quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O barco vai de saída… «time for change» ?


De repente, como se fosse no tempo dos tamarindos, a caixa do correio agitou-se. Ouviram-se coisas a cair, saiu fumo, assustei-me deveras.

Esta tarde, por devaneio, accionei o comando da caixa mágica e vi o nosso bem amado PM, fato azul, camisa azul e gravata da mesma farda, agitando dedos magros e pronunciando esquisitos nomes, tais como: OCDE, educação, resultados, estatísticas e outros palavrões. Gosto disto, sim senhor. Fiquei recuperado. Senti-me outra vez homem de corpo inteiro e com vontade de regressar ao mar.

A Renault escreveu-me às 16:21 horas e não era propriamente para me vender um carro, ou dois, nem mesmo uma caixa-de-velocidades;

Um amigo, que por acaso vende interactive whiteboards, escreveu-me ontem às 21:28 horas com um plano de formação para os professores do básico e do secundário que blablablablablabla;

Outro ainda, com quem tenho de preparar uma importante reinvenção, escreve-me do Mali a dizer que só consegue chegar cá a sete de fevereiro; coitado, vem a pé;

A minha amiga Barbara está furibunda porque nunca mais apareci em Telford e avisa-me que corro o risco de aparecer por aí, por aí, sujo de baba e ranho;

A Intel, Cisco e Microsoft enviaram-me mensagens a dizer mais ou menos preto no branco que aquilo que andaram a fazer nos últimos doze meses não pode ser para deitar ao caixote do lixo…
“They create new ideas, products and services and share these with colleagues, customers, or an even larger audience and there is a need to work flexibly in response to complex problems, manage information, communicate effectively, work in teams and produce new knowledge.”
A questão fundamental é saber até que ponto o nosso sistema de avaliação da educação reflecte estas reivindicações?
Não muito ... digo eu... .... É a resposta possível para estes parceiros na transformação da educação; Cisco, Intel e Microsoft, carregados de sugestões segundo as quais "a maioria dos sistemas educativos funcionam tanto e talqualmente como fizeram no início do século 20."

Lá vamos nós ter de pedir outro estudo aos camaradas que esperam sentados nos degraus da sede da OCDE, num qualquer sítio perto de si.