda, daquele refrão em que ele canta: - oh! Portugal, Portugal, de que é que estás à espera…
Todas estas minúsculas políticas à portuguesa me merecem um profundo e sentido desprezo. Quem manda as bocas, esconde-se! Quem diz que não, não se explica! Quem maneja títeres e bonecos de trapos, olha para o resto do maralhal com aqueles óculos à rica, como quem diz: - Embrulha!
A esse(s) respondo com aquele gesto tão ao gosto do Zé Povo.

Pela minha parte, não fujo ao combate.
Sou defensor da solução aveirense, no respectivo contexto regional, onde as ideias e a estratégia de Júlio Pedrosa, procuraram criar escolas pequenas em aldeias industriais, tendo como esqueleto de serviços e recursos uma organização própria de âmbito mais amplo.
Mas isso não me impede de dizer que o Politécnico de Lisboa possui background q.b. para se tornar numa grande escola modelo do que pode ser um politécnico orientado para a indústria pura e dura. Nada disso impediria que este politécnico da cidade grande tivesse escolas filiadas, fossem elas em Santarém ou em Setúbal.
Quem, por distracção ou outra motivação, tenha vindo a seguir o percurso do politécnico de Leiria, percebe que esta escola não é exactamente igual às outras.

Aquilo que me tira do sério e me faz dizer impropérios e chamar nomes a pessoas bem vestidas e bem cheirosas que são DONOS da educação superior, é este irritante e continuado “mandar bitaites” do cimo da burra, sem dar a oportunidade às respectivas comunidades de discutir o seu destino, desenhar as suas estratégias e planos de sobrevivência e ser capaz de debater com essas mesmas comunidades numa postura digna e de Estado.


quarta-feira, 23 de abril de 2008

Is Open Access Teaching the future?


Roubado que está, parte do título, à Scientific American Magazine desta semana, porque sim, porque afinal todos somos culpados de pensar pouco, debater menos, rabiar (se possível) só de fraque, regressemos às questões que verdadeiramente nos interessam.

11 em cada 10 questões que me colocam nos Montes Urais, tem a ver com o formidável impacto que toda a máquina de informação norte-americana causa nas várias redes distribuídas pela WEB. Aquela malta (nós também) consome quilómetros e quilómetros de pixels, desinquieta, perturba, empurra tudo quanto é “macaco” da educação para novas formas de pensar, operar e agir.
Dormindo eu, pouco mas seguido, revisito com facilidade a enormidade de tarefas a que portuguesmente me entreguei ao longo dos anos, a maior parte das quais nunca foi concluída. Uma delas, regressa agora à actualidade, embora os eixos não sejam coincidentes, nem a direcção, nem o sentido. O ponto de partida é invariavelmente o mesmo:
- Que transformação para esta aprendizagem, para esta ensinagem, para esta instrução ?!

Não é possível transladar modelos norte-americanos como se procedêssemos a uma operação de mapeamento, ponto por ponto. Já discuti isso com quem sabe: Eric Mazur, Richard Felder, Rachel Brent, Diana Oblinger,… Europa é Europa, ponto final.

Nos dias mais chegados, voltei a ter a prova de que construir a folha de Excel, capaz de arrumar os ECTs no puzzle do Bologna Process, é coisa de miúdos. O que pede meças é a construção de modelos distintos e experiências diferenciadas e muita coragem para erguer a chamada escola nova. Há 10 anos atrás, com a camisola da FEP(UP) e o dinheiro à medida de um “intelligence agent” andei a soldo da Agência de Inovação, nos campus de Aalborg, uns bons pares de meses a tentar perceber de que se tratava aquilo. Mais tarde, encontrei reitores e reitoras da Universidade de Aveiro com ‘pin’ e ‘badge’ a debitar tretas acerca de uma (mentirosa) aplicabilidade do modelo de Aalborg à ESTGA (escola politécnica de Águeda) e pouco tempo depois, o mesmo discurso, a mesma treta, quando se criou com sangue, suor e lágrimas a ESAN (escola politécnica de OAZ).

Regressei ao local do crime em que me envolvi desde 2001, à data do meu compromisso com a erecção da escola em OAZ. Mau grado a pressão política que queria a toda a força, plantar o politécnico em Terras de Santa Maria, foi o discurso de Aalborg que impôs a Escola Aveiro-Norte naquela aldeia industrial de OAZ; não é impunemente que está ali a nata da facturação da indústria de moldes, mais ainda, é dali que saem todos os dias ‘comboios’ de camiões TIR plenos de componentes para a indústria automobilística europeia. Os politécnicos devem estar onde está o trabalho. E não me venham dizer que o trabalho é coisa de segunda categoria, pese o facto do Torneira Pinto ter levado uns quilos de ouro para casa só por ser expert em operações de offshore.

Deixemos a retórica dos reitores, que de Aalborg só sabem que se escreve com AA, e observemos o enunciado básico desse modelo:

“Interaction between Education, Research and Professional Practice”

Querem coisa mais linda para ornamentar a fachada dos nossos politécnicos?
Perdão… “Universidades de Ciências Aplicadas”.
Retirem-se as tabuletas, queime-se o papel dos ofícios, promovam-se novos cartões de apresentação, inundem-se os sites oficiais de trojans e spiders rancorosos, mas por favor, estudem o modelo de Aalborg.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Ele há coisas entre os pequenos que os grandes nunca conseguem explicar



Então não é que AVEIRO já se safou???

«No Norte, o modelo aponta para a junção de forças dos institutos politécnicos do Porto, Cávado e Ave, Bragança e Viana do Castelo.

No Centro, o projecto prevê a união dos politécnicos de Leiria, Coimbra, Guarda, Viseu e Castelo Branco. A somar ao quinteto, e no âmbito dos “acertos específicos” referidos no projecto de despacho, podem juntar-se os politécnicos de Santarém, Tomar e Portalegre.

O terceiro grande consórcio regional aponta para o envolvimento dos politécnicos de Lisboa, Setúbal e Beja.

Num documento de orientações que os próprios institutos politécnicos já enviaram para o Ministério de Mariano Gago, é sugerido que os consórcios entre as escolas assumam a designação “Universidade de Ciências Aplicadas”.»

A esta hora, alguém se está a rir, chama-se Júlio Pedrosa.


A outra face ESQUECIDA do Bologna Process

«Escreveu Dias Agudo, em Julho de 1967 (citado por Virgílio Machado):»
“…Aliás, estudos anteriores ao Ano Estatístico Internacional haviam mostrado já que os fluxos de ideias entre a Universidade e a Indústria, e entre a Universidade e o Sector Público têm sido muito reduzidos em quase todos os países da Europa. Nalguns tem havido mesmo a tendência para desligar toda a investigação científica de nível mais avançado das universidades e concentrá-la em institutos de investigação separados. Ora, a maior parte dos cientistas e responsáveis pela política científica concorda hoje que esta maneira de proceder tem sido um erro e defende uma maior concentração de actividades de investigação nas universidades e/ou em íntima ligação com elas.”

Só quem não anda por lá – nem que seja de quando em quando – é que não se apercebe que, desde Reitores/Presidentes, passando por Directores de Curso, ou «donos» de disciplinas, toda esta gente liga pebas a qualquer outra coisa que não esteja fisicamente amarrada à etiqueta AULAS.
Entre doutores e engenheiros chamamos AULA ao espaço físico onde se desenrola a instrução. Já os estudantes perguntam entre si, ao tomar o café da manhã, aí pelas quatro da tarde: Vais à AULA?
A AULA é o espaço de tédio, de aborrecimento, de chatice, onde nada ou quase nada acontece, tirando um ou outro irrequieto mobile mais inovador.
Quem quiser, pode mexer as tamanquinhas e ir ver duas ou três sessões de gente que ensina matemática ou biologia (p.ex.), aos miúdos com 12 ou 13 anos, por essas escolas fora da educação inferior. Vá ver e PF compare com o que se passa no dia a dia da educação superior.

Diz o «Bologna Process» num dos seus muitos documentos, por exemplo “The Glasgow Declaration” (2005), pág.ª 4, § 21: Universities assume their responsibility for providing a broad research-based education to students at all levels in response to society’s growing need for scientific and technological information and understanding.

E continua no § 22: Universities must exercise their own responsibilities for enhancing research and innovation through the optimal use of resources and the development of institutional research strategies. Their diverse profiles ensure that they are increasingly engaged in the research and innovation process, working with different partners.

Descodifique-se…
Traduza-se…
Incorpore-se na missão…

Dá trabalho? Claro, claro que dá trabalho!
Mas, os neurónios agradecem e a Alzheimer até pode regredir (nalguns casos…).

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Em Portugal, também é possível ir mais longe na área da Medicina e da Investigação…



Quem disse isto e coisas parecidas com esta, foi Sobrinho Simões. Disse isto recentemente, já em 2008. No site da Antena Um está lá um podcast datado de 17.Abril.2008 onde se pode ouvir um Homem da educação superior a falar de coisas sérias.

Façamos um breve intervalo para ler afirmações de Dias Agudo datadas de 1967, que
Virgílio Machado nos traz à superfície. Diz VM que são tendências actuais. Pois são Virgílio, pois são…
« as nações têm o direito de exigir de que a actividade científica de muitos dos seus investigadores seja posta ao serviço do progresso económico e social das populações. Mas, ao mesmo tempo que deve chamar-se a atenção dos cientistas para os projectos com maior probabilidade de contribuírem para esse progresso (interessando-os nos problemas a resolver por meio de subsídios de investigação, por exemplo), não deve coarctar-se a sua liberdade intelectual, o seu espírito de iniciativa, pois só num clima de liberdade se pode desenvolver o espírito criador indispensável a toda a investigação.»

Só esta recuperação do Dias Agudo, feita por VM dava «pano para mangas» para um tal Congresso!

Sobrinho Simões tem feito um percurso singular na escola do Porto.

Diz ele: “O Estado deve assegurar uma fracção substancial das verbas necessárias para a investigação científica básica (Se não for o Estado a fazê-lo, não sei quem será) e garantir que a distribuição dessas verbas é feita de acordo com critérios de avaliação internacionalmente aceites. Da indústria farmacêutica espera-se o estabelecimento de parcerias nos domínios da investigação científica aplicada e da inovação. O que é crucial, seja qual for o tipo de investigação é manter a exigência de qualidade e a competitividade em termos internacionais.”

Outra afirmação, de quem sabe, que dava seguramente mote, para outro Congresso. Ou será, que ainda é o mesmo congresso?!
Entretanto, como o Congresso ainda está longe, pode ler-se Sobrinho Simões, nem que seja para discordar, em http://apontamentos.blogspot.com/2008/01/manuel-sobrinho-simes.html

domingo, 20 de abril de 2008

Será que vai haver um tempo para o tempo da educação superior?


Por muito silêncio que se faça ouvir das pequeníssimas portas do MCTES e do seu vaidoso Ministro, já todos percebemos que a caixa de música fechou o trombone e assim ficará, até que os votos nacionais dêem sinal para nova corrida, nova viagem.

Assim se faz minúscula política à Portuguesa e não adianta chorar.

Maldosamente, vou andando por aí, lendo e ouvindo, já que só sábios não serão muito mais do que uma meia-dúzia: JCR, JVC, MJM, RN, VE, VM; que me perdoe a outra meia-dúzia na qual eu me incluo, obviamente.

O Vasco tem uma
escrita muita gira, que à primeira pode parecer um fait-divers, mas os mais interessados podem reconhecer sem esforço que a inovação nas ideias também pode ser colhida nas franjas dos economistas que adoptam teorias evolucionistas e etc. coisa e tal; mais, mais, é que o que escreve o Vasco dá para pensar. Vá lá, não acreditem naquela história mal amanhada, de que pensar gera vírus nos neurónios…

Regina olha para os
repolhos metafóricos dos politécnicos e adivinha o destino inexorável que vai ser ditado por geómetras e geógrafos que vão arrumar o technical puzzle de acordo com interesses de amigos, colegas e camaradas, verdes, amarelos, rosas, laranjas e outras frutas. Para que vão servir esses politécnicos reciclados, a quem vão servir esses politécnicos sem rugas nem ‘pneus’, provavelmente nem a Corporación Dermoestética, S.A será capaz de prognosticar.

JVC
inquieta-se com o que se (não) passa nas assembleias estatutárias das universidades, onde a palavra de ordem é seguramente a de que se deve bailar ao som do maestro que já dava música antes da mudança imposta por Zé Mariano. Se há coisa que os reitores sabem dar, essa é mesmo música.

Tenho alguma dificuldade em acreditar que estes 10 milhões de macacos, maioria dos quais sobrevive com 500 Euros/mês, precisa de 14 Universidades + 15 Politécnicos, todas estas escolas sob a categoria de públicas, quase todas sem prestígio, muito modestas, muito pudicas, muito apagadas, ainda a esboçar uma espécie de discussão sobre a validade do acto marianístico «daqui-lavo-as-minhas-mãos».
Mesmo dando de barato que não passo de um invejoso pelo elevado nível intelectual atingido por académicos de corpo inteiro, cujos calcanhares os mercenários como é o meu caso, nunca irão tocar, mesmo assim, digo eu:

-Isto anda pelas ruas da amargura!

Podemos enunciar um belo modelo muito british, sem politécnicos a empecilhar ruas e cidades.
Podemos babar-nos no seguimento de modelos mais gelados, hidrófugos e caucasianos como o sistema de educação superior finlandês.
Podemos acolher com mais ou menos orçamento, aquelas paroladas que o Zé Mariano de vez em quando emite sobre as alianças atlânticas, pagas só por um lado do mar e que servem não sei muito bem a quem, não sei muito bem o quê, hipoteticamente apenas a vaidade de quem paga.

Decididamente, parecemos & ‘semos’ todos, como aqueles miúdos dos grandes armazéns de crianças, que não sabem viver sem tutoria.

A generalidade das celebérrimas comunidades universitárias (das politécnicas nem um tugir, nem um mugir…) mudas e caladas, esperam, esperam sentadas, segurando as cadeiras com ambas as mãos à espera que a caravana passe. A caravana, os camelos e os ventos do deserto.
Pode não se gostar das personagens, mas quer António Nóvoa, quer Marques dos Santos, quer Maria da Nazaré, tentam pôr o barco a navegar. Só por isso, até por mor das vezes por ser sempre navegar contra a corrente, contra o mar da palha, contra o lodo e a modorra do deixa andar, eu nem que seja só por isso, sou dos deles.


sábado, 19 de abril de 2008

Notícias passadas ou recessas

Uma entidade pública chamada Governo criou uma coisa a que chamou: Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior
O Conselho de Ministros aprovou (2007-08-23) na sua versão final o decreto-lei que criou a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (Agência), com a natureza de fundação de direito privado, e aprovou os respectivos estatutos.
O Governo adoptou assim, recomendações emitidas pela ENQA (European Association for Quality Assurance in Higher Education) sobre a criação deste organismo, que representa no seu entendimento, um elemento central para a reforma do ensino superior português.



A Agência será dirigida por um conselho de administração composto por personalidades (Onde? Onde? Onde?...) de reconhecido mérito e especialização na área da garantia da qualidade do ensino superior e da ciência. A este conselho cabem, com total independência, as decisões em matéria de avaliação e de acreditação de cursos ou estabelecimentos de ensino.


Procuram-se, vivas ou mortas, as tais personalidades que estão faltosas a este conselho de administração, vai para 7 meses. Não aparecem, não dão a cara, não cumprem o que deles se espera. Cambada de atrasos-de-vida!


Para a posteridade, registe-se a primeira foto de família:


sexta-feira, 18 de abril de 2008

Quanto vale a camisola vestida

Dúvida que me assalta, nos dias que correm.

Vamos a um grande "supônhamos".
Existem duas pessoas, com competências idênticas, a trabalhar na mesma empresa.
Uma tem a camisola vestida, outra nem por isso.

Em termos de remuneração e percentualmente falando, quanto vale (se é que vale alguma coisa) uma camisola vestida?

É quantificável?

Não sei, tenho dúvidas. Já alguém se debruçou sobre isto, sem cair?

«Texto de M.ª João Nogueira»


Este texto da M.ª João merece referência bibliográfica porque me traz à memória horas passadas na IBM, HP e APPLE, em que o pretexto não era a camisola, mas sim a gravata.
Façamos força na agulha para que passe o nosso «comboio» e suponhamos que esta é uma questão que encaixa no «nosso mundo» da educação superior.

Vou recuperar Vasco Eiriz no seu blog “Empreender” mais o texto:
Desmotivados, desinteressados, talvez resignados e ainda por cima com medo
«Ao que parece, de acordo com Jaime Rocha Gomes, Prálem d' Azurém é isto que se passa: «verifica-se que os docentes do Ensino Superior estão desmotivados, desinteressados e talvez resignados com o que vierem a ser os novos estatutos, sejam eles quais forem.» Bem vistas as coisas, julgo que também é isto que ocorre Prálem de Gualtar e noutras instituições de ensino superior por esse país fora. Num outro registo, J.Cadima Ribeiro afirma, entre outras constatações, que nas «reuniões dos órgãos académicos herdados do anterior ordenamento jurídico, a grande maioria dos professores universitários mantenha um silêncio estrondoso em relação a tudo que tenha menos natureza de gestão corrente, porque têm medo.»

É importante notar que quem assim escreve não são assistentes desmotivados, professores auxiliares a abater, ou professores associados desagregados. São professores catedráticos que conhecem os meandros do sector com que convivem há décadas e que atingiram o topo da sua carreira. Como muitos outros - talvez a maioria - poderiam estar sossegados no seu canto. Mas não. E se escrevem assim é porque algo de muito mal vai no ensino superior.»

E aqui, tal qual agulheiro do céu regresso ao blog da M.ª João.

Éh! pá!!!
Os profs catedráticos, certificados & coisa e tal, gente que pertence ao topo do quadro desta coisa da educação superior, não almejam muito mais do que trocar de carro aí aos 200 000 Kms. Parte deles até nem sonha com veleiros porque enjoam nas ondas do mar alto. Tirando umas viagens aos hipermercados do Lidl ou FeiraNova, vivem ensimesmados nos seus papéis e nos mails que vão trocando em circuito fechado, silenciosamente.
Imagino que nem a «camisola» trocam nem tal coisa lhes seria capaz de passar pela carola.
Interrogo-me com severidade: - Será que ganha o Reino dos Céus aquele que mais suor transpirar, afogueado por tamanha camisola que traz vestida?

Moral da história:
- Ele há empregos e trabalhos onde a camisola é só uma T-shirt caveada.
Quem tiver frio que se avinhe, que se abife e que se abafe. Por sinal, parece que a maioria até já vive «abafada».



Já estou em Hamburgo, meu povo!
Chove a potes, cães e gatos.
A propósito, vou procurar chegar a Pedras Rubras, pelo menos com camisola azul & branca.
Será que posso???