terça-feira, 11 de março de 2008

WHAT ELSE





Regressávamos a casa, eu o Virgílio, Manolo e Regina, por entre a chuva de Braga e trânsito do fim de tarde. Lucília já tinha partido rumo ao Sul, decidido que estava, o próximo confronto ser à beira do Rei do Choco Frito.
Limpas as armas, arrumados os tarecos na mala do carro, varrido o lixo para debaixo do tapete, dizia-me o Virgílio: - Como é que tu és a favor do RJIES?
Entre 3 curvas e 4 semáforos voltei ao argumento favorito que dá conta da minha orientação no sentido de entender o «processo de Bologna» como de facto é, ou seja, um projecto. Todos os projectos têm a sua parte das regras que balizam o modo de jogar.
Palavroso, este REJIES. Se feito por gente de engenharia, teria no máximo 4 páginas, 3 com algum esforço de síntese. A meu lado, Virgílio comenta o enredo (ou será fado Alexandrino?) em que andam as Assembleias Estatutárias das IES procurando estender poderes que não existem no RJIES, inventando poderes que não estão previstos no RJIES, erguendo assessorias, consultorias, escritórios de ‘brockers’ e correctores de acções e interesses que já deram, gabinetes de Senados que outra coisa não são senão sítios onde se joga a bisca lambida, jogadores e assistentes de mãos nos bolsos e produção igual a zero.
Nos intervalos aparece a Severa e canta uns fados.
Como diz o nosso bem amado papa Ratzinger, há que suster o pecado.
Creio na AAAES e no extensíssimo tempo que vai levar até à nomeação dos seus excelsos membros, negociados naquela enormíssima cidade de transmontanos, beirões e alentejanos, até ser cooptado o último dos «etarras» que vai dar corpo e letra à estafadíssima saga das acreditações. Serei ainda vivo quando a penúltima das públicas tiver terminado o seu report de autoavaliação? Será que sou?
Creio numa ou duas ou três fundacionais que vão tentar demonstrar que, no passeio dos alegres também há direito à diferença. Recordo ter olhado, detidamente, para o vídeo do ataque comunista ao AUGUSTUS e, sinceramente, não me pareceram estar nessa cena, os atacantes, todos vestidos de igual… minto, os lenços eram todos brancos.
Honra seja feita a Zé Mariano e ao traje que o distingue da Lurdes; o Boss vai a todo e qualquer lugar, bem vestido, óculos à rico, falar com pessoas que evidenciem vantagens a favor do processo em curso. Não consta que esteja preocupado ou que deixe de dormir com tanto enredo (ou será fado Alexandrino?) obsessivo com Senados e outros jogadores da sueca. Contrariamente à Lurdes vestidinha de Maria Papoila, Zé Mariano anda sempre de fraque. Vaidosos que nós somos; como eu te entendo Zé…

Tal qual George Clooney, também eu apareço sempre que posso em anúncios de vacas leiteiras, fazendo jus à frase consagrada ‘What Else’ e dou o meu melhor nesta cruzada de animação contra o desencantamento e extremo comportamento low low low profile, de que fazem gala os profissionais da educação superior.
Tenho uma admiração – sincera – pelo continuado partir pedra a que dia-a-dia o José António se dedica (a utopia realizável). Não há hipótese, ele não desmoraliza, venham 20 ou 30 chover no molhado ou na passadeira vermelha, JCR chama-os pelos nomes, insiste, insiste, insiste.

O processo em curso na Universidade do Minho não é, nem tem de ser pacífico. Os processos pacíficos são aqueles que defrontamos com o Ministério da Finanças quando não pagamos o IRS. Como dizia ontem Rui Vieira de Castro (aquele abraço), «há diferentes visões da universidade… deve haver condições para o confronto de opiniões»
Pois é Rui, pois é…
Sabes bem o que acontece quando a Mãe do Macaco se põe a jeito?!
Os jogos do poder são sempre a doer. Repito a frase de um Bispo meu amigo, quando eu, macaco agnóstico, lhe fui pedir para interceder a favor de terceiros: - Alexandre! Diz a palavra do Senhor… “Esmagar o teu inimigo com a ponta da tua bota!”

