terça-feira, 22 de abril de 2008

A outra face ESQUECIDA do Bologna Process

«Escreveu Dias Agudo, em Julho de 1967 (citado por Virgílio Machado):»
“…Aliás, estudos anteriores ao Ano Estatístico Internacional haviam mostrado já que os fluxos de ideias entre a Universidade e a Indústria, e entre a Universidade e o Sector Público têm sido muito reduzidos em quase todos os países da Europa. Nalguns tem havido mesmo a tendência para desligar toda a investigação científica de nível mais avançado das universidades e concentrá-la em institutos de investigação separados. Ora, a maior parte dos cientistas e responsáveis pela política científica concorda hoje que esta maneira de proceder tem sido um erro e defende uma maior concentração de actividades de investigação nas universidades e/ou em íntima ligação com elas.”

Só quem não anda por lá – nem que seja de quando em quando – é que não se apercebe que, desde Reitores/Presidentes, passando por Directores de Curso, ou «donos» de disciplinas, toda esta gente liga pebas a qualquer outra coisa que não esteja fisicamente amarrada à etiqueta AULAS.
Entre doutores e engenheiros chamamos AULA ao espaço físico onde se desenrola a instrução. Já os estudantes perguntam entre si, ao tomar o café da manhã, aí pelas quatro da tarde: Vais à AULA?
A AULA é o espaço de tédio, de aborrecimento, de chatice, onde nada ou quase nada acontece, tirando um ou outro irrequieto mobile mais inovador.
Quem quiser, pode mexer as tamanquinhas e ir ver duas ou três sessões de gente que ensina matemática ou biologia (p.ex.), aos miúdos com 12 ou 13 anos, por essas escolas fora da educação inferior. Vá ver e PF compare com o que se passa no dia a dia da educação superior.

Diz o «Bologna Process» num dos seus muitos documentos, por exemplo “The Glasgow Declaration” (2005), pág.ª 4, § 21: Universities assume their responsibility for providing a broad research-based education to students at all levels in response to society’s growing need for scientific and technological information and understanding.

E continua no § 22: Universities must exercise their own responsibilities for enhancing research and innovation through the optimal use of resources and the development of institutional research strategies. Their diverse profiles ensure that they are increasingly engaged in the research and innovation process, working with different partners.

Descodifique-se…
Traduza-se…
Incorpore-se na missão…

Dá trabalho? Claro, claro que dá trabalho!
Mas, os neurónios agradecem e a Alzheimer até pode regredir (nalguns casos…).

Sem comentários: