terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

BANKING & FINANCIAL The fourth power


Clara Ferreira Alves e Carlos Magno, dois jornalistas que despisto – sempre que posso – interrogam-se propensamente sobre um hipotético quarto poder, em teoria, passível de ser assumido pelos jornalistas.
Quim Oliveirinha , dono de vários serviços de comunicação, costuma rir-se, cinicamente, deste pretenso poder, ao longo dos seus almoços no Restaurante “O Bem Arranjadinho”, ali mesmo na marginal de Leça da Palmeira, onde se come um bacalhau na brasa como já não há noutros sítios da tradição, enquanto se fazem contas ao Import/Export do Porto de Leixões.
Óbvio, óbvio que ninguém leva a sério este grito «jornalistas ao poder».
Mas, que lhes fica bem… fica e alivia as consciências, acalmando a gritaria do «freeport», à qual respondeu o 3.º poder, esse sim, tenebroso, o do CITIUS, proclamando que afinal já tudo tinha proscrito. Aos proscritos o que é deste mundo! Ponto final.

De quando em quando, tropeço num ou noutro amigo que, tal qual eu, gosta de mostrar o músculo passeando de cá para lá e de lá para cá, entre o edifício simbólico que une Matosinhos ao Porto, e o Forte de S.João da Foz e volta e vira. Invariavelmente, esta treta dá direito a um café no Bar do Molhe ou na Praia da Senhora da Luz. Tudo estaria bem, para além do iodo, não fora a choradeira à volta do BPI ou a lamechice do BPP. Ainda bem que nenhum deles, dos meus amigos, descobriu qual era afinal o meu Banco. Quanto mais tarde melhor. Até porque eu nunca joguei nada na vida; minto?! Sim minto, porque sempre joguei a própria vida. Fora isso, moedas, notas, papel? Nã, nã…essa nã.
Tudo isso e mais alguma coisa, não significa que, no fundo, muito lá no fundo do meu ser, não tenha uma réstia de compaixão por todos aqueles que foram ao Casino & Perderam. Adiante!

A chatice é que Eu faço parte desta classe capitalista, dando de barato a composição heterogénea e a miscigenação dos vários grupos que a compõe.
Porque:
- Vivo, convivo, empurro, balanço, industriais portugueses, bascos, catalães, russos, franceses, alemães, turcos e outros elefantes.
Nesta amálgama, devemos incluir todos quantos intervêm na direcção & controlo dos grandes grupos industriais, Bosch, Renault, EDAS, Wolkswagen, Sonae, Amorins, Simoldes, Efas and so… ainda quando o façam a título de administradores e directores executivos, visto que pelos elevados salários desfrutados, se encontram total e completamente identificados, nos interesses, costumes, padrão de vida, e sobretudo com os fins dos grandes Patrões, capitalistas da indústria. Com pudor e algum afecto, não consigo incluir aqui, os meus amigos – alguns em dificuldade económica & financeira – que figuravam como meros accionistas, sem intervenção nas iniciativas das direcções e que eu, outra vez pudicamente, coloco noutro patamar.
Deixemos de lado os «pobres» comerciantes, outrora senhores do burgo onde me criei, porque deles já não reza a história, nem sequer a do Vinho do Porto convertido, desde tempos recentes – alô, alô Arlindo, ex-ministro da Agricultura, aquele abraço – dizia eu, convertido em vinho de mesa e de óptima qualidade gastronómica.
Chegamos enfim, aos Financeiros.
Os Financeiros – alô, alô Fernando, actual ministro das Finanças, aquele abraço – que mediante a organização e expansão do crédito, acrescida da offshorização do capital, controlam todas as operações do DEMO. Neste grupo, estão incluídos, não apenas os banqueiros Salgado, Costa, Loureiro, Ulrich, Jardim, Santos Silva, Torneira Pinto & C.ª Ltdª. mas todos os grandes agentes da finança nacional e internacional, incluindo os que trabalham preferencialmente nas praças do Funchal & Porto Rico.
Este grupo é de uma importância extraordinária, porque já vimos (nós os que temos ao menos um de três olhos) que na sociedade actual, dada a complexidade da estrutura capitalista e a velocidade a que se procedem transferências de cashflow & de mais-valias, com frequência é este grupo de gipsofilas engravatadas que domina todos os outros grupos alheios que povoam a sociedade & são exactamente estes, que possuem condições únicas para ditar a política geral do capitalismo, perante a qual os editoriais da Clarinha e do Carlinhos nada valem.

Da Banca Internacional depende, em grandíssima parte, a estrutura imperialista do mundo actual. Os financeiros são os árbitros da estabilidade económica dos Estados, concedendo-lhes ou negando-lhes empréstimos, facilidades e garantias.
Os financeiros, além disso, manipulam e especulam com as acções das empresas – industriais & comerciais – que, dessa maneira ficam subjugadas ao seu domínio. Vivemos no mundo da economia do crédito, aqueles que o controlam tem-se tornado cada vez mais poderosos, com uma facilidade e com uma cumplicidade tonitruante dos boys que eles colocam no poder.



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