terça-feira, 27 de maio de 2008

Professors as producers (VII)


Vejo-me em palpos de aranha para dar resposta em tempo útil aos SMS do meu amigo Administrador. Ponham-se no meu lugar; ontem à noite, não me bastavam já os discursos cheios de bolor dos políticos cá da praça e eis senão quando cai mais um SMS: Professor? Formador? Treinador?

Como nesta coisa de dormir sou bom escuteiro, dei conta do SMS só ao erguer da matina, enquanto tentava fintar o vício de acordar ao som da água fria. Acho que a mensagem ajudou a empurrar o meu lado espartano p’ra frente, ganhando claramente às raízes atenienses que tanto orgulho tenho em exibir.
Tem graça, o meu amigo não escreveu a palavra Educador… mais ainda, essa coisa de Treinador cheira-me a influência dos jornais.
Deixemos por agora, o papel do Educador e respectivo ‘label’ e regressemos ao jantar com os empreiteiros, lembram-se? Aquele onde se discutia a educação da classe operária? Perdão, dos Quadros; quadros, redondos, bicudos, tudo. Se há gente que tem consciência sobre a prática, no âmbito da sua actividade, são os mestres-de-obras. Experimentem tentar explicar a um pedreiro (também pode ser a um arquitecto) a diferença entre o «saber fazer» e «competências». A brincar a brincar, ambos são conceitos fundamentais para a prática da gestão de base tecnológica, mesmo que não saibamos muito bem o que é que isso é.
Das muitas leituras que fiz, com o fim de evidenciar sabedoria, recordo uma, não sei exactamente escrita por quem, que descrevia competências como sendo “requeridas para a realização de tarefas que não estão programadas, nem são de rotina”. Distinção feita, do conceito saber fazer: “execução de tarefas de rotina”.
Sinto-me encravado porque estou a adivinhar o comentário do Administrador, meu amigo:
- Nesta Multinacional, todas as pessoas que comigo trabalham, sabem o “como”, sabem com “quê” e sabem “porquê”.
Claro, claro que tenho uma superioridade sobre este amigo que só sabe ganhar dinheiro: penso por ele e por mim. Há até quem diga que «sou um homem de muito penso».

Patati, patali, a verdade é que tenho de encontrar resposta para o imbróglio caído no Mobile da Optimus. Começando, como tantas vezes pela ponta da espiral, diria que o Professor talentoso q.b. ensina «competências» orientadas para o intangível. Sempre que ele se ultrapassa a si próprio, traz um problema prático para a sala de aula, nem que seja para desenfastiar, e vá de folia a desenvolver o «saber fazer» dos seus alunos; nessa altura, olhando bem para a camisola que ele traz vestida vejo claramente a equipa do Formador.
Sinto, nitidamente, a falta de uma peça neste puzzle.
Regressemos à espiral e vá de tentativa no refazer da caminhada.
O Formador, ultrapassada que está a etapa das “ideias básicas”, terminadas que estão as “experiências”, pode, se a isso ajudar engenho e arte, concentrar a sua atenção no aluno. Aí, será o Professor no seu melhor, ou seja com a camisola do Treinador.
Giro, giríssimo, é que aprendi estas coisas na sala de aula. Chamava-se Carla, falava suavemente e sem levantar 1/8 do tom normal de voz, fosse em que circunstância fosse. Os grupos trabalhavam na construção de uma solução para o problema da sessão e a Carla já havia pedido ajuda, uma e outra vez. A uma qualquer provocação minha – o professor também é um provocador – a Carla chamou-me a atenção:
- Porque não se senta aqui, na nossa mesa, e nos mostra como corrigir o trabalho?
Foi aí, nesse fim de tarde, que me juntei a Mourinho, Josualdo, Flores e tantos outros plenos de tranquilidade.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

DESCUBRA AS DIFERENÇAS



FICHA DE TRABALHO: DESCUBRA AS DIFERENÇAS

No caso de pretender elaborar uma actividade onde pretenda identificar um objecto segundo determinadas características poderá necessitar de duplicar as imagens.
• As imagens para a actividade poderão ser acrescentadas, da seguinte forma:

Linha 1: Reflexão – Esta linha terá um item virado horizontalmente

• Coloque uma imagem na primeira linha.

• Clique no botão DUPLICAR e faça três cópias da mesma imagem.

• Clique numa das imagens e arraste-a sobre si própria, de forma a virá-la horizontalmente.

• Arranje esta imagem segundo a linha orientadora (tal como estão as outras).

Linha 2: Cor – Esta linha vai ter um item com uma cor diferente dos restantes

• Coloque quatro cópias de um item na linha seguinte, tal como fez anteriormente.

• Seleccione um item para colorir de forma diferente.

• Clique no botão PALETA e altere as cores.

Linha 3: Rotação – Esta linha vai ter um item com um ângulo de rotação diferente dos restantes

• Coloque mais quatro imagens na última linha.

• Clique numa das imagens e rode-a, utilizando o botão RODAR .

• Utilize um dos vértices para rodar a imagem, de forma a que ela fique diferente das restantes.

Demagogo Vitorino, Vitorino Demagogo


Pela aragem e pela carruagem se vê, que Vitorino e seu Patrão, vão ganhar outra vez a eleição. Estamos lixados, pá! Estamos lixados!

Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo…
Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo…
Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo…
Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo…
Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo…
Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo…
Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo… Demagogo…

Ena pá! Tanto demagogo para um país tão pequeno.

Professors as producers (VI)





Afinal o meu amigo Administrador não apareceu ontem ao jantar. Foi pena, pena que não tivéssemos a sua fina visão sobre uma coisa que me consome a alma nesta minha caminhada para a tal Universidade-Empresa (atenção: o nome ainda não está decidido…), e que se descasca em poucas palavras:
- Colocamos o foco no «saber fazer» ou nas «competências»?

Durante o acto sagrado de trinchar o cerdo ou o presunto dele que ocupava lugar central na mesa de ontem, não chegamos a acordo. De um lado, os mestres-de-obras meus amigos que são todos a favor do «saber fazer». Chamaram-me a atenção – às vezes em termos muito pouco decorosos – para a importante contribuição que tem sido dada pelo sector para a inovação dos processos na indústria portuguesa.
Fiquei abespinhado. Como? Como é que a construção civil tem contribuído para a inovação dos processos?
- Fomentando a (i)emigração para Espanha e França, ora essa! Quase gritou o ‘Espanhol’, empreiteiro da Gandarela de Basto, que exerce feio e forte ali para as bandas de Valladolid.
Aproveitei a deixa e à que mostrar o meu lado de rigor científico:
- Oh! Espanhol, estás a falar de emigração com ‘e’ ou com ‘i’?
- Das duas, doutor, das duas. Qualquer que seja a emigração é só trabalhar para a inovação. Cada vez que eles vão e vêm só trazem modas novas.
Fiquei calado como um chasco. Aquela do Espanhol dava uma tese de doutoramento.

Bem, vamos passar adiante, porque rebentada que está a discórdia, quem paga são as garrafas do branco da Lixa ou as do tinto recomendado pelo Cunha do ‘Cá-te-espero’.
Para o bem e para o mal, fiquei com a pulga atrás da orelha, ou seja, iria ter mais cuidado na preparação da proposta para o meu amigo Multinacional.

Vai não vai, pé ante pé, trouxe outra conversa para a mesa. É que não havendo conversa na mesa, aqueles tipos comem e bebem que ninguém os aguenta.
Sem dizer nomes, fui lançando umas biscas lembradas de um tipo que andou pelo mundo à muitos anos atrás, e fui dando ideias (como se fossem minhas) sobre uma certa visão do treino dos líderes para o estado político ideal. Claro, claro que eles interpretaram logo que eu estava a mandar bitaites sobre o truelo MFL, PPC e PSL, mas não era verdade. A minha (?!) mensagem pretendia tão só, apontar a ideia de que era crucial para o sucesso da futura Universidade-Empresa começar com boa matéria-prima […] Mas também, que acreditava que o treino (formação) e a experiência prática eram fundamentais. Os que vierem a inscrever-se na tal Escola que a Multinacional vai criar vão passar por estudos rigorosos de aritmética e geometria, com uma saudável dose de atletismo para equilíbrio do corpo e da alma. Depois, virá a experiência prática no serviço público ou militar. Tudo isto deve ser acompanhado de estudos aprofundados em filosofia […] Através de muitos anos de preparação, eu (?!) tenho testado os candidatos que me passam pelas mãos e tem sido possível determinar quais os que devem passar para o nível seguinte de estudo e experiência prática. Ouçam bem: Ao chegarem à idade de 50 anos – sim, eu disse 50 – os nossos candidatos estarão preparados para governar as empresas.

O ruído à volta mesa foi espectacular. Ainda deu para perceber a voz rouca do Manel Vitela a murmurar: - Está bem está. Bem vais esperar sentado.

domingo, 25 de maio de 2008

Professor low cost or low cost professor?



De todos os SMS que tenho deixado no telemóvel multiempresa do meu amigo Administrador, ele, que à velocidade a que ganha dinheiro só pode ser uma pessoa inteligente, reagiu e bem, aquela parvalheira de nos dedicarmos ao professor low cost. O sarilho – com esta gente de multinacionais nada é linear – é que a resposta continha em si mesma uma pergunta: - Estás a pensar em ‘professor low cost’ ou em ‘low cost professor’?

Estou em suspenso. A primeira reacção (defensiva) muito profissional foi abrir vários Guias do IQF. Depois, naturalmente, visitei páginas e páginas dos meus colegas do Dept.º Ciências da Educação não desfazendo do que se faz no Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa, mas sem sucesso. Concordo com o Ministro, às segundas, quartas e sextas do Ensino Superior; às terças, quintas e sábados, da Ciência e Tecnologia: - Não existem professores com características de flexibilidade, que possamos despedir por inadaptação ao posto de trabalho! Mas que vamos cortar uns tantos contratos, lá isso, terá de ser.

Quem tem culpa de me ter passado palavra sobre esta precisão do low cost foi a Cláudia. Nascida numa faculdade de letras ali para os lados do Monte da Caparica, aterrou no aeroporto de Pedras Rubras e de quando em quando, cruzando-se comigo em Francelos, traz à memória uma promessa nunca cumprida que foi a de descascarmos esta história do low cost. Os neurónios são de facto muito traiçoeiros.

Neste domingo de chuva, em que as encomendas para estar, hoje (ao jantar), à minha mesa de assado em forno de lenha (acácia, giesta e codesso) são mais do que as mães, sinto-me particularmente vocacionado para a caridadezinha. Tenho pena do professor low cost que acredita piamente no PowerPoint e que nunca experimentou, em sala de aula, deixar apenas o primeiro slide esparramado na parede e repetir de dez em dez minutos: - Como ireis ver noutros slides… e blablablablablablablablablablabla; até chegar o final da lição. Que gozo Senhor, que gozo.
Tenho pena do low cost professor que anuncia na sala de aula, outras realizações, onde eventualmente possa vir a recuperar o poder de compra que se esvai no dia a dia. Tenho pena do professor low cost que oscila entre o enviesar para um livro editado pela LeYa e outro da GuYma, porque dali virão, quem sabe, traduções, arranjos, embalagens, distribuições.
Oxalá que MFL, PPC, PSL, venham a derivar da posição liberal (Alô, alô Carlos Silva, aquele abraço) para um gostinho, ainda que ligeiro a social-democracia (será que se lembrarão do que isso é ou significa???); pelo menos para os professores crentes em telejornais e promoções avulso, no mínimo, esse deslizar ajudará a suportar mais uma semana de aumentos da GALP. É que o low cost professor deixou de comer bolas de Berlim para colaborar na campanha da obesidade, deixou de acreditar no Benfica após ter ido à festa de despedida do Rui, se não o deixam ir de popó para a escola e o obrigam a partilhar o transporte escolar da Autarquia, então que se lixe esta treta toda, é preferível ir para Cuba numa excursão de oftalmologia.

Por mal dos meus pecados, apesar de tentar fintar a escrita, sinto uma dor aqui no lado esquerdo que, traduzida, repete: Vê lá se lhe dizes alguma coisa!

Falando de botão para botão – mesmo que esteja vestido com T-shirt – consigo alinhavar duas ou três ideias:
● Há ou não há um modelo para entregar educação/formação, lá no meu sítio?
● Lá no meu sítio, acredita-se no «negócio» de educar/formar?
● Os rapazes e as raparigas lá do meu sítio estão conscientes que há tecnologia associada a esta profissão de professor?

Vou pensar nestas coisas. Tem de ser. É que o meu amigo Multinacional pode lembrar-se de aparecer na minha mesa, mais logo?!
É por isso que o futebol dá jeito. Em havendo campeonato, passa-vos pela cabeça que isto do professor low cost mereça 5 minutos, sequer?

sábado, 24 de maio de 2008

Professors as producers (V)



Depois de várias tentativas de representação gráfica, quer o meu multinacional amigo quer eu, já estamos cansados de tanto pensar em tão pouco tempo.
Parece impossível que gente tão fina e tão culta mas tão vendável e individualista, não tenham tempo para ler meia dúzia de linhas que o seu assessor, consultor, contratado, com tanto sacrifício escreve. Nesta ânsia de reduzir a grafismos tudo o que cheire a palavra, chego a temer que grandes normativos como programas de governo e estratégias eleitorais passem a ser distribuídos apenas, em banda desenhada.
Alias, já lhe mandei dizer por SMS: ou lês nem que seja só uma linha, do que o teu amigo escreveu, acerca da Universidade-Empresa que encomendaste, ou recomendo à Alta Autoridade que investigue o mecanismo dos aumentos de preços das coisas que vendes, para além do algoritmo do teu último aumento como Administrador Executivo.

Nesta fase, em que nem sequer há campeonato, defronto-me com vários problemas qual deles o mais sindromático. Tá bem… eu sei que tudo se resolve com uma boa estratégia e um bom plano, eu sei isso. A questão nevrálgica é que, se o meu amigo Administrador, apesar da suposta eficácia da sua gestão empresarial, não consegue decidir entre dois caminhos e em tempo real, como vou eu poder, pobre homem, mergulhado em educação/formação de topo, passar dos grafismos às palavras, das palavras aos Normativos, aos Regulamentos, aos Estatutos, a todo aquele enorme disparate burocrático em que os meus Mestres se embrenharam e na teia dos quais tão finamente me aculturaram?
Definitivamente, preciso que ele se desinteresse do processo fundacional da coisa pública, que se volte para o nosso mundo privado, onde toda a cultura tem preço. Vejam-se os exemplos de Torneira do Amaral e Torneira Pinto; eles sim, eles compraram Editoras que são donas dos Escritores, também dos livreiros, também do Expresso, Sol, Público e outros jornais desportivos. O académico vende alguma coisa? Se vende… então, estamos interessados; diga o seu preço. Os académicos são como os livros, a métrica do seu valor é a mesma, ou seja mede-se em Euros.

Ontem, olhava para a sala de aula. Hoje, olho para os candidatos a autoridades da sala de aula. Também estou com montes de problemas na condução do diálogo com este tipo de gente. Estou com a sensação de que a maioria dos doutorados (sim, porque o resto da cambada não passa de alistados e voluntários) se sentem anestesiados no meio de tanta segurança laboral que estas resmas de Normas & Regulamentos & Estatutos, lhes transmitem. Sim, é certo que haverá um ou outro nostálgico que murmura sem grande auditório, que tanta normativa será o meio encontrado por governantes e executivos de topo para que eles se possam evadir do quotidiano e deixem a quem sabe, a solução real dos problemas que a sociedade coloca à Universidade, à autentica, à única, à verdadeira. O importante é que o Professor esteja rodeado de tranquilidade e de silêncio. Deixem o ruido administrativo, deixem a gestão, a administração a quem sabe. Já nos basta a nós, que temos a Ponte Vasco da Gama, a Galp, Modelo, TMN, Brisa, sei lá mais o quê, as espinhosas decisões que nos custam os cabelos da alma, que oprimem o nosso indefectível portuguesismo (Alô, alô seu Mexia, aquele abraço) e ter ainda que regulamentar produtos e produtores da administração pública... Não! Decididamente não. Na tal estrutura (ou será textura?) que o meu multinacional amigo irá decretar, mais tarde ou mais cedo, apenas irá aparecer um soberano: Só o valor e nada mais que o valor. Tudo para nós vai girar à volta desta ideia: O valor para nós é tudo.

A nossa Universidade-Empresa (se bem que não esteja decretado que assim se chame) concebida sob pensamentos, palavras e obras mercantis, não pode ter como objecto a qualidade científica, dada a preocupação fundada, segundo a qual os estudantes consigam a graduação ou certificado ou diploma por via de critério quantitativo; não há qualquer evidência de que os critérios qualitativos ainda sirvam para alguma coisa.
Ah! Já esquecia um pormenor muito, muito importante:
- Não esquecer o recrutamento de mais professores low cost. São uma massa anónima, discreta, obediente, mais recibo menos recibo, sem grande preocupação de métodos e outras tretas. A hora é de acção.
Vê lá se gostas deste blueprint:
Primeira tentativa de ORGANOGRAMA:
Três ou 4 trutas, daqueles que dão aula de gabardine vestida – seja Outono, seja Verão - mais 40 dos alistados/voluntários e aí centena e meia de recém bacharelados, para arrumar mesas, limpar o quadro, verificar o software da Microsoft, testar os powerpoints, fotocopiar uns textos, mudar o toner das impressoras, tirar café ao balcão, limpar sanitas, cumprir a escala do securitas, assim de momento, não estou a lembrar mais nada de significativo…

Em dia de penitência, orar só pela alma


Mesmo os incréus mais empedernidos gostam de dar cor às origens, filhos de montes e vales e outros animais, adoradores de antas, dólmenes e arcas encoiradas, tantas vezes a correr fado em noites de lua cheia se possível à quinta-feira, são calcadores de xanatas e acompanhantes de gente que mexe de Seca para Meca a pagar promessas mais das vezes de joelhos esfarrapados no lajedo.
Em 01 de Junho lá estaremos no Arco de Baúlhe, entre as 6:30 e as 7 da matina para ir de caminhada a passo estugado e braços a dar-a-dar até ao Alto do Farinha (920 m). Teoricamente são 27 Km bem medidos, não mais do que cinco horas e vinte de trajecto, fora o pára aqui pára ali para ver se a Zira está atrasada, se a Carla já mudou de meias ou se a Anabela ainda está à espera de água. Sou daqueles que gosta de ir no meio das mulheres. Primeiro porque é mais colorido, segundo porque é mais divertido, terceiro porque burro velho já só vai à feira quando o rei faz anos e não está por fora em viagem.
Sou homem da região e gosto destas vias ou trilhos que assentam sobretudo na reconversão de caminhos refeitos por peregrinos que se deslocavam de diferentes pontos da Europa e do sul de Portugal até Santiago de Compostela, e mais tarde a Lourdes e Fátima. Não esquecer que também Santa Senhorinha de Basto, São Gonçalo de Amarante e São Torcato de Guimarães, foram outrora locais famosos de romagem. E Nossa Senhora de São Veríssimo ou Senhora da Graça, onde até Santo Apolinário por lá se venerou?! Bem isto é só para dizer que todos os caminhos e carreiros antigos das demais regiões portuguesas devem ser recuperados e assinalados, porque além do seu valor histórico podem ser motivo de atracção quando bem aproveitados.

Pois é, lá chegado prometo que mesmo em linguagem de incréu, vou pedir para a Senhora iluminar os iluminados do meu país, mas todos, os que se alumiam de candeia e os que acendem o charuto com notas de 500 euros. As moscas são as mesmas, vós que me entendeis é que dizeis que aquilo que muda é a outra, a tal...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Professors as producers (IV)



A universidade é um lugar ideal para a reflexão. Nunca me senti tão bem senão nos intervalos dos conflitos, em que o Grupo A decide o que o Grupo B «não pode fazer». Têm várias tácticas treinadas para que isso seja assim, dominam todas as operações que garantem o êxito de acordo com a estratégia congeminada. Não é isso que me tira o sono.
Sempre olhei a universidade como um sítio cheio de poder e de poderosos que fizessem de mim o homem mais importante do nicho que escolhi para assentar. Não foi difícil, só lá estava eu.
Embora não o possa dizer de modo ríspido, tenho para mim que o edifício a propor à multinacional do meu amigo não se vai chamar Universidade. Vou ter de escrever pelo menos umas 200 páginas A4 (100000 palavras) para justificar o que não quero.
As alternativas não são muitas: Escola, Instituto, Observatório, Centro de Investigação,… (?!)
Como irão ser as salas de aula? Daquelas com as cadeiras todas alinhadinhas em fila indiana? Ou daquelas em linha, em que a malta quase não consegue ter os joelhos em ângulo recto? Gosto mais de mesas para 4 ou 6; muito mais do que o ‘layout’ em U. Os meus amigos de Mondragón usam o modelo do «vezes 8», com o facilitador a escrever no flip-chart. Chatice… eu não gosto de flip-chart, muito menos de gastar uma pessoa a escrever naquelas folhas enormes de papel que por ali ficam enroladas e amarrotadas a um canto da sala. Para dizer a verdade, vou propor mesas para 3 pessoas. Pronto!

Os académicos gostam de trabalhar geralmente em grupos de UM. Preferem o face-a-face, se possível com o espelho; não sendo possível, então veremos se os enquadramos em grupos muito pequenos. Esta escrita, é anárquica; tão depressa trata da sala de aula como salta para a organização interna dos professores, mestres e outros craques. Pois, pois, mas as salas de aula vão estar plenas de autoridade. E quem é essa autoridade? Quem é? Alguém mais ou menos académico ou com tiques de tal. Os académicos raramente alinham em grandes grupos. Mesmo que a maior parte do seu tempo seja gasto (investido) a tentar compreender os seus pares. Por isso se avaliam uns aos outros. Por isso o coça-coça se faz sempre aos pares.
Daí, que (não)compreenda esta inusitada preocupação, inquietação, por exemplo, dos meus amigos da U.M. sobre a (in)existência de faculdades, departamentos, escolas disto e daquilo. Por mim, dou sentença, outra vez favorável ao célebre diagrama organizativo da matriz de competências e de compromissos. Eu sou competente no campo da estatística (aritmética política) – não confundir com: sei fazer estatísticas – logo: devo envolver-me nos projectos/disciplinas que necessitam de conhecimento estatístico.
Os professores do tal centro de gestão do conhecimento – o que virá aí e o que queremos passar aos que estão connosco – não sei se quem manda irá gostar do nome, vão fazer daquele sítio um local de trabalho. Vamos (pelo menos ali) valorizar o trabalho e assim sendo, não vejo necessidade de dividir os crânios em grupos mais pequenos e arrumá-los em edifícios e salas tão pequenas como os grupos. Os cérebros podem entrar e sair de uma discussão reflexiva a qualquer hora. Podem haver mesas e estantes arrumadas em diferentes cantos das salas; há homens que gostam de estar no meio de mulheres e mulheres que se sintam bem no meio dos homens. Que diabo!
Uma mesa grande pode converter-se numa comunidade alargada que está dedicada a um momentoso problema. É através dos que se sentam e dos que se levantam, dos que falam de música e dos que são fãs do YouTube que as culturas se misturam e assim por diante. A não ser assim, quem gostaria dos ‘Da Weasel’? Para além da malta da Cova da Moura?

São os salários, estúpido!



«"It's the economy, stupid," was a phrase in American politics widely used during Bill Clinton's successful 1992 presidential campaign against George H.W. Bush. For a time, Bush was considered unbeatable because of foreign policy developments such as the end of the Cold War and the Persian Gulf War. The phrase, coined by Clinton campaign strategist James Carville, refers to the notion that Clinton was a better choice because Bush had not adequately addressed the economy, which had recently undergone a recession.»

Acordei hoje, com o noticiários das seis da matina, habitualmente na Antena UM, a chamar a atenção do povo para uma «caixa» do Jornal Público, mais uma estatística da União Europeia, mais um estudo do Bruto da Costa, mais entrevistas do Bagão Félix, mais contra-informação de uma morena do Partido Socialista que não retive na memória et pour cause…

Mastigava eu um bife do acém, mais umas alfaces variadas aqui do jardim e dei conta de um pudico da informação da RTP, ao 27.º minuto do telejornal da UMA da tarde, a fazer menção de que a notícia existia.
Também tinha escutado ao longo da manhã outro pudico, este dos jornais, Nicolau de seu nome, um rapaz que usa tremelinho na T-shirt a perorar sobre o blablablablablablabla.
Já ontem, a pudica candidata a chefe do PSD aparecia na janela a dizer que o nosso bem adorado PM a tinha escutado e pasme-se, logo em esgalgada correria tinha aumentado a tetíssima do abono de família, como se algum pobre diabo da geração prateada ainda tivesse direito a abono de família.

Habituado a viver no país dos outros, lembrei-me que durante a dura negociação com a EADS (Airbus) para contratualizar a colaboração nos Montes Urais, havíamos ficado separados por uns enormes 35,3% entre o que a EADS queria depositar mensalmente na minha conta e aquilo que eu reclamava. Dizia o inteligente de Hamburgo que eu, em Portugal não auferia esse salário. Óbvio, o rapaz estava informado. Toda a gente sabe que os portugueses trabalham a preços da uva mijona. Só que, o rapaz foi confrontado com o facto de eu só ser nascido em Portugal e ter passaporte Português. Quanto ao resto, sou trabalhador do Sistema Científico e Tecnológico do Euskadi. Ah!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Professors as producers (III)



O Professor na sua qualidade de produtor aparece muitas (algumas) vezes como proponente de coisa novas. 11 em cada 10 dessas propostas inovatórias estão condenadas ao fracasso, a não ser que a ideia tenha nascido na cabeça de quem esteja vestido com a camisola de Reitor/Presidente ou no mínimo de Vice-Reitor candidato a Reitor. Porquê? Por via da tal «democracia» académica, uma vez que a ideia não é minha, outras vezes porque essa ideia é melhor do que a minha, então:

H1: a proposta fica sentada numa cadeira perto de mim;
H2: a proposta vai dar uma volta a pedir vários pareceres e pode ser que volte um dia destes;
H3: esta proposta não tem pernas para andar;
H4: parece impossível, Alexandre! Lembrares uma coisa destas?!

Sou do tempo em que o Professor de Economia numa Escola de Agronomia tinha de ser engenheiro agrónomo. Um Professor de Sociologia na Faculdade de Farmácia tinha de ser farmacêutico. Todos os professores da Faculdade de Medicina têm de ser médicos ou no mínimo, licenciados em medicina, mesmo que ensinem estatística. Por estas e por outras, um pouco por toda a Europa, pelo menos um dos administradores da universidade passou a ser obrigatoriamente economista, gestor ou no mínimo, alguém com formação aparentada com a administração pública. Passa-me pela cabeça que os Governos, necessitados de evidenciar eficácia na gestão das IES públicas, foram sugerindo aos Reitores/Presidentes que dessem um ar de graça às equipas dirigentes das suas entidades, mantendo como objecto a educação superior mas enviesando a pilotagem do seu dia-a-dia com uma aragem empresarial. No sítio a que (ainda) pertenço, a abertura está preparada desde alguns anos atrás e obviamente, o foco apontado para fontes de financiamento, mesmo correndo o risco de que se cumpra aquele mandamento que diz:
- Quem paga, escolhe a música para o maestro tocar!
São riscos e os teóricos do costume, da política, da TV e dos blogs, cansam-se de acusar os portugueses como avessos ao risco. Palpita-me que, anda muita gente enganada por aí e não é só por chegar tarde a casa, não.

Recentemente, admirava-se alguém da Catalunha, que o documento de identidade do pessoal da Universidade de Barcelona pudesse ser ao mesmo tempo um cartão vinculado a uma importante entidade financeira catalã. Vai daí, pus a mão à carteira e saquei o meu cartão pessoal da Universidade de Aveiro. Querem adivinhar que o meu cartão possui o símbolo da CGD, tem o meu número de funcionário e está assinado pelo vice-reitor Assunção??? Tal como diz o meu amigo catalão: O sector privado não se pergunta que pode fazer pela universidade pública, mas sim o que pode dela sacar. Nota: o autor nunca acreditou que a CGD fizesse parte do sector público; que o diga Santos Ferreira, Armando Vara & outros muchachos.

Como produtor (livros, música, filmes, disciplinas, cursos,…) fui desafiado por uma multinacional portuguesa – não são muitas, mas algumas há, por aí – para estudar uma proposta Sim ou Não a uma Universidade Empresa. O administrador e dono do desafio já tinha visto alguns números de circo desempenhados por mim e passa-lhe pela cabeça, que eu consigo dizer, descodificadamente, o que muita gente vende à palavra e em Euros. OJO! Que já fiz o preço.

Como os meus leitores são mais ou menos 1/3 dos da minha amiga Regina, posso sem grande perigo, ir deslindando a meia dúzia de linhas ou conjecturas ou ainda lucubrações, que põe a nu este problema. Sem pôr em perigo a (minha) factura.
Universidade-Empresa? Mas então, se as funções básicas das IES, que são a docência e a investigação, também passam por um processo mercantilista, que mal tem, uma multinacional, mais a mais dirigida por filhos do povo, pôr à disposição dos seus operários, encarregados, capatazes, uma Universidade? Politécnico não, que aquilo anda mal cotado na Bolsa.
Calma! Uma universidade da empresa não faz mais nem menos do que faz uma universidade pública. Trata-se de oferecer ao seu pessoal apenas aquilo que o mercado procura. O mercado não quer filósofos? Então a universidade pública também não. Já agora, porque é que a universidade-empresa vai perder tempo com filósofos? Claro, claro que está fora de causa, contratar ou renovar contratos com gente que nada mais sabe senão ensinar filosofia ou investigar a actualidade das ideias de Kant. Afinal, ambos estamos de acordo, quer os públicos, quer os semi-públicos. Os privados não contam.
Importante é reconhecer a quantidade significativa dos jovens que aparecem dia a dia - nas escolas de gestão – a entupir formulários e inscrições, em disciplinas e cursos aparentados com a Galp, com a Opep, com a Eficiência Energética, Martifer and so on, and so on. Para esses sim. Temos bolsas oferecidas por Amorins, Azevedos, Violas, Pires de Lima & outros músicos; eventualmente também poderão aparecer candidatos alternativos a fornecedores de bolsas, por exemplo, Manuel Pinho, Mário Lino & outros muchachos.

Confesso, estou hesitante. Olho para qualquer Universidade importante, seja Porto-Gaia por acaso, tantos, tantos são, tamanha é a quantidade de grupos de investigação, institutos, observatorios, centros disto e daquilo e ainda, outras instancias para o conhecimento e os projectos de investigação pura, que, se alguém mais distraído apenas observa a brilhante superficie, fica siderado, impressionado. Que grande Universidade nós temos! Diz o meu cliente (o tal que quer ter uma universidade na empresa), que não existe evidencia de que a quantidade seja sinónimo de qualidade. Oh! Doutor: -Tudo vai do peso representativo da avaliação das universidades públicas: quanto pesam os artigos em publicações daquelas de forte impacto, quantas horas de aula estiveram disponíveis (mesmo que tenha sido às moscas), quantas vezes os nossos docentes foram ao estrangeiro, quantos ECTs de gestão, etc. & coisa e tal. É isso Doutor, é só isso!

Nesta hora de abrir a alma (o corpo de nada vale) assalta-me a maldita da dúvida metódica:
Se a Universidade-Pública que tanto publica e ninguém lê, se tem uma administração de trampa, se por ali ninguém pensa nem reflecte, nem questiona sobre o que faz, o que devia fazer, e passa a vida a trautear sobre competitividade e excelência, se aquilo em rigor não conta para o preço dos combustíveis, porque diabo é que vamos estragar a empresa e levar coisas destas para lá?
Maus exemplos? Cruzes canhoto! Te arrenego Belzebú. Vá de retro Tinhoso.

domingo, 18 de maio de 2008

Professors as producers (II)


Provavelmente, não somos um povo trabalhador tanto quanto apregoamos. Pese embora, a enorme fatia de importância que o nosso adorado PM dá às questões do trabalho, ou melhor às questões do código do trabalho, ou ainda às críticas que os seus opositores fazem à pouca-vergonha que é no nosso país o respeito por quem trabalha.
Vamos a uma declaração de interesses?
Sim!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Sou fruto de gerações de gente que sempre trabalhou. Habituei-me e fui criado a ouvir dizer e contar coisas sobre a vergonha que era, ser preguiçoso, calão, mandrião e outros epítetos que estou impedido de repetir. Ainda não sonhava sequer envolver-me em tretas de ensino & aprendizagem e já discutia com gente da HP (Hewlett-Packard) os benefícios – dos quais duvidava – de vir passar seis meses de férias (desculpem se me enganei) a uma qualquer engrenagem de um projecto, a levar a efeito na UCLA.
Dizia-me o meu amigo Reed que a HP era conhecida pela habilidade com que transferia tecnologia dos Labs para o Business. Para isso, teria de ter sempre gente a circular pelos Labs, fosse em LA como em San Diego ou mesmo em Frisco.
Não me recordo de nenhum nome, famoso ou nem por isso, que viesse com a outra camisola passar uns tempos à HP. Tive amigos em Berkeley, nos mais antigos Campus da Califórnia, mas eram sobretudo amigos giros da sociologia e da política embrenhados numa fantástica promoção de Karl Marx que, para mim bacoco das berças, era quase ininteligível. Havia no entanto uma frase batida que ressoava naqueles infindáveis fins-de-semana, e essa palavra repetida até à exaustão era: WORK!

Na margem direita do Co-Labor, existe uma lista de links para blogs de gente que conheço e outra nem tanto. Está fora de causa que esses links funcionem para mecanismos de auto-promoção. Tenho orgulho em dizer que sei como se faz, mostrei já aos meus alunos via blog da disciplina e através de um projecto de demonstração, como se viabiliza a promoção de um blog, evidenciando o crescendo das estatísticas mediante meia dúzia de técnicas realmente eficazes. Não é essa a função dos links em relevo no Co-Labor. Fundamentalmente, estão ali porque representam outras comunidades que me interessa estudar. Três desses blogs são 'JONASNUTS', 'LUGARES COMUNS', 'do Fundo da Comunicação'. Muitos dos seus textos, comentários e bitaites são acerca de quem Trabalha e de como se Trabalha; ou seja, para aqueles extraterrestres, trabalhar ou não trabalhar é uma questão que conta. Debruçam-se sobre outras janelas que não a nossa, digamos que a nossa janela nem as tabuinhas da Mariquinhas fariam atrair a atenção de quem está fora do nosso círculo de giz. Somos todos famosos, publicamos nos melhores jornais e revistas científicas, somos citados por milhares de pessoas à roda do globo, mas somos demasiado minoritários. O nosso cluster elitista não dá nem para mandar cantar um cego. Reveja-se a quantidade de gente que dá o corpo ao manifesto nas múltiplas entidades da educação superior e não ganha nem um chavo. Não é problema de recibo verde, nem de que este passe a azul e branco, é de falta de respeito pelo Trabalho! Para os «donos» da nossa actividade, esta gente não trabalha. E mesmo que alguns deles trabalhem, o trabalho deles não vale nada. É assim que são vistos os docentes – doutorados ou não – os decentes não docentes idem, aspas, aspas. O trabalho desta malta não tem qualquer dignidade reconhecida ou por reconhecer.
Trouxe a esta página os três blogs citados, porque qualquer um deles me permite ver fragmentos do meu país por óculos diferentes. Foi a partir de um deles que se fez luz na minha cabeça e que me deu incentivo bastante para lucubrar sobre a perda de valor do Trabalho. Os que reflectiram sobre esse tópico não fizeram senão trazer uma constatação mais para a superfície. A outra força oculta, mas igualmente confluente e magnetizante foi a necessidade de manejo do meu currículo, a pedido de um amigo de Bruxelas que quer à viva força que eu vá até lá fazer uma perninha de valsa ou mesmo um passo de samba.
Diz o meu amigo (sobre o que deve ser o meu currículo), traduzido, filtrado e já passado por rolo compressor a preceito:
● Enunciar apenas o número total de trabalhos publicados por grandes áreas científicas «mais tarde se fará prova»
● Dar relevo ao trabalho e projectos em cooperação ou envolvimento total com grandes empresas
● Elaborar um draft do que deve ser um plano de cooperação internacional com institutos de educação superior europeus, tendo em vista o desenvolvimento futuro de um programa internacional para um “master of industrial management”.
● Óbvio, referência obrigatória das habilitações, etc.etc.etc.

Deixe-se de lado o que cada um de nós está habituado a fazer, tal qual o costuma fazer, ambiente no qual se sente bem e coisa e tal.
Andamos todos a falar de excelências, de novos modos de comando das IES, da adaptação ou mesmo alteração completa tendo em vista um determinado modelo de praticar a nossa profissão, alinhemos o nosso discurso por toda aquela cenografia mentirosa a que se assistiu em Aveiro um dia destes mais atrás… e que nos fica para ir por essa Europa fora à procura do prejuízo?
Os estudantes estão-se marimbando para aquilo que se passa na sala de aula. A maioria deles é «diplomado» em estudar e preparar o modo eficiente de fazer a disciplina, mais nada. Em que actividades de investigação é que os estudantes participam?
Em que projectos aparentados com a profissão versus graduação é que os estudantes põem as mãos?
Que (?!) querem de nós os directores de curso, os directores de departamento, os reitores/presidentes, senão umas aulitas sem faltas, um discreto cumprimento no corredor, um votico na urna de quando em quando, umas citaçõezitas no jornal famoso ali de Londres, melhor ainda se for de Boston, e por aí, por aí.
As IES vivem muito (demasiado) preocupadas em ter a sua casinha arrumada, com os tarecos todos no seu sítio, com os professores todos muito respeitadinhos.
Então e que tal se fosse tempo de olhar lá para fora? Sim, lá p'ra fora, para a rua, para a fábrica, p'ra bomba da gasolina.
Já alguém se deu conta que sentar um professor, por mais borlas e capelos que tenha, no meio de uma «selva» com umas centenas de fatos macacos a rabiar por todo o lado, isso não o inibe de chegar a casa a cheirar a limalha de ferro?

E que pelo facto do «herói» ser professor isso acrescenta népia ao respeito e admiração que o resto da maralha venha a atribuir ao nosso colega, amigo e camarada?

Quanto mais leio os reports de tudo quanto tem vindo a ser encontro de Higher Education mais me convenço que andam maioritariamente a dizer que mexem, mexem, para que tudo fique na mesma.
Mas, que anda muita gente inquieta, lá isso anda!

sábado, 17 de maio de 2008

Novos veículos: Mentira Segura



Onde digo digo, não digo digo, digo diogo…
Esta é uma história mil vezes repetida em que a Democracia, felizmente, impõe aos políticos jovens de 44 anos como Passos Coelho ou seniores como Maria de Lurdes, chegarem-se mais para o lado da verdade.
António Aleixo escreveu um dia uma quadra que dizia assim:

P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.


Um dia destes começou a circular pelos Blogs + emails, uma série de queixumes em que se afirmava que os verdadeiros financiadores do Programa Novas Oportunidades não eram, nem Durão Barroso, nem Hugo Chavez. Os únicos financiadores, os verdadeiros, os autênticos eram os pobres dos formadores!

Afinal sempre vale a pena colocar a «Ratazana» perante factos sem apelo nem agravo.
Se, suficientemente torturada, a «Ratazana» confessa. Confessa o crime e vai sempre mais longe: denuncia os cúmplices, «Cabeça Branca» e «Olhar contra a Nação».

Peço perdão por falar assim, mas estou num compromisso metafórico, que não me deixa chamar os Bois e as Vacas pelo nome próprio. Que querem? É a vida!

NOTA Post-scriptum

Então e o que é que disse o jovem PSD? Dize lá o que é que ele disse?
- Que para evidenciar experiência desta, era preferível não demonstrar experiência nenhuma.
Fora isso, está tudo bem!

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Regressos são sempre pontos de partida





Neste tempo da Feira dos 4 Dias em Fafe, sabe bem ter tão perto as Terras de Basto.
A generalidade dos lavradores – como aqui se diz – partem para acampar em Moreira de Rei e terras mais a Noroeste, por onde passa o Rio Ferro e onde se situa o património do Major, homem incréu nas virtudes da CMVM.
Pouco passava do meio-dia já eu estava sentado no restaurante da viúva, relendo o Inimigo Público, amigo e companheiro de sexta-feira.
A «viúva» não precisa mandar lista à mesa; sabe que respeito acima de tudo a excelente profissional, a amiga que discute petiscos e pitéus nunca provados por quem aparece com relógio, roupa apertada e cacarejar de galinha.
Assim, aviado que foi um bacalhau na brasa com batatinhas novas, feijão frade, salsa, cebola, vinagre tinto, azeite sem rodeio, mais a proverbial caneca de branco da Lixa, restou tempo para um debate animado acerca de favas, ervilhas de quebrar e até o supra-sumo de um chicharro passado na brasa de umas podas de oliveira para quem não-há-pai neste mundo.
A sobremesa foi decidida entre peras assadas em vinho tinto e maçã assada no forno, bem quente, que isto de servir fruta assada a uma temperatura abaixo dos 10 graus não lembra nem a quem escreve em jornais.
Tudo isto a 10 euros, tá bem tá oh! Guia Michelin.
Tá bem esqueceu a broa de milho.

Pois é, estas coisas têm todo um pretexto: é que no dia 27 vou finalmente aparecer no Centro Comercial de Belém. Merece música? Merece; tango, rumba e almoço no restaurante da viúva, já ali nas Terras de Basto. Atenção, vou ter que me despedir da família; dizem Xutos & Pontapés que são 9 horas de caminho de Bragança até Lisboa, que fará entre Arco de Baúlhe e a Gare do Oriente?


NOTA Post-scriptum

Ainda não me decidi se interpreto Rachmaninoff (Сергей Васильевич Рахманинов) ou Sergei Sergeyevich Prokofiev…

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Charadas do meu País ou um País de charadas que não são as minhas



Há um País imerso nestes 4 problemas monumentais.

Dou um doce português à escolha de quem adivinhar que País é este!

As respostas serão aceites até às próximas eleições legislativas.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Professors as producers (I)

A manhã está um espectáculo. No alto do chão da Casa de São Silvestre (Cel.º de Basto), hoje Biblioteca Marcelo Rebelo de Sousa (Prof. Doctor, claro, claro), sentimo-nos mais integrados no todo da natureza, entre raios de sol e ramos de carvalho, entre oliveiras centenárias (não desenraizadas do Alqueva) e buchos que serpenteiam a fazer caminhos.
Que mais belo sítio quereria eu para pôr os meus (maus) papéis em ordem?


