Académicos incapazes, académicos capazes...
OU
Como se poderão fazer propostas e avaliar o conceito de «economia da escola superior responsável»
Três cientistas do Porto são citados nos jornais e nos blogues desta semana:
Alexandre Quintanilha, Mário Barbosa e Sobrinho Simões.
São académicos não convencionais que circulam a maior parte do tempo nos caminhos da investigação de elevado nível internacional, emitem opinião nos mais diversos círculos abertos e fechados, geradores de energias alternativas à pilha tradicional do falso centro de investigação e proponentes de ideias contra-corrente.
Este ponto de partida, parece um daqueles tiros do juiz, capaz de desclassificar o corredor dos 100 metros que salta da sua posição antes de ser dado o verdadeiro sinal de partida. Em Portugal, tradicional, convencional, dito Portugal verdadeiro, sempre se desclassificou quem não obedeceu ao tiro da pistola do juiz. Mais, o juiz é que sabe quem pode ou não pode saltar e se saltou antes ou depois e se pode ou não pode ganhar, ou não fosse este o único, o autêntico, o verdadeiro alfobre dos juízes.
Pois, pois, mas o juiz não tem força para dominar esta classe de mosqueteiros. Nem estando eles sediados no Norte. Óbvio, há aqui um jogo de sinais entre a Praça dos Leões (U.P.) e a Rua do Campo Alegre, 823 (INEB, IBMC, IPATIMUP).
O actual reitor da UP, Marques dos Santos, não é um reitor como os outros. É um empreendedor de direcções, presidências e reitorias e assume-se como um dos «cabeças» de um Norte que mais tarde ou mais cedo vai ter de emergir como região, com Jardim ou sem Jardim, com César ou sem César, mas seguramente com Quintanilha, Barbosa, Simões e também Marques dos Santos.
Há aqui um factor crítico neste discurso que contraria a procissão dos reitores na orientação para o «deixa estar tudo como está, que sim senhor, assim é que está bem». Este enviesamento no sentido de incrementar a massa crítica é nitidamente o fazer deslizar a balança para deixar cair a mediocridade que se instalou na camada dirigente das escolas superiores portuguesas. E no entanto, como diria Galileu, eles não são todos iguais, pois não…
Para mim, Alexandre de seu nome, a escola responsável e sustentável é a base de um conceito que pode muito bem começar a ser considerado como «economia da escola superior responsável» e lanço esta TAG porque não suporto aquela ideia hipócrita e falaciosa da «excelência», é que o vocábulo não me entra na máquina de mastigação.
Assim faço eu a leitura, por exemplo da mais recente publicação de J.Cadima Ribeiro.
«http://universidadealternativa.blogspot.com/2007/10/manifestando-me_24.html»
É que não existe ninguém mais interessado do que as próprias universidades e outras escolas superiores e do que as pessoas que lá trabalham, em poder seguir jogando num terreno de jogo que esteja em bom estado, que o seu mundo seja sustentável e que as actividades que leva a cabo sejam responsáveis perante o seu povo.
E dentro desta nova forma de levar para diante o fazer educação superior também tem lugar a protagonismo, a criação do conselho geral visto como uma comissão de responsabilidade e governo efectivo no seio destas instituições.
Não me deixa cair os parentes na lama, opinar que o conselho geral e o governo da instituição possam estar presididos por uma pessoa independente com experiencia acreditada em responsabilidade empresarial. Se o homem da BIAL pode servir para encabeçar o I3S, do Porto, porque não?! ser alternativa a Marques dos Santos, por exemplo.
Quase todos entendemos, até os académicos mais incapazes, que deve ser encomendado a este conselho geral a proposta da estratégia geral e do governo da instituição, assessorar o reitor ou presidente sobre políticas de investimento relacionadas com índices de sustentabilidade e fundos de financiamento e assessorar sobre a actualização dos códigos de bom governo e manter a instituição com a cabeça fora da água sem ser por expediente de pedinchice.
1 comentário:
Caro Alexandre Sousa,
Agradeço-lhe a invocação mas, agradeço-lhe, sobretudo, a contributo para o fórum sobre a reforma da Universidade que tenho (temos) procurado alimentar.
Pena é que sejamos tão poucos.
Um abraço,
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