terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Educação Superior «à procura do tecido regenerativo»


Este texto é uma manta de retalhos, construída ao arredio do que se instituiu como sendo o modo próprio do bloguista se exprimir. O «blogger» trabalha ao ritmo do desportista do ténis, batendo bolas à frequência do «sound byte» e à velocidade do meio de comunicação que privilegia.
Quis a minha fada madrinha que, recentemente, desiludido com muita pulhice que campeia nas aldeias fechadas da educação superior do meu país, tivesse abraçado um projecto internacional que me impeliu para terras distantes do Atlântico, com uma cultura diferente da minha e sobretudo, com um dia-a-dia em permanente mudança.
Essa mudança, tem ponto de partida no chamado contexto «da prateleira vazia», passa por uma inflexão dita «de bolsos vazios» e começa agora com uma curva de crescimento económico que interessa sobretudo Airbus, Boeing, DaimlerChrysler, IBM and so on.
Regressei a casa para vir buscar uns papéis de que me havia esquecido e trouxe 19 problemas no bolso. A agenda apontava para voltar aos Montes Urais no pós-Carnaval, mas a amálgama de interesses que cerca o chamado «dono» do projecto tem-me feito andar num corrupio entre Toulouse e Hamburgo. Pode parecer que estou a perorar em torno de um qualquer pivot só para encher balões, mas não é verdade. Um dos eixos estratégicos do projecto tem a ver com a capacidade regenerativa de