Interessante ter ouvido ontem, em Gualtar, uma palavra que começa a tornar-se incomodativa, repetitiva, e que deve ser deixada «livre» seja aos crentes seja aos ímpios, seja ao justo seja ao pecador: ÉTICA
Que raio de coisa será esta?

Vou terminar que o patrão chama por mim; são as T-shirt para levar até aos Montes Urais, são 60 mensagens sobre business intelligence dos grupos Oracle a que tenho de responder, são mais 26 mensagens dos grupos Protégé a que tenho também que dar resposta, são 57 tretas pelas quais já passei os olhos desde as 6 e tal da matina, são as lembranças do Carlos Daniel e aquele ar durão de quem vai levar o COMUM até aos limites – não esqueças de mandar um jornal ao meu amigo Augustus o santos silva. Mais um abraço fraterno que tenho de mandar daqui (hoje estou na Trofa) até ao Luís Pedro – a eterna juventude e o grito de revolta contra a injustiça; mais aquela miúda redondinha com um sorriso muito lindo, que gravou umas cassetes com tretas minhas. Maus exemplos, maus exemplos que deixamos a estes miúdos e miúdas…

Vou deixar-vos. Espero rever-vos ainda antes de me sentar no Rei do Choco Frito.
Até sempre!

domingo, 9 de março de 2008

Bologna + 2



Confesso que tenho estudado o processo de Bologna muito mais a partir do que se passa noutra parte da Europa do que cá dentro. Com alguma vontade de simplificação ▬ vícios do ofício pagam dividendos ▬ divido o processo em duas partes.
Um, o que ocorreu pretensamente entre 1999 e 2005, culminando com a publicação do 74/2006, regime jurídico dos graus e diplomas do ensino superior.
Dois, o que ainda não se seguiu, com a procissão seriquitando no adro da igreja, e tem a ver com a nova ideia de instituição da educação superior, declarando à cabeça que esta é uma prestadora de serviços diversificados (oferta de conhecimento e formação de capacidades), posicionando-se concorrencialmente num mercado alargado de clientes indiferenciados.

Tudo (quase tudo) o que aconteceu nestes 90000 km2 ao longo destes últimos dois anos no ambiente IES está directamente ligado ao parágrafo anterior:
■ RJIES
■ AAAES
■ FUNDAÇÕES
Actividade regulamentada porque não há mais modelo único de IES.
Agência de Avaliação e Acreditação para a Garantia da Qualidade do Ensino Superior a quem caberá assegurar a integração de Portugal no sistema europeu de garantia da qualidade do ensino superior. A Agência espera ser dirigida por um conselho composto por personalidades de reconhecido mérito, independência e especialização na área da garantia da qualidade do ensino superior e da ciência. A este conselho caberão as decisões em matéria de avaliação e de acreditação dos estabelecimentos e cursos de ensino superior. Ainda estamos com fila de espera na dependência aleatória da agenda política deste Governo que tem aversão evidenciada por tudo quanto cheira a planos ou programas para cumprir.
Fundação U.P. como teste ácido da entrada no mercado, de novos concorrentes, num formato inovatório de competição em que ninguém pode (nem deve) confiar em ninguém.

Regressando ao auto-envolvimento 2005/2006, sou testemunho vivo de um processo que se diz participado (?!). Fiz seguimento à lupa do fenómeno desenrolado em dois pólos de ensino, um universitário e outro politécnico. Num dos casos – universitário – o gerente percebeu que não tinha muito tempo disponível para o rolo compressor esmagar um ano de licenciatura e vai daí, olhou durante 48 horas para todos quantos tinham «facturas para pagar». No fim do tempo de jogo, passou uma folha Excel para cada um dos directores de curso (4 cursos no Departamento) e pediu-lhes para acertarem a contagem dos ECTS. Após um Go-and-Back mínimo, tudo terminou em bem, mau grado a senhora Reitora ter visto perder alguns dos seus indefectíveis mais as pseudo disciplinas que leccionavam. No outro caso, politécnico, tudo se passou funcionalmente: o presidente nomeou um dos adjuntos para que fizesse o trabalho de casa e trouxesse a folha de Excel sem mácula; assim foi feito by your command.

