
Alguém que muito prezo surpreendeu-me recentemente no meio do transcendente problema (ultima paixão) do «Cracking the sex code of John Maynard Keynes» verberando algumas das minhas atitudes e comportamentos que ela comparava a uma apneia obstrutiva. Palavra puxa palavra e o azedo da conversa chegou, óbvia e ligeiramente, ao tempo e importância excessiva que eu estaria a dar a meia dúzia de blogueiros, para além de 3 incipientes senhoras que também escrevem umas coisas nessas “prateleiras” electrónicas. Quem assim fala não é gaga, antes verbaliza todos estes sons em puro castelhano com acento cubano.
Qualquer intelectual da treta que tenha visto o filme sobre as lucubrações de John Nash e outras mentes brilhantes, percebe ou faz de conta, que a dedicação aos blogues e outros estudos científicos relacionados com a guerra fria são fruto de deficiências intimas que, salvo douta opinião (um doutor é um burro carregado de livros), nunca ou raramente devem ser partilhadas sem ser no sítio certo.
Tenho estado preocupado com a compra do BCP feita em bom tempo pela CGD e praticamente deixei de falar ao telemóvel com o meu compadre Joe Berardo. Outra vez a história da apneia a fazer-me zangar com o Comendador que me acusou, em quatro ou cinco sessões de formação (tipo coaching), de suspender o discurso a meio de uma interessantíssima discussão em torno das vantagens dos ‘offshore’ das Ilhas Diego Garcia sobre os novíssimos ‘offshore’ dos Ilhéus das Formigas, ali para os lados do actual campo de tiro da U.S. Air Force. Confesso que os debates com este homem da cultura me deixam um certo amargo de boca e um jeito para enviesar a favor do quadro maníaco depressivo, logo eu que sempre quis comprar a Mona Lisa e acabei por dormir mor das vezes com mulheres de grande peitaça. Enfim, ninguém é perfeito, deve ser dito publicamente que tenho aprendido muito com meu amigo JOE, não serei eu que vou desdenhar da Banca Madeirense, abri conta e tenho gravatas do Banif, continuarei a facturar a 80 € à hora, et voilá…
Regressando ao ponto de partida, é ponto assente que a “Teoria da influência da apneia sobre os bloguistas” encontrou grande receptividade na zoologia em geral e na etologia em particular, quando se percebeu que os blogueiros também “jogavam”, em muitos casos, de forma análoga aos académicos e outros mentirosos. Neste ponto, aliás como sempre ocorre em matéria de publicações científicas, tem havido uma mistura de conceitos cuja culpa assenta no facto desta gente ser oriunda de disciplinas diversas e mal sedimentadas – digo eu – o que dificulta a compreensão do todo ou seja, do universo dos blogues que se dedicam a ratar nas beiras da educação superior. Tanto quanto eu consigo chegar e não será muito, é possível que seja a Economia (“Teoria da Propensão”) a explicar o comportamento animal (Etologia) que, por esta ordem, explicaria o comportamento bloguístico (Antropologia, Jornalismo e Sociologia) que levaria a consequências no dia-a-dia mctésico (administração, economia, educação, estratégia, direito, pedagogia, and so on…).
Além da complexidade da educação superior em particular (porque é que o Politécnico de Lisboa faz melhor investigação que algumas Faculdades, por exemplo), existe um agravante gerado pelo facto do processo de Bologna ter vindo a ser estudado por grupos antagónicos. Os académicos da U.M. pertencem a uma espécie diferente dos que prepararam grandes e famosas teses de doutoramento nas margens do rio Mira, ou do rio Zêzere e por isso mesmo, frequentemente, não se compreendem uns aos outros. Aparte isto, quando os conceitos evolucionistas de Zé Mariano se incorporaram nesta salada, irrompendo por entre as Salinas de Aveiro (ou o que delas resta), volta à tona a polémica ética e religiosa com os criacionistas, adeptos de universidades lançadoras de cursos a granel e pagas per capita. Só para ilustrar de modo didáctico os que já se perderam nesta meada centrada naqueles que cultivam blogues, e segundo o «Livro Branco da Direcção Estratégica da Educação Superior». a apresentar em Março próximo na capital da Galiza do Sul, 57% dos doutorados por universidades portuguesas não acreditam que o doutoramento é uma evolução dos mestrados. Note-se que isto decorre do trabalho do Marquês de Pombal feito no século XVIII. Se Pombal ainda é polémico hoje em dia, imagine-se Regina, Virgílio, MJM, JCR, JG, JO, JVC, LN, VE e outros carolas.
Toda esta gente (e outra, ainda mais importante) escreve em blogs, simplesmente porque não tem outras ideias, para além de trespassar a educação inferior para os autarcas a preços da uva mijona, fazer fundações em terrenos alagadiços com recurso a argamassa na proporção de três de areia e um de água, e dizer mal do Governo. É por isso, por tudo isso e nada mais do que isso, que eu suspendo o discurso quando me passa pela cabeça que tenho qualquer coisa de interesse para dizer. Se isto não é apneia, então expliquem-se melhor do que têm tentado fazer ao longo dos últimos tempos.