quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Cá vamos, rumo à convergência de Lisboa


Ontem. em Bragança juntou-se uma gabela de altos cargos, entre eles ministros e ministras, com o primeiro-ministro do Estado para apresentar o novo plano de I&D, que chega no seu alcance até 2011. As linhas mestras do plano não são muito diferentes, muito distintas das que conhecemos até ao que (não) vigora actualmente, porém é uma boa nova que Bragança possa ser considerada como a cidade mais ajeitada para a apresentação deste plano. Já sabemos da importância dos símbolos, e este pode ser um sintomático símbolo do papel que pode jogar a nossa urbe menos industrial num Estado que tenta avançar nos gastos em I&D.


A Fundação IST (antes Fundacional Team, antes Fundação BCP, antes Fundação RTP) confirmou ontem a frontalidade da sua brilhante secção de análise com publicação do já clássico informe e-Portugal, o informe de referência na análise do desenvolvimento da Sociedade da Informação em Portugal. Os principais indicadores caminham em torno a perda de postos por parte do nosso Estado, numa perspectiva internacional, no desenvolvimento da Sociedade da Informação. Porém sabeis todos que cada qual fala da festa segundo lhe foi dado lugar nela, e nós hoje temos algo que festejar.

Esta Fundação, junto com a consultora Cap Gemini, levaram a cabo uma análise específica dos serviços de e-Governação na Administração Pública, seguindo os dois principais indicadores que emprega a Comissão Europeia: o nível de disponibilidade total de serviços online e o grau de sofisticação dos serviços públicos básicos. Dando de caras a tarefa de medir o nível de disponibilidade de serviços online tomam-se 26 serviços de referência (16 orientados para os cidadãos e 10 para as empresas). Para a nossa surpresa, porque ningúem me negará que é uma surpresa, a nível global e tendo em consideração a média total de disponibilidade de serviços por Região, Norte é a 5ª classificada, e não, neste caso não é mirando de baixo para cima. Mais curioso ainda é que se tomamos como referencia os 16 serviços orientados para os cidadãos chegam ao terceiro lugar do podium, só superados por Lisboa e por uma Madeira implicada numa profunda remodelação do seu Governo.

Sim, já não era sem tempo. Sabemos que, junto com o sector bancário, a e-Governação é um dos principais drivers de uso das TIC. Não é muito provável que os nortenhos e nortenhas que não estão conectados mudem a sua percepção da rede por mor da comunicação, do jogo, ou dos conteúdos para adultos. Porém, sabemos que aforrar tempo e trâmites burocráticos é uma das mostras mais directas que pode fazer a Administração das possibilidades das TIC, logo uma mostra muito clara da utilidade da mesma, e mudar a percepção social da rede é um objectivo crítico para coadquirir a idílica agenda de Lisboa. Mais, para Lisboa ainda quedam uns anos e hoje toca a dar os nossos (merecidos) parabéns a Dona Administração, porque para além de vestir bem e falar melhor é uma gaja porreira.

Nota Técnica:

Há aqui um linguarajar nortenho, agalegado, propositado no sentido do andar para trás que caracteriza o movimento da Região Norte deste imenso Portugal.

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