Mas Bologna não é só isto. «Isto» é o cumprimento por parte do Estado – dono da educação superior – face aos compromissos internacionais assumidos. Uma coisa é harmonizar multilateralmente os sistemas nacionais de acreditação e avaliação da qualidade constituindo um mercado comum de educação superior; outra coisa é o desaparecimento dos vários modelos que têm vindo a coexistir na sociedade Europeia.
Prioridade ao ensino ou à investigação ou à troca de sinergias?
Que coisa é esta do desenvolvimento das competências?
Como organizar Planos de Estudo? Personalizados?
Ensino-Aprendizagem com enfoque no trabalho do Estudante?
Ensino-Aprendizagem mais cooperativo? Mais colaborativo?
Avaliação? Avaliação? Avaliação?

Afinal, qual é o desvio estimado entre o graduado que a empresa quer contratar e o jovem bacharelado que lhe aparece na caixa do correio a deixar um currículo de ½ página A4, Times New Roman, fonte 14?
E isso conta para alguma coisa neste processo de Bologna?

sábado, 8 de março de 2008

1 em cada 10 desempregados tem «papéis» da educação superior

Olhar para um post-it com esta anotação significa experimentar uma variedade notável de perspectivas:
● A educação superior oferece maiores oportunidades (teóricas) de trabalho, porém não garante nada;
● Ter educação superior pode favorecer maiores possibilidades de eu vir a ser um trabalhador sobre qualificado (diplomados com educação superior cujo emprego não está alinhado com a sua formação);
● Ter educação superior significa maior potencial para práticas de infidelidade laboral;
● Ter um doutoramento ou um mestrado pendurado na parede do ‘office’ é anúncio prévio de concorrência directa feita ao seu superior;

Maria Guida (nome fictício) está a terminar a sua tese de doutoramento em Gestão Industrial, o que é compatível com o exercício de actividade profissional numa empresa. Durante (um mau bocado) a sua pesquisa de emprego, conheceu em primeira-mão e discurso directo, os obstáculos que afronta uma pessoa academicamente qualificada, sempre que lhe passe pela cabeça procurar colocação fora do âmbito universitário (politécnico) ou do sistema público de investigação.
A situação de Maria não é de fácil generalização, antes exige algum conhecimento de cálculo matricial. Não é a mesma coisa ser doutorado em engenharia biomédica, robótica ou sociologia. No último caso, as dificuldades chegam via desconfiança ante pessoas que se percebem ser demasiado teóricas – e com experiência nula nas lides do mundo empresarial, pese embora o currículo universitário. No primeiro, é mais o desconhecimento das contribuições que pode realizar um doutorado, aquilo que trava maiores desejos de incorporação.
Nem tudo o que se desenrola no meu dia-a-dia é prazenteiro. Tenho de aturar vezes sem conta, bitaites, opiniões e factos consumados, plantados por gente importante que continua a ignorar que a grande potência norte-americana, em breve a ser governada por três-em-um, tem quase nada parecido com a velha Europa. Não é possível continuar a tentar vender coisas que, embora interessantes e com cotação em S.Diego ou Salt Lake City, são difíceis de entregar em Genève, Viena, ou mesmo impossíveis de serem replicadas em Vilar de Maçada. Dizia-me FB, doutorado em biologia, numa daquelas maçudas reuniões de totós que, de quando em quando, tenho de aturar na COTEC:
"A criação dos departamentos de I&D nas empresas é uma via verde para despachar mestres e doutores, …”. Alguém, gordorosamente, buzinava-me ao ouvido: - Este sabe o que diz… sabe do que fala, porque durante anos exerceu este trabalho numa empresa dos Estados Unidos.