De hoje a uma semana vou dar início a mais uma série de sessões dedicadas aos meus alunos dos MBAs. A maioria deles provem da inscrição no MBA de Recursos Humanos – também se poderia chamar MBA de Pessoas – via processo do passa-a-palavra; esperam-me trinta e tais voluntários.
Vaidoso como sou, gosto que os alunos se lembrem sempre de mim pelo facto das aulas não merecerem sapateado (para já). Que pena eu tenho, de não existir esse fantástico meio de comunicação nos hábitos dos estudantes portugueses da educação superior. Quando a aula não presta… porque não um bom sapateado orquestrado pelos alunos presentes?
O professor também pode ser autista ou em termos mais leves, o professor pode não ver nem ouvir o que se passa na «sua» sala de aula. Abre a sessão com o «seu» programa e vai dando música aos seus ouvintes. Que bom que é, sempre que os ouvintes também participam na evolução da música; melhor ainda quando pedem bis. Terrífico! sempre que o professor é obrigado a um «encore».

Sou o menos «famoso» de todos os meus colegas e camaradas.
Quis o fado, quer o destino, que haja sempre um aluno que se sinta bem na minha sala e vai ser esse o apóstolo divulgador da palavra através da rede mafiosa que promove disciplinas (cursos na terminologia anglo saxónica) e que destrói perfis sedutores fabricados pela eterna malta que apregoa os feios e os bonitos, os bons e os maus, os que sabem e os que nem por isso. Os que são cool e os que são uma seca!

A minha sala de aula é um laboratório de democracia aplicada. Há quem exerça a função de líder ao longo das 4 horas que duram os trabalhos, há quem participe de corpo e alma no desenvolvimento dos trabalhos e obviamente, há quem assista ao jogo.
Procuro conhecer (possuo meios para isso) os alunos com umas semanas de antecedência; apresento-me via eMail, manipulando algumas expectativas, apontando a plataforma de eLearning, mostrando o caminho para o Blog da disciplina (curso). É importante que os estudantes possuam uma visão, qualquer que ela seja, do que os espera. Que raio de disciplina (curso) é esta? De que se trata? Que vamos p’ra ali fazer? Partindo desse primeiro marco, obtido que está algum conhecimento sobre os pepes-rápidos que se entusiasmam à primeira chamada, põe-se em prática uma metodologia de aproximação (também pode ser jogo de sedução), que vai evoluindo à medida que a própria «massa» se vai modificando. É que, esta profissão, tem de ser tremendamente adaptativa no seu modo de pensar o fazer.
Claro que tenho concorrência no meu mercado. Quer eu, quer o meu concorrente, procuramos não sobrepor as nossas disciplinas (cursos) na mesma grelha do calendário. O meu concorrente – foi assim designado pelos alunos – é o director dos MBAs e o curso (disciplina) dele é o bem estruturado ambiente de «estudo de casos» orientado para a Estratégia. Quando termina a disciplina (curso) dele, começa a minha disciplina (curso) e esta, tem a ver com a gestão da inovação. Sou, por mal dos meus pecados, trabalhador e prático das coisas que tem a ver com a minha disciplina (curso) desde 1998; mantenho-me no activo, ao serviço – bem pago – do sistema científico e tecnológico do Euskadi.
Aqueles teimosos da Guipuzkoa-Bizkaia-Alava, contrataram em 1996 um senhor chamado Michael Porter – a União Europeia pagou – para explicar aos bascos como se construía uma região competitiva. E não é que eles ficaram crentes?

Tenho estado, ultimamente, concentrado num diálogo através da Net, com alguém que está a 7000 km de distância ou isso, trocando ideias e bitaites avulso em torno do processo educativo. OJO! Processo educativo na prática. Pese embora, diferenças culturais, tradições educativas e alternativas de percurso: antes, durante e após.
O meu discurso começa com uma premissa: - O professor é um produtor.
Produtor no sentido cultural, tal qual o que produz cinema ou teatro ou música. Produtor no sentido daquele que orienta a produção de um bem, contribuindo tantas vezes com financiamento (pelo menos em parte) para essa mesma produção. Afinal, o que custa (?!) à universidade, o meu envolvimento num projecto da Simoldes, onde o meu desempenho na ciência da modelação e simulação vai ser várias vezes melhorado, pelo facto de eu ser confrontado com um problema prático da Toyota, que nunca seria tema no Campus Santiago?


Regressemos ao plano da aula prevista para 19 de Maio próximo:


1. Programa da disciplina afixado na plataforma eLearning no espaço que lhe está afecta; objectivos, método, bibliografia e tudo o mais convencionado para ensino presencial. É lá que se encontra o repositório de documentos, maioritariamente em língua inglesa, quer de apoio, quer de apresentação dos temas, tópicos, e coisas interessantes produzidas por pessoas que conhecem a disciplina (curso) ou para ela têm trabalhado quer no plano teórico quer (sobretudo) no prático.


2. Há sempre um documento nuclear que nos vai fazer voltar «ao local do crime». É esse o nosso problema de estudo, foco ou fulcro de tudo quanto se vai passar durante o curso (disciplina). Sessão a sessão, toda a evolução (regressão) acontecida ao longo do calendário (plano) vai ser reportada no Blog. Interessa-nos rever a discussão, o debate, as perspectivas e diversidade dos pontos de vista, às vezes com algum distanciamento.
5 a 10 dias é uma boa almofada de tempo para «bater outra vez no ceguinho».
O curso (disciplina) possui obrigatoriamente 4 temas e cada um deles está afecto ao mesmo número de horas presenciais.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Reportagem verdadeira contada a mentir



Ciência: Sócrates lança medidas de "continuidade" no apoio ao desenvolvimento científico

Aveiro, 12 Maio(Lusa) -
O primeiro-ministro disse hoje que "a aposta política fundamental" do Governo na Ciência "se não for continuada perde-se", realçando que o investimento público nessa área teve o maior crescimento desde o 25 de Abril.
José Sócrates falava na "progressista" Universidade de Aveiro, onde foi apresentar um conjunto de novas medidas para a Ciência, que incluem a criação de cátedras convidadas nas universidades, o lançamento de bolsas para estudantes que se associem a centros de investigação durante a licenciatura, e a contratação de mais 500 doutorados.

“MAIS CIENTISTAS PARA PORTUGAL”
Jornal Público (12Maio) toda a página 14 «anuncio pago pela FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia

A democracia tem razões que o interesse do país desconhece.
Ontem era a aposta na lista de jogadores da selecção de Scolari.
Hoje foi a declaração da troca de petróleo por alimentos.
Não há direito de escreverem assim tanta tortuosidade.


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Primeiros investigadores de alto nível a caminho da Universidade de Aveiro
A Universidade de Aveiro vai receber as duas primeiras cátedras convidadas na área das energias renováveis e telecomunicações, envolvendo, respectivamente, as empresas Martifer e Nokia Siemens Networks. A assinatura dos acordos entre a UA, as duas empresas e a Fundação para a Ciência e Tecnologia foi testemunhada pelo Primeiro-Ministro José Sócrates e pelo Ministro Mariano Gago, ontem (12 de Maio), na cerimónia de lançamento do Programa do Governo «Ciência 2008 – Mais Cientistas para Portugal» que decorreu na UA.

Atrair para Portugal investigadores de alto nível internacional e apoiar as instituições do Ensino Superior no seu esforço de internacionalização e de estabelecimento de parcerias com outras entidades. É este o objectivo da criação das Cátedras Convidadas, uma das novas iniciativas governamentais para o desenvolvimento científico português, anunciada a 12 de Maio, na UA, pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, José Mariano Gago, numa cerimónia presidida pelo Primeiro-Ministro, José Sócrates.A Universidade de Aveiro e as empresas Martifer e Nokia Siemens Networks deram assim os primeiros passos para a concretização deste objectivo governamental que, até 2009, prevê a celebração de contratos-programa entre a FCT e instituições científicas, em articulação com instituições de ensino superior universitário, visando o co-financiamento até 50 Cátedras Convidadas, em parceria com empresas, fundações ou outras entidades.Entre o conjunto de iniciativas anunciadas no âmbito do Programa «Ciência 2008» - um investimento de 400 milhões de euros para investigação e ciência - figura a criação de 5 mil bolsas para a integração de 5 mil estudantes de Ensino Superior na Investigação, mil novos contratos de trabalho para investigadores contratados e o lançamento de concursos para novas bolsas de investigação.

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Vai daí a minha boca abriu-se de espanto. É que este anúncio é de 2005.

Onde está Martifer deveria ler-se Bosch Termotecnologia SA, será que…
Pois é; não é Zé?

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Quem se mete com «Políticos», leva!



Estava eu, entretido a começar uma coisa nova, muito bonita… quando me disseram:
- Tem tento, vê se tomas mais duche de água fria, senão…
Vai daí, eu perguntei: - É coisa p'ra muito tempo?
- Não! Vê lá se estás sossegado aí por uns dez a vinte dias, depois, podes brincar à vontade.

Fiz de conta que, afinal, não sou tão híper-super-convencido e pesados os prós-e-contras argumentei contra o meu orgulho de puto mimado e disse para as minhas T-shirts:
- Eh! Pá… olha que isto vale a pena. Agora os gajos só querem putos com hormonas e se possível até 30 anos.
Posto isto, palavras para quê?
É que o alex.sousa também é um artista português.
Percebeste? Ou queres que te explique?

