quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Porque gosto de ler e percorrer Mestre Aquilino?


Sobretudo é a vida de Aquilino que me apaixona. Os sítios por onde andou, as cenas que retractou, as histórias do povo que ele conheceu.
Tudo quanto seja biográfico acerca de Aquilino me interessa. Sei de cor as estradas que vão de Moimenta até Tarouca ou no sentido contrário, para Sernancelhe, sem esquecer a velha terra do Carregal, orgulhosa de ter sido o berço do Mestre, imortalizada a região nas «Terras do Demo». Também não nos perdemos na Serra da Lapa ou nas margens do Vale do Távora.

Nem é tanto o «Quando os lobos uivam» ou o «Malhadinhas». Para mim, são coisas como a dedicatória do «Livro do Menino Deus», onde o Mestre escreveu:
À memória de minha Mãe,
humilde, boa e religiosa sem ser
pelo interesse de ganhar o Céu.

Para mim, são as «Arcas encoiradas» ou ainda «De Meca a Freixo-de-Espada-à-Cinta», onde leio no prefácio:
“… Este feixe de ensaios, que estão na mesma ordem de ideias e matérias de Por obra e graça, é, mais que uma especulação acidental do entendimento, um princípio de arrumação da casa. Há dias fui chamado a testemunhar uma operação cinerária que, ao contrário da «descida ao sepulcro», tema de alta competição pictórica – Caravágio, Greco, quantos mais? – não interessou, até agora, que eu saiba, nenhum pincel. Por falta de cor, pelo seu manifesto macabro? Tratava-se do encerramento da urna. Vieram os alfaiates de cangalheiro e num ápice, um deles, com tesoira grande e indiferente como deve ser…”
Por aí fora, por aí fora…

Até sempre, Mestre!

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