"As empresas vão sempre preferir um graduado (3 + 2) em vez de um doutorado" sustenta o meu amigo PC, responsável por uma área nova da Martifer. "Não duvides que identificamos um doutorado com o ambiente académico e mais nada; quando um gajo destes entra num processo de selecção aparecem sempre ‘pontos pretos’, como que reclamará que se lhe pague mais porque possui mais formação, ou que mal tenha oportunidade dá gás à tábua e compromete-se num projecto de investigação com o Ineti ou outra treta parecida".

PC continua imparável: "Pode dar-se o caso de que os doutorados comecem a procurar emprego no sector privado quando rondam os 35 anos, o que implica que sejam vistos como menos ‘moldáveis’, menos adaptáveis à cultura empresarial, e sem a experiencia dos graduados que chegam à empresa pela porta do estágio curricular".

Que sabem ou conhecem as empresas, sobre os pontos fortes que os tais doutorados lhes podem acrescentar, melhorar, reforçar, construir? Que virtudes trazem consigo no saco de dorso, os doutorados?
A não ser que se trate de um tótó ou de um betinho, o doutorado tem obrigação de ‘pagar’ a sua falta de experiencia, com outras aptidões e competências, que são muitas e valiosas. Entre elas, a capacidade para o trabalho em equipa, análise e gestão da informação, hábitos de planeamento e organização, disposição para actividades do tipo aprendizagem-acção, criatividade, alguma sabedoria derivada das suas estadias por Seca & Meca e domínio de idiomas. Desculpem se me enganei!

A educação superior forma mão-de-obra cada vez mais barata. Os graduados universitarios ou politécnicos, quer se tratem de engenheiros, economistas ou educadores sociais, cobram (quando cobram) cada ano que passa salários mais baixos quase sempre sob contrato temporário.
Não vai assim muito tempo atrás, procurava eu argumentos em favor do curso de Engenharia e Gestão Industrial, numa grande unidade industrial da Ria de Aveiro, daquelas que só exportam. Dizia-me o Mário (nome verdadeiro), jovem director da logística externa: - Oh! Professor, não tivesse eu nascido em Leipzig, não tivesse eu feito o ensino básico naquela enorme Alemanha e tiriritirititi. É de manhã à noite, telefone para a República Checa, camiões para a Polónia e bota e vira.
Engenharia e Gestão Industrial? Está bem está!

Esqueceu-me um ponto importante: diz o PC (Martifer) que estão na moda duas omissões simpáticas sempre que mandas o currículo para análise e avaliação.

UM, não menciones a idade. Depois logo se vê.

DOIS, não menciones que tens o Mestrado. Escreve qualquer coisa como... Interrompi o Mestrado em 2005, blablablablabla. Depois logo se vê.





sexta-feira, 7 de março de 2008

INFORMAÇÃO - REUNIÃO COM O MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR

Transcrição quase instantânea...

"Caros membros da comunidade académica,

A Assembleia Estatutária da Universidade de Aveiro deliberou, a 8 de Janeiro, submeter um dossiê à tutela que permitisse aferir e ponderar a eventual viabilidade de transformação da Universidade de Aveiro em fundação pública com regime de direito privado.
Dando sequência ao processo então iniciado realizou-se, na passada quarta-feira, a primeira reunião de trabalho com o Sr. Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A reunião incidiu sobre o projecto de desenvolvimento da UA, oportunamente apresentado, e sobre questões legais em diversas matérias, que entendemos carecerem de clarificação e que deverão ser objecto de análise conjunta em futuras reuniões.
Este assunto será abordado nas próximas sessões da Assembleia Estatutária da UA, órgão com competência nesta matéria, e do Senado, órgão com representação de todos os corpos e unidades orgânicas da Universidade.

A Reitora
Maria Helena Nazaré"

E… no entanto, farto-me de mexer a favor!




Quem pensar que este negócio das «fundacionais» é um balcão de mercearia, engana-se; negociar «fundacionais» é coisa para uma Secretaria de Estado do MCTES (I.S.T.) ou upa, upa: um complexo hipermercado CONTINENTE (U.P.).
Tudo o resto são trocos, a U.A. não ultrapassa uma lota de peixe e o ISCTE não vale mais do que uma plataforma logística daquelas manhosas.

Muito embora Zé Mariano ponha a boca no trombone e sussurre diálogos e trocas de folhas Excel com três universidades a única coisa que lhe pode trazer aumento de ordenado é a Fundação Marques dos Santos.
O Reitor da U.P. é homem experimentadíssimo, feito (também) nos corredores da Sonae, com 10 vezes mais calo no rabo do que partículas alojadas nos óculos do Zé Mariano. Herdou uma universidade parecida com o reino de Portugal que El Rei D.João II «O Homem», recebeu de seu pai; ou seja, Marques dos Santos é dono da Praça dos Leões e de um Campus confinado aos corredores do vetusto (lindo) edifício do centro da pequena cidade burguesa e arruinada que dá nome ao Vinho do Douro.
Neste momento, ainda está em vigor a «omertà» ou Pacto de Silêncio e só as escutas telefónicas nos conseguem dar indícios do que ZM coscuvilhou com MS (29.02) e MN (05.03). Façamos de conta que a proposta de Maria Nazaré é comestível, com prazo de validade aceitável, tudo dentro dos tradicionais e bons costumes das famílias portuguesas que passam veraneios nas Praias de Mira.
Problema, problema é o engulho do contrato-programa para 5 anos que o Marques dos Santos levou no merendeiro e plantou lá no jardim da cidade grande.
Não é que passe pela cabeça do nosso venerado e atento Primeiro, sequer a lembrança aziaga (cruzes canhoto te arrenego belzebu…) de que o pelourinho pode ter novos inquilinos a partir de 2009, ná ná nessa não acredito. O Barão de V.N.Gaia não vai lá das tíbias.
Imaginem outros por esse País abaixo, como o ilustre tocador da Brigada, por exemplo, postos a desenhar e a propor cópias afanadas do que o homem do Norte levou ao MCTES? Ná ná que o Teixeira dos Santos não deixa os totós académicos brincarem com o contrato-programa, é que isso, são coisas muito sérias. Percebeu Professor?

Bom, agora que está espalhado o mote, vai lá a ver se nos entendemos, até porque o Virgílio tinha colocado a questão, preto no branco:
- É ou não verdade que Zé Mariano aparece nas reuniões das assembleias estatutárias?
- Sim senhor é verdade, mas apenas nos casos de partos dolorosos.
Diga-se, em abono da verdade, que as noites do Porto não servem apenas para as festas dos Super Dragões, também amenizam posições mais irredutíveis, sejam dos 12 magníficos Doutores, dos 3 alunos das jotas, do famoso hoteleiro José Miguel Júdice, do televisivo Rui Moreira, do fabricante de vacinas, do expositor de quadros, do patrão do Fraunhofer Porto, mais o Maestro que toca a música fundacional; total = 21, o que está certo.

Não sabemos ainda se Marques dos Santos trouxe garantias de que os 19 milhões de € reclamados já foram depositados na conta da U.P. mas que diabo, será que 28 mil estudantes lá registados não poderiam pagar um pouco mais pela «carta de curso»? Ou, adiantar as propinas que vão pagar até 2015? E um dia de salário mensal por parte dos docentes, até à reforma, também seria mal alembrado?
Por mim, não tem que saber. Zé Mariano troca com Lurdes, Valter & Associados.
Quanto mais depressa deitar água na fogueira melhor. E não digam que isto não dava um sainete do 'caraças', ver a Lurdes a negociar Fundacionais?
Ah! Ah! Ah!

quinta-feira, 6 de março de 2008

O meu BLOG é uma montra e o teu?



Há uma amiga minha, que passou há três ou quatro anos atrás por um MBA (Recursos Humanos), onde de quando em quando faço uns números de circo – a publicidade enganosa ainda funciona – tendo mantido desde então, alguma regularidade de contactos escritos e verbais com muito riso à mistura.
A sua ocupação profissional principal é a educação, exercendo o mester num colégio para miúdos ricos do Porto e arredores (também aceitam dois ou três miúdos pobres, desde que não excedam a quota), numa tentativa meio louca de interessar a pequenada nesta coisa de falar, escrever e debater a língua portuguesa. Criou um blog interno, onde a miudagem participa, anima e dá vida ao prolongamento da aula semanal em que eles se envolvem. Um dia destes – como não tenho que fazer – convenceram-me a passar lá uma manhã engraçadíssima e uma das miúdas resolveu partir a louça invectivando-me feio e forte sobre o seu (des) entendimento dos blogs dos Grandes. Confesso que tive de fazer muita força para garantir que os meus sapatos não levantavam voo; mostrei os três espaços onde as minhas mentiras circulam, fiz de conta que explicava a razão do ‘post’ n.º 127 do Blog «patatipatata», simulei uma finta pela esquerda na justificação de mostrar a foto da «zizuzuzi» que saiu em Outubro passado no Blog «brrrrrrrrrrr» e por aí fora.
A minha amiga foi muito mazinha. Imaginem que lhes contou a maldade inventada pela Regina e pelo Virgílio, mais a ingenuidade do José António, obrigando-me pelos cabelos, a fazer uma espécie de fábula antecipada sobre o que vai ser o encontro de 10 de Março 2008: - A Blogosfera da Educação Superior jamais será como dantes!

No meu deambular por uma rede artificial de opiniões, posições, modos de ser e estar, mostrei-lhes o Blog de Campus como exemplo de ‘VideoCam’ que, profissionalmente, tenhamos em conta o Jornalista, passa pela actualidade da Educação Superior e espalha a notícia.
Outro exemplo sobre o qual nos demoramos um pouco mais, do trabalho de um Professor, neste caso uma Mulher, mais ou menos na linha do que a Professora deles faz semanalmente, é «Conversamos?». Óbvio, mal saltaram questões sobre as linhas de comentários, e eu fugi a sete pés…
Segui na minha hora e meia de fama, com exemplos temáticos, como o Criancices, o Sabores da Vida, e a menina dos meus olhos ou seja o De Rerum Natura.

Fiquei encabulado, quando um puto reguila me perguntou com um ar espantosamente provocador: - Oh! Alexandre, para que servem os teus blogues?

Felizmente, mantenho intacto o meu espírito de peão de brega. Ri-me à gargalhada, contagiei a sala inteira com o riso de quem gosta acima de tudo, da vida, de acordar em cada manhã virado a nascente e continuar a dizer: - Bem… vamos a isto.
Não tentei escapar à pergunta. Perguntei-lhe como se chamava e respondi directamente.

- É assim… tu não tinhas reparado que eu não passo de um vaidoso?

Passou mal a minha amiga, porque no seguimento o caos foi total. As falas subiram de tom e bzbzbzbzbzbzbzbzbzbzbzbzbzbzbz & coisa e tal.

quarta-feira, 5 de março de 2008

O que tu queres sei eu....


Este guião é dedicado à minha amiga Paticha!

terça-feira, 4 de março de 2008

O meu País não é igual ao teu



Em quase quase dez anos, foi a segunda vez que passaste um dia comigo, Beatriz.
Fui buscar-te a tua casa plantada na encosta do Sol Nascente e viemos estrada fora a tagarelar sobre a nossa vida. A tua escola primária é das maiores do país, é uma boa escola pública e tu gostas imenso da tua sala, da tua professora Manuela, dos teus amigos. Já tens saudades e ainda não arrumaste os teus pertences lá na sala.
A minha escola superior não é das maiores, tem coisas (poucas) boas e algumas más, é demasiada recatada para o meu gosto, falta-lhe mar, horizonte, largura de braças, vive demasiado entre as 9 da manhã e as 17 da tarde. A minha escola a partir das 12 horas de cada sexta-feira fica fechada para fim-de-semana.
A Beatriz é uma miúda desempenada, sem teias de aranha, deve à mãe aquele ar exótico de 8ª ou 9ª geração de costa africana do Índico. Deve mais coisas à mãe, obviamente, em especial o facto de ser um dos três planos aos quais a mãe se dedica, para além das equações diferenciais.
Fizemos uma viagem do outro mundo, o carro é velho (2 lugares) mas tem um motor novo de 1500 cc, o toca música é das melhores coisas que por aí andam e Beatriz nunca tinha descoberto a música do Gershwin, para ela ainda quase tudo passa por Schumann, Freitas Branco, Chopin,…
Beatriz já ganhou uma medalha de prata num concurso internacional por ter interpretado uma composição difícil, daquelas em que as mãos mexem ao contrário a correr por cima das teclas do piano.
As gargalhadas de água clara que a Beatriz soltou, quando lhe fiz uma demonstração do que era música pimba por entre o roteiro de eruditos que enche o tablier do velho carro (2 lugares).
Não se vai esquecer de pedir à Professora Tatiana para praticar Gershwin, embora eu tenha quase certeza que vai levar em troca Rachmaninnoff ou mesmo Sergei Sergeyevich Prokofiev.
Já aterrados na Casa do Pujal, brincamos ao “pas de deux” e “à la quatrième derrière” do ballet que traz a Bia entretida desde os cinco anos de idade. Claro, claro que tinha de vir à liça o facto de haverem poucos rapazes nas práticas do ballet e das marotices brejeiras que associam a dança a outros olhares culturais.
Admirada, Bia questionou-me seriamente das razões que levam a mãe a não saber fazer bolos enquanto nos deliciamos com um bolo que lhe fiz no enorme fogão a lenha, ao correr da tarde. Caminhamos pelas veredas da Serra da Queimada até às nascentes do ribeiro do Pojalho, mas o que de facto encantou a Bia foi a sabedoria exigida na descoberta dos ovos das galinhas que vivem no campo ao longo do dia.

Já era noite quando fui entregar a Beatriz à sua vida do dia a dia. Ambos os dois tivemos direito a regressar, cada um ao seu respectivo país.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Esperança Barcelos, dona de casa prendada

O «diário de notícias» afana-se numa de lavadela da frontaria do edifício do eixo do mal e manda a factura, um dia destes.
A «RTP» continuará a lavagem com Fátima de serviço esta noite, a pedido de El Rei "O Pacificador" Aníbal III.
Como diria uma barbudo meu amigo: - A História vos absolverá já que nada tem a relatar sobre factos dignos de assinalar e que possuam a vossa assinatura. Minto!
Mentira minha para além de ignorância. Valter Vitorino Lemos, para além de vereador do CDS (1993) na C.M. de Penamacor, foi professor do ensino secundário, consultor de “projectos e missões do Ministério da Educação” e professor adjunto da Escola Superior do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
VVL é autor bastamente citado; a sua obra “O Critério do Sucesso: Técnicas de Avaliação da Aprendizagem” publicada em 1986, teve seis edições, preparando-se o seu editor para uma reinvenção do mesmo livro, dada a expectativa que a temática da Avaliação tem despertado na camada de jornalistas do DN e no enorme conjunto de comentadores que estarão hoje presentes no Prós-e-Contras (PARTE II)





“Gerir a escola como quem gere a própria casa. É com este espírito que o conselho executivo do agrupamento escolar Dr. Correia Mateus, em Leiria, gere 16 estabelecimentos distribuídos por 14 edifícios - dez do primeiro ciclo, cinco jardins-de-infância e uma escola secundária, num total de 1100 alunos, 120 docentes e 40 funcionários.

"Só em produtos de limpeza passámos a poupar 150 euros mensais, desde que decidimos adquirir as mesmas marcas no mesmo local onde fazemos as compras para nossa casa", explica Esperança Barcelos, presidente do conselho executivo.

Nos encargos com a energia eléctrica, o princípio é o mesmo. Desde que a liberalização do mercado ibérico da electricidade permite alternativas à EDP, o agrupamento de escolas trocou a empresa portuguesa por uma espanhola e o resultado vê-se na factura ao fim do mês: "200 euros a menos", garante a responsável. "Outro exemplo? Temos papel até ao fim do ano, pela simples razão de que, sempre que há uma promoção, arrebanhamos o papel todo."

Esperança Barcelos passou a alugar as salas para acções de formação aos fins-de-semana e à noite, a "10 euros à hora, 12,50 euros com computadores", ao mesmo tempo que conseguiu renegociar o contrato de manutenção do elevador da Correia Mateus, cujos custos mensais "passaram dos 150 euros, pagos nos primeiros anos pela Direcção Regional de Educação do Centro, para os actuais 90 euros, agora a nosso cargo". Esta redução, realça, "dá para pagar o toner a dez fotocopiadoras".

Mais recentemente, instalou um interface GSM para as ligações telefónicas, minimizando assim os custos relacionados com as chamadas realizadas para as diversas redes.

O resultado: "Com o mesmo orçamento atribuído à Correia Mateus, com 700 alunos, conseguimos gerir mais dez escolas do primeiro ciclo e cinco jardins-de-infância", explica Esperança Barcelos, para quem estes números mostram que é possível trabalhar melhor e diminuir os desperdícios. De tal modo, sustenta, que as alterações realizadas no refeitório, em que as ementas são feitas no conselho executivo com o apoio de professores de Biologia, permitem melhorar a qualidade da alimentação sem aumentar custos.”

«diário de notícias» nada diz sobre a educação entregue na escola de Esperança Barcelos, omite qualquer comentário em torno da instrução, do ensino, da aprendizagem e das ideias da Esperança B. Sabemos que é boa dona de casa, que administra bem os parcos tostões que Lurdes e Valter lhe deixam na conta mas, como somos atentos e veneradores do «diário de notícias», cremos que os rapazes, em especial as raparigas que lá trabalham, já estejam a rascunhar a continuação de novas e loas sobre o caso.

sábado, 1 de março de 2008

SOIS APENAS UNS DEMITIDOS!





Invejosos, arrasadores da obra alheia, sois pilares da cepa torta.
E no entanto, fartais-vos de fazer de conta que fazeis.
Não sois mais que fazedores de merda, pá!


Demónios à solta




Trabalhava eu em anos juvenis numa multinacional Europeia – meu Deus, como é tão fácil trabalhar numa multinacional – e após meias trocas de informações internas, um administrador achou por bem, em Genève, almoçar comigo para me dizer, olhos nos olhos, num inglês de puro Cambridge:
- Tu, és um elemento magnífico, de quem todos gostamos, mas por favor, não escrevas, não escrevas nunca a dizer o que pensas acerca de nós.

O político António Costa, recentemente, tinha o demónio no corpo e disse coisas sobre o Jornal Público, que eu não seria capaz de dizer de Sócrates, de Lurdes, nem de Valter & Associados.

Há gente, que até andou a estudar, que também gritou acima e abaixo na Avenida da Liberdade, e no entanto, agora, demónio infiltrado no corpo diz de viva voz ao professor A e ao professor B que não devem escrever em blogues.

Esperança Barcelos, presidente do conselho pedagógico e do conselho executivo do agrupamento escolar Correia Mateus, em Leiria, está irritadíssima e escreve cartas a todo e qualquer macaco, por lhe terem divulgado a obra-de-arte:
«"Verbaliza a sua insatisfação/satisfação face a mudanças ocorridas no Sistema Educativo/na Escola através de críticas destrutivas potenciadoras de instabilidade no seio dos seus pares"» é um dos indicadores incluídos no critério da "dimensão ética" da avaliação de professores que Esperança, Lurdes, Valter & Associados querem pôr em prática até meados de 2008.
Quem meteu o Diabo no corpo da Esperança? Convenhamos que fez mal!

Confesso a minha fraqueza. Telefonei ao Padre Fontes, esse mesmo, o de Vilar de Perdizes, e combinei uma ida à cidade grande deste imenso Portugal. Não digam nada, não espalhem a notícia; de noite faremos uma distribuição de alecrim, arruda, manjerona, barba de milho, alfádega e segurelha à volta das paredes do edifício onde se aloja o eixo do mal (Ministério da Educação). Ao raiar da aurora, passaremos pelos buracos da fechadura, cheiros e aromas, haxixe, flor queimada, mirra, incenso e outras caínas.
Á saída, deixaremos em surdina uns toques do Eric Clapton…