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domingo, 18 de novembro de 2007

Preciso de um Concurso de Contos



Vá lá... ajudem.
Mandem-me endereços, notícias, passem a palavra.
Tenho um conto, o autêntico, o verdadeiro, o único, o tal que merece ir a concurso.

QUERO CONCORRER A UM CONCURSO DE CONTOS , PRONTOS!

A todos as minhas amigas e amigos:
Vá lá digam-me a que concurso vou concorrer.

O meu conto é o melhor conto do mundo!

Quereis pagar para ver?
Vou deixar espreitar uma nesguinha:
A música maluca que se segue... faz parte do conto.

sábado, 29 de setembro de 2007

Chove, chuva, molhada, minúscula, fria, chilena…




É este o Pablo Neruda de que gosto, de quem aprendi a gostar nas noites de Madrid, ao longo das sortidas da Residencia de Estudiantes del Império; o livro está datado por mim a 15-Dez-73 e um bilhete amarelo do Metro de Madrid, fixa a marcação deste poema:



Pablo Neruda - "Me gustas cuando callas..." en su voz



20 Poemas de amor y una canción desesperada



POEMA 15



Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.

Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.

Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.

Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.

Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Porque gosto de ler e percorrer Mestre Aquilino?


Sobretudo é a vida de Aquilino que me apaixona. Os sítios por onde andou, as cenas que retractou, as histórias do povo que ele conheceu.
Tudo quanto seja biográfico acerca de Aquilino me interessa. Sei de cor as estradas que vão de Moimenta até Tarouca ou no sentido contrário, para Sernancelhe, sem esquecer a velha terra do Carregal, orgulhosa de ter sido o berço do Mestre, imortalizada a região nas «Terras do Demo». Também não nos perdemos na Serra da Lapa ou nas margens do Vale do Távora.

Nem é tanto o «Quando os lobos uivam» ou o «Malhadinhas». Para mim, são coisas como a dedicatória do «Livro do Menino Deus», onde o Mestre escreveu:
À memória de minha Mãe,
humilde, boa e religiosa sem ser
pelo interesse de ganhar o Céu.

Para mim, são as «Arcas encoiradas» ou ainda «De Meca a Freixo-de-Espada-à-Cinta», onde leio no prefácio:
“… Este feixe de ensaios, que estão na mesma ordem de ideias e matérias de Por obra e graça, é, mais que uma especulação acidental do entendimento, um princípio de arrumação da casa. Há dias fui chamado a testemunhar uma operação cinerária que, ao contrário da «descida ao sepulcro», tema de alta competição pictórica – Caravágio, Greco, quantos mais? – não interessou, até agora, que eu saiba, nenhum pincel. Por falta de cor, pelo seu manifesto macabro? Tratava-se do encerramento da urna. Vieram os alfaiates de cangalheiro e num ápice, um deles, com tesoira grande e indiferente como deve ser…”
Por aí fora, por aí fora…

Até sempre, Mestre!

domingo, 2 de setembro de 2007

Porque hoje é domingo...



Porque hoje é domingo
Vem à memória o quanto custa a água
Pensar nas contas que todos temos a pagar
E quanto leva pr’a casa o rapaz do acto de contrição
Que se revoltou contra o patrão num dia que até era sábado.

Porque hoje é domingo
Vem à memória o betinho, moreninho,
que pede menos impostos,
sem saber a como está
o preço da batata, do feijão e dos nabos!

Porque hoje é domingo
Depois do primeiro dia de Setembro
Perguntam como vai ser para entrar na cidade
Sem se lembrarem...
Dos que nunca de cá saíram,
Dos que nunca cá mais voltaram
Dos pobres que nem ideia têm da terra onde nasceram.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Porque gosto de ler Alexandre O’Neill?



Não resisto a dizer qualquer coisa, até porque – não usando eu, livros de cabeceira – vou buscar muitas vezes à estante as «poesias completas» para deambular por aqui e por ali.
Tive durante muito tempo, uma folha A4 pregada na parede da minha sala de trabalho, com um pequeno poema dele, que a mim me dizia muito, por circunstâncias várias adoptadas por mim, que sou órfão de pai e de muitas outras coisas a que chamamos vida.
Dos ‘seis poemas confiados à memória de Nora Mitrani’ fica aqui a parte da minha folha A4 que havia retirado ao O’Neill, como se tivesse passado a ser minha:

…….. II…..
Se eu pudesse dizer-te: - Senta aqui
nos meus joelhos, deixa-me alisar-te,
ó amável bichinho, o pêlo fino;
depois, a contra-pêlo, provocar-te!
Se eu pudesse juntar no mesmo fio
(infinito colar!) cada arrepio
que aos viajeiros comprazidos dedos
fizesse descobrir novos enredos!
Se eu pudesse fechar-te nesta mão,
tecedeira fiel de tantas linhas,
de tanto enredo imaginário, vão,
e incitar alguém: - Vê se adivinhas…
Então um fértil jogo amor seria.
Não este descerrar a mão vazia!
………………………………………………

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Porque gosto de ler Alexander Search?



Canção para Fanny


Vimos da onda, da costa
Em som arrebatador,
E da aragem que recosta
Numa nuvem seu langor;
Vimos do rio que murmura,
Da folhagem que sussurra,
Nós vimos alegremente.

Como os pingos do orvalho,
Brilhantes e numerosos
Nós descemos até Fanny
Como os dias luminosos;
Do alto cume do monte
E do cintilar da fonte,
Nós vimos alegremente.

Vimos do vale, da colina,
Da montanha, do valado;
Da tristeza da tardinha
Com tanto conto contado;
Do prado em sua doçura,
Da sombra em sua frescura,
Nós vimos alegremente.


Habitámos no salgueiro
E no ninho que acoberta,
Mas fizemos travesseiro
Do coração do poeta;
E de tudo o que repassa
As almas de amor e graça,
Nós vimos alegremente.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Porque gosto de ler Mário Cesariny?

poema


Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
.........................................