sábado, 13 de outubro de 2007

Blogue “é”




Podemos definir blogue como publicação pessoal cronológica que possui múltiplas ligações através da Web.

Existem blogues individuais e colectivos, intimistas, profissionais, classistas, corporativos, ventiladores, agitadores, subversivos, conservadores, panfletários e até blogues que são autênticos morcões.
Apesar de todas estas classificações possíveis, o blogue é acima de tudo um desejo de publicar opinião e manifestar alinhamento por ideias a favor ou contra, esperando que apareçam leitores não-neutros a fazer monte e a engordar o espaço da comunicação.

A unidade básica deste modelo de publicação é o «post» que pode ser objecto de taxinomia ou folksonomia ou ontologia. O ‘blogger’ é o autor destes ‘posts’ e é um sujeito (M/F) que adora fazer aquilo que faz.
Sob o ponto de vista técnico, o post – artigo ou mensagem ou imagem – pode ser agrupado/categorizado via tags (etiquetas) o que facilita a outros leitores uma melhor concentração nesta ou naquela espécie de discussão. Mas o blogue apresenta outras facetas que interessa explorar, tais como a estrutura e o(s) propósito(s).

O comentário é também uma característica chave e passível de se tornar peça imperdível. Os leitores são encorajados directa ou indirectamente, via listas de endereços ou solicitados por relacionamentos mais próximos: amigo, amiga, professor/alunos, director/subordinado, chefe político/ seguidores, no sentido de deixar comentários acerca dos artigos. Assim se continua ou alimenta um debate, fazendo crescer a extensão da intervenção pública. Os comentários são uma parte não menos importante do blogue porque revelam a existência de uma comunidade com interesses culturais/sociais latentes e que fazem do blogue um ponto central de encontro tal como ocorre no bar da praia ou no ‘café’ da escola.
O tratamento técnico dos comentários está ainda em atraso face à evolução de toda a parafernália RSS & associados, uma vez que as bases de dados propriedade do dono do website que aloja o blogue conseguem fazer a despistagem do endereço comentador, no entanto, por razões comerciais, essa vantagem não está transparente para que o negócio siga o seu curso.

Jon Garfunkel, aqui há uns anos, chegou a mandar algumas ‘foguetadas’, propondo esboço de arquétipos, que aproveitamos, ou seja, isto serve-nos ou tem-nos servido para discutir mansamente o método de abordagem possível para um estudo que pode (nunca) vir a ser qualquer coisa mais do que uma simples troca de bitaites, obviamente, num blogue perto de si.

1. Aquilo que escreves, geralmente, é de interesse público?
Se não é, então és um «poeta». A maioria dos bloggers são deste tipo, ou seja, cantam as suas histórias. Não sendo assim, se estás a escrever mesmo para interesse público, então continua….

2. A tua personalidade já é bem conhecida fora do «online»?
Se sim, então és um «baladeiro». Vais badalando o sino «online» e isso não nos preocupa a mínima. Isso significa, que podes estar numa transição para empreendedor. E tu, laureado pelo Nobel , também tu Juiz do Supremo?! Portanto, para o resto da maralha, mais respeito, para estes que aqui andam à procura de atenção e de um pouco de colinho...

3. Concentras-te numa estreita faixa de assuntos, ou comentas apenas as novidades do dia a dia ( múltiplas vezes)?
Se estás no primeiro caso, és um «artesão». Gosto de ti. Falas de coisas novas, que te preocupam e trazes-me a mim, também, para o mesmo barco. Se quiseres posso chamar-te Jornalista Solitário. Há jornalistas profissionais a quem não caem os parentes na lama porque escrevem assim, a modos de nos trazerem coisas. Que nos trazes desta vez...

4. O que é mais importante para ti, proporcionar um contexto alargado para uma história, ou defender uma perspectiva política?
Os primeiros são os «Médios» e os últimos são «Médios-ala». Algumas vezes, é difícil notar a diferença. Os jogadores a que chamamos «médios» são mais confiáveis no dia - a - dia, mas às vezes tens que visitar os «alas» para ter ideia sobre os boatos que os adeptos ainda não estão por aí a ventilar…

5. Terá importância aquilo que escreves?
Talvez tenhas criado o teu blog especificamente para um nicho da macacada; os teus leitores vêm até ti à procura de anúncios. Ou talvez tenhas crescido tanto e és tão popular, que as pessoas vêm até ti, apenas porque não querem saber o que os outros escrevem. De qualquer modo, não importa o que escreves… És um «franco-atirador».

Por hoje é isto. São apenas meia dúzia de arquétipos sem importância. Provavelmente não te reconheces em nenhum deles ou serás um mix de tudo isto.
Sim?! Como é que eu me vejo? Então… não se está mesmo a ver?
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E porque hoje é sábado, porque não
Elkie Brooks?
Façam-me a vontade: no mínimo três rodadas…

2 comentários:

Rosa Silvestre disse...

Olá Alexandre, efectivamente cada blog pode ter um mix de todas as características anunciadas, mas existem blogs que reconheço fazerem parte daqueles arquétipos aqui apresentados....na minha apreciação amadora de blogs que vou visitando e também linkando.
E porque hoje é sábado, já fiz uma rodada de Elkie Brooks e gostei....prometo que faço amanhã as duas restantes para não fazer letra morta do pedido!
Por hoje, by by net.Um abraço.

P.S. Também gosto muito do mar....

Virgílio A. P. Machado disse...

Como já referi, tenho andado deliciado com as dissertações ontológicas e não só. Acho que o eclectismo é próprio do ensino superior, mas as tags (etiquetas) facilitam mesmo uma melhor concentração nesta ou naquela espécie de discussão. Enquanto não há entregas ao domicílio, não se arranja aí um Page Element com as tags do CO-LABOR para facilitar a vida ao pessoal? Agradecendo antecipadamente.