Sabes bem.
Os rapazes (bem acompanhados...) gostam de dizer verdades, se possível mentindo.
E atão noé que eu detesto heróis mortos?
Como é que eu me vou livrar desta merda?
Diz a minha ácida consciência:
- Desenrasca-te merdoso. Não é o que costumas fazer?
É isso!
Oh! Portugal, Portugal. De que é que estás à espera?

domingo, 11 de maio de 2008

MCTES «directas» Já! (2.ª tentativa)

XV mês de ordenado

Notícia do Expresso, diz-nos que Paulo Teixeira Pinto terá, na Guimarães Editora, aumentado os salários de todos os empregados e atribuído o 15.º mês de ordenado.

Então não é que um Doutor Banqueiro ficava tão bem a administrar o MCTES (?!)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Foi para Lisboa…


Está a passar esta manhã na Antena Um uma entrevista do senhor AEP, mais conhecido em Rio Meão pelo Ludgero. Pois, diz quem sabe, que os políticos do Norte foram todos para Lisboa tratar da sua vidinha!
Se o Ludgero diz é porque é verdade.
Nem a propósito…

«Lisboa, 08 Mai (Lusa) - A Cisco Portugal pretende triplicar o número de academias, centros de formação profissional em tecnologias de Internet, no mercado português até 2011 e atingir as 400, disse hoje à Lusa o director-geral, Carlos Brazão.
O responsável pela subsidiária tecnológica portuguesa falava à agência Lusa a propósito do memorando de entendimento que a Cisco assina sexta-feira com o Governo português para "formação técnica profissional".
A assinatura do acordo ocorre durante a inauguração do novo centro de logística europeu da Cisco, denominado Hércules, e da nova sede da empresa em Portugal.»


Conheci Diogo Vasconcelos, ex-gestor da UMIC e actual consultor da presidência da república, nomeado pela Cisco para dirigir internacionalmente a área de consultoria para o sector público da empresa, integrada na unidade de Internet Business Solutions Group (IBSG). Antes do governo do nosso bem amado presidente da União Europeia, o Diogo era um jotinha laranja, mais ou menos encostado (ali para as bandas da Católica) à eminência parda do PS do Norte: Alberto Castro.
Num golpe de vento, o Diogo ultrapassou muito crânio do PSD pela direita e eis senão quando, os betinhos acordaram e já estava ele em Lisboa com a fabulosa central de compras do governo nas coxas das mãos. Que querem? É a vida!

Não desistam. Em Lisboa há óptimas saladas e recomendam-se.

E eu de inveja roído, roído, roído, ruído, ruído, ruído…

quinta-feira, 8 de maio de 2008

NO COMMENTS!

From: "Reitoria"
Sender: "Lista Geral da UA - SRE" ,
Subject: CONVITE - Apresentação da iniciativa Ciência 2008 com a presença de S. Ex.ª o Primeiro-Ministro
Date: Thu, 08 May 2008 10:42:33 +0100
To: "Lista Geral da UA - SRE"

Caros membros da comunidade universitária,

O Senhor Primeiro-Ministro, Eng.º José Sócrates, e o Senhor Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Prof. José Mariano Gago, deslocam-se à nossa Universidade, na próxima segunda-feira, dia 12 de Maio, para efectuar a sessão de lançamento das novas iniciativas para o desenvolvimento científico nacional “Ciência 2008 – Mais Cientistas para Portugal”.

A Universidade de Aveiro acolherá esta iniciativa do Governo, que se reveste de especial interesse para a área da investigação ao divulgar as orientações estratégicas e os novos instrumentos de apoio neste domínio. Assim, convido a comunidade a participar neste evento, que se desenrolará no Auditório da Reitoria, com início às 11h00.

A Reitora

Maria Helena Nazaré

De profissionais para profissionais (espera-se…)



Apresentação em Aveiro agendada para 13 de Maio, às 18h00, no DEGEI
programa internacional Magellan MBA
para formação de gestores de topo
No dia 8 de Maio, pelas 17H00, realiza-se na Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra a cerimónia de assinatura do protocolo que presidirá à criação do programa internacional Magellan MBA. Beneficiando do know-how de cinco universidades portuguesas - Aveiro, Coimbra, Minho, Porto e Católica Portuguesa - o objectivo do Magellan MBA é competir no mercado mundial na área da formação avançada em gestão. A apresentação do Magellan MBA em Aveiro está agendada para o dia 13 de Maio, às 18h30, no Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da UA.

________________________________________
Estarão presentes na cerimónia de assinatura deste protocolo, que prevê, também, a criação de um Doctor in Business Administration (DBA), Manuel Assunção, Vice-Reitor da Universidade de Aveiro, Fernando Seabra Santos, Reitor da Universidade de Coimbra, António Guimarães Rodrigues, Reitor da Universidade do Minho, José Marques dos Santos, Reitor da Universidade do Porto e Manuel Joaquim Pinho Moreira de Azevedo, presidente do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa.

Com arranque previsto no próximo ano lectivo, pretende-se que este novo MBA entre a médio prazo nos rankings internacionais, sendo leccionado em regime de full-time e inteiramente em inglês.

O diploma de MBA será outorgado, em representação das cinco Universidades, pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da Universidade de Aveiro, Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, Escola de Gestão do Porto – University of Porto Business School e Escola de Gestão Empresarial (Universidade Católica Portuguesa).

A apresentação do Magellan MBA vai decorrer em vários locais do país, ao longo do mês de Maio, estando a apresentação de Aveiro agendada para o dia 13 de Maio, às 18h30, no Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da Universidade de Aveiro.

As restantes sessões vão decorrer, no dia 8, na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, no dia 9, na Escola de Gestão do Porto – University of Porto Business School, e no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, no dia 12, na Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, no dia 13, na Associação Empresarial da Região do Algarve, em Faro, no dia 15, na Associação Empresarial da Região de Leiria e no dia 19, na Associação Industrial de Viseu.

Mais informações podem ser consultadas em http://www.magellanmba.com

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Bob Geldof a plantar batatas no jardim do espírito santo

Óbvio que o BOB não conhece a África, tirando o percurso entre o aeródromo e o hotel onde fica, quando lá vai mais o Guterres distribuir batata frita à inglesa.
Óbvio que o BOB desde que percebeu – ele e outros – que uns concertos mais uns CDs e uns vídeos à escala mundial resolviam o problema do «dream team», nunca mais deu corda à guitarra nem à viola.
Os governantes africanos fazem todos parte de um bando de criminosos. Deixar Angola pendurada no cartaz e esquecer a Nigéria ou os vários Congos, traz um cheiro a negócio mal concluído. Mas, isso são problemas que o BES, CGD, BPI, BCP, Galp, Mota-Engil, Expresso, Sol, e outros, e outros, resolvem um dia destes.


Nelson Mandela foi para casa, porque… porque… porque é doutro Mundo. OJO!

Angola teve uma guerra mortífera entre 1961 e Fevereiro de 2002; apadrinhada por muitos fabricantes de batata frita, bolacha Maria e leite de soja. E, não fora o conluio tecnológico entre a C.I.A. e Zé Santos, ainda a procissão estaria longe do adro da igreja.

Regressemos aos problemas que preocupam BOB, ou seja, tratemos de plantar batata no Jardim da Boavista (Porto) ou nas laterais aos Restauradores (Lisboa), na Pr. da República (Coimbra) ou no Jardim de Santa Bárbara (Braga), o Jardim do Bonfim (Setúbal) também tem bom corpo para ser aproveitado.
Juro que não sou malévolo sugerindo à Regina que reescreva o seu texto sobre os Mestrados & Campos de Golfe mas agora nitidamente orientada para o agrião e alfaces várias, manjericão (diz-se alfádega no meu sítio), ervas cheirosas e outros truques para matar a fome.

Já agora: ver o texto da
Business Week sobre Rural Business
São sempre umas ideias novas para fazer crescer o Bologna Process.
Boas saladas!!!

Mudam-se os tempos...

Ano lectivo 2008/2009
Mestrados de 2.º Ciclo e CFA com candidaturas abertas

Já estão disponíveis as candidaturas para os cursos de mestrado, de 2º ciclo, e para o Curso de Formação Avançada, promovidos pelo Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial.
Até 30 de Maio, os interessados podem candidatar-se aos mestrados em Economia, Engenharia e Gestão Industrial, Gestão e Planeamento em Turismo e Gestão e ao Curso de Formação Avançada em Eficiência Energética e Energias Renováveis.
Não deixe de consultar os editais de abertura de cada um dos cursos em https://www.ua.pt/saa/PageText.aspx?id=7491 (Mestrados) e
https://www.ua.pt/saa/PageText.aspx?id=7824 (Curso de Formação Avançada)

Os planos de estudo e demais informações sobre os cursos de pós-graduação do DEGEI podem ser consultadas em http://www.ua.pt/egi.

Já lá vai o tempo em que os alunos faziam bicha para inscrições na Universidade.
Esse tempo passou e não volta mais.
Agora, até as universidades têm de recorrer às técnicas e métodos que ensinam aos seus alunos. Já era tempo!

terça-feira, 6 de maio de 2008

Quanto vale um «Recurso» ? e se for «Humano»?


Uma multinacional portuguesa com carteira de clientes/projectos absolutamente notável teve a atitude simpática de pedir a um Prof. Catedrático da nossa praça que procurasse um candidato (M/F) susceptível de ser seleccionado para o posto de trabalho, assim configurado:


Serviços:
- Relacionamento com Mercado (universidades, laboratórios, fornecedores, etc.);
- Gestão do conhecimento tecnológico (vigilância de conhecimento emergentes e gestão de plataformas de comunicação (sites, newsletter, biblioteca, revistas);
- Gestão de projectos ligados à tecnologia;
- Desenvolvimento de competências técnicas (actualidade técnica, formação, e-learning).

O perfil dos interessados deverá preencher esta grelha de competências:
- Formação complementar em gestão do conhecimento;
- Formação base em áreas de gestão, psicologia ou outras que abarquem esta temática;
- Conhecimentos em informática (internet, e-learning, comunicação digital);
- Disponibilidade para a mobilidade (nacional e internacional);
- Dinamismo e motivação para trabalhos em equipa;
- Capacidade de comunicação;
- Criatividade.

As respostas deverão ser endereçadas para
Bzbzbzbz@bz.pt até dia 12 de Maio, 10 horas.

Imaginem os meus aleatórios leitores (M/F), que vos passa pela cabeça a ideia peregrina de que as nossas universidades/politécnicos entregam profissionais com características bastantes, para satisfazer esta necessidade concreta do mercado.
Ajudem-me…
Que graduação? Curso? Escola? poderiam fazer parte da grelha de selecção???

segunda-feira, 5 de maio de 2008

MCTES: «as promessas são para cumprir!»


AINDA... aquela crença na justiça das intenções.

Eu, me confesso esperançoso, em que o MCTES, que não zela pelo bem estar dos educadores, pelo menos, faça alguma coisa para corrigir a injustiça com que foram (são) tratados alguns dos alunos da educação superior.


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From: MOREIRA Elisio
Subject: Re: Parece que agora é desta
Date: Mon, 05 May 2008 08:33:07 +0100
To: alex.sousa@ua.pt

Bom dia Prof Alex:
Parece que a intenção, e digo intenção porque ao chegar à realidade as coisas derrapam, é boa: embora tardia. Esta questão coloquei eu à Provedoria de Justiça em 11-09-2002 conjuntamente com outras relacionadas com as leis de autonomia das Universidades e estatuto do trabalhador estudante. Como bons portugueses que somos (estendo isto aos nossos governantes) a questão foi sendo empurrada para o esquecimento.
Se a medida agora anunciada fôr efectiva, dirigida a quem precisa a aceite pelo mercado de trabalho, então será uma boa medida
Salutations Elisio Moreira API:CACAVE010 Logistique Cacia - Documentation Ph 00351234301300 poste 1741


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sexta-feira, 2 de maio de 2008

Em defesa de coisas em que acreditamos e que praticamos


Há um carola cuja graduação é filosofia e a prática é dirigir pessoas a fazer coisas, não importa muito bem o quê, já o vi nas artes gráficas, já estive com ele nas multinacionais que fabricam assentos e estofos para a indústria automóvel, encontrei-o mais tarde a fabricar janelas e agora estou com ele (às vezes) na construção metálica.
Sempre que estou com ele, a maior da parte das vezes, ouvindo as suas dissertações em voz alta, não consigo nunca esquecer-me que a sua formação de base é Platão, Kant, Nitzche e por aí fora. 11 em cada 10 vezes o nosso motivo de debate e de trabalho é encontrar meios e formas de levar grupos de pessoas a fazer coisas!
A personagem tem nome: Luís, anda pelo meio século de vida e quem o quiser ver feliz é apontar-lhe mais um desafio, outra coisa nova para fazer.

Nesta coisa nova, onde encontrei motivos para acender chamas no querer do Luís, existem três pólos de produção: Viana do Castelo, Maia e Amarante. No meio do maralhal que vive a sua vida entre ferro, aço, alumínio e outros metais, circulam a olho nu, aí uns trinta e tal engenheiros, do qual mais de um terço são mulheres. Chegam de escolas múltiplas, desde o «design» até à «mecânica», passando pela «metalurgia».
Quando cá chegam, salvo excepções que confirmam a regra, nenhum destes «macacos» é engenheiro.
Nesta empresa, caso raro no panorama nacional, o ser engenheiro não faz parte do nome das pessoas: chama-se pela Andreia, pelo Gregório, Ana, Pedro, and so on…
O grande «patrão» do chão da fábrica é o António Castanheira, tal qual ele me diz:
- Se preciso de um ângulo mais complicado, olho para todos os lados à procura de um engenheiro.
Ou seja, mesmo os «duros» da metalomecânica sabem distinguir à vista desarmada, o que é um engenheiro de um qualquer outro chaço de ferro.

Entre desvairadas coisas que tenho por aqui entre mãos e neurónios, está a camisola do papel de mentor e tutor de um jovem estagiário, pago pelo IEFP (900 €/mês) ao longo de 12 meses, a quem já me afeiçoei, chegadinho cheio de teias de aranha nos olhos, com um papel e selo branco a atestar que ele, António Abreu, é licenciado em engenharia mecânica. Diz bem o papel, ele só é licenciado ou graduado; tal qual o vocabulário do Bologna Process. Não é engenheiro! Engenheiro vou fazê-lo eu, mais o Luís, mais o Quim, sobretudo o outro António, dono e senhor do chão da fábrica.

Caiu do céu, aquela declaração do Zé Mariano anunciando aos ventos e marés, a possibilidade de formatar um curso, bacharelato ou mestrado, conforme nós o vamos congeminar. É que o António Abreu vai ter de ir outra vez à escola, a espaços, aprender coisas que nós precisamos que ele saiba bastante melhor do que a ideia parda que ele neste momento nos transmite. Mas, há sempre uma dúvida que resta…

Será que, quem manda na escola, no curso, na disciplina, está pronto para nos ouvir?

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Finalmente! Temos percurso da linha 1, qualquer que seja o apeadeiro.



Zurzimos 366 em cada 365 dias da vida do MCTES e do seu bastonário.
Fica-nos um dia da nossa vida para dizer francamente: APROVADO!
Aquilo que parece é.
Zé Mariano libertou a educação superior do espartilho que impediu anos e anos a fio, milhares e milhares de pessoas, plantadas ao longo da Estrada Nacional 1 – no mínimo – de terminarem licenciaturas, bacharelatos, mestrados e tudo o mais que está na magna carta, por incompatibilidade de horários, porque precisam trabalhar para comer e mil e uma razões adicionais.


Daqui mando um abraço emocionado ao meu antigo aluno e amigo, Elísio Moreira, da C.A.C.I.A. Renault, que vai finalmente poder concluir o curso de Engenharia e Gestão Industrial, não sei se antes da filha, mas mais vale tarde que...


Então não é que uma notícia destas (não ignorada), agora lançada propagandisticamente e por isso recheada de compromisso e responsabilidade, não merece mais uma taça?


Heep Heep Hurra!!!

Hoje também é o meu dia de trabalhador, por isso: Murganheira super-reserva bruto 2004



Mantenho vivo aquele refrão da «terra a quem a trabalha».

Manhã cedo, o equivalente a seis cafés mais dois pães com queijo amanteigado (de Seia) e vá de assobio até à horta (5000 m2).

As raízes das plantas querem-se com aconchego da terra, vai daí, três dúzias de pimenteiros transplantados, seguidos de uns tomateiros daqueles cujo fruto parece uma maçã espriega, um curto descanso a namorar a flor dos marmeleiros e depois mãos à obra, que a promessa era de meter umas vides de moscatel previamente abaceladas, agora já no sítio definitivo.
Digo-vos assim de mansinho, num sussurro de pé-de-orelha que não posso com uma gata pelo rabo.

Pelo sim pelo não, tomada que está a dose de água fria recomendada pelo bastonário da ordem dos médicos e cruzada anti-oftalmologistas cubanos, vou entregar-me a outro tipo de trabalho, mais soft. Mesmo assim, ergo a minha taça a quem, por razões corriqueiras, se tenha que entregar a tarefas e actividades inglórias, tais como as que se vão seguir.

Um Bom Dia Primeiro de Maio a todas e a todos.