domingo, 17 de fevereiro de 2008

Quem? Eu? Voltar à Universidade? – JAMAIS!



E no entanto, só penso nela, durante uma boa parte das horas em que estou acordado (eu só durmo entre as 22 e as 06 horas).
Um dia destes, vou voltar a aterrar em UFA e sei, pelo plano de trabalho estabelecido, que tenho compromissos com a Universidade do Petróleo, para três seminários sobre o processo de Bologna.
Um: explicar como se desenvolveu o processo nas regiões Basca, Catalã e Madrilena. Tenho imensa pena mas não estão interessados em powerpoints sobre o processo português, nem galego, nem estremenho, nem andaluz, nem madeirense…
Dois: explicar como é que a estrutura de educação alemã e a indústria, estão a encaixar engenheiros com cursos em formato bacharel, mantendo ao mesmo tempo, licenciaturas mais consistentes na formação e no tempo.
Três: Em termos de prospectiva, que futuro para os engenheiros do petróleo (geologia incluída) face aos novos avanços do pensamento ambientalista, energias renováveis, and so on.
Regressando à reflexão acima titulada, como posso eu acampar outra vez no Forte da Barra ou na praia da Vagueira se tenho tanta coisa para estudar?

Vamos dar a meia-volta, meia-volta vamos dar, porque o MP3 que trouxe de Braga continua a baralhar todo aquele som e toda aquela fervença sobre os Neo-Liberais e os Neo-Marxistas, quando os personagens, eles próprios, nunca se detiveram nem meia-hora, a arrumar bandeiras e emblemas.
Há uma frase batida que merece ser recuperada, obrigatoriamente:
- A Universidade Pública é de quem?
De quem recebe salário em troca de trabalho? De quem paga propinas?
Se a universidade é privada, estamos no domínio das PMEs.
Se a universidade é pública (ainda) estamos no mesmo domínio que administra o Rio Minho, e o Douro, e o Mondego… para já.
Eu, não sou defensor da auto-gestão. Mas posso ser apoiante da cooperativa.
Sou defensor da Fundação Universidade de Aveiro.
Não sou defensor da Fundação Universidade do Porto.
Sou defensor de uma fundação no Porto, capaz de dirigir a Faculdade de Medicina + Escola Superior de Saúde + grupo do Sobrinho Simões + grupo do Quintanilha + Bial, por exemplo.
Sou defensor de outra fundação no Porto, no âmbito alargado da Faculdade de Engenharia, Faculdade de Arquitectura, mais o Instituto Superior de Engenharia.
A Universidade da Católica é já em si uma Fundação eclesiástica. Terá de ser extirpada dos professores que recebem salário na Faculdade de Economia do Porto. As escolhas fazem mal ao bolso, mas fazem bem à alma, digo eu.

Como pode ser analisada cientificamente, a sobrevivência económica e financeira das universidades do tipo UA, UBI, UE, UM, UTAD, e por aí fora, quando a União Europeia diz que os Estados Membros só irão pagar metade (ou menos) do concerto musical ao Maestro, e quando num país como este imenso Portugal, ninguém quer discutir regiões ou desenvolvimento regional?
Como garantir a sobrevivência de universidades mijocas se só há trabalho e emprego na região de Lisboa & Vale do Tejo?
Para quê (?!) produzir pessoas com qualificação acima das «novas oportunidades», se existe um tremendíssimo plano inclinado que leva a Sonae para a Tafisa, leva os Amorins para as Galps, leva as laranjeiras para o Alqueva, mais as férias para o Algarve ou para Bebidorme…

Um, encontrem-me um só argumento, que justifique um mesquinho e hipócrita interesse do Governo de Lisboa & Vale do Tejo por todas estas universidades regionais e locais, esfomeadas, esvaziadas, a viver de treta e de discurso agasalhado?
Vá lá, façam um esforço, ajudem-me!

1 comentário:

João Orvalho disse...

Disfarçar o desemprego, como ainda hoje escreve, no Público, o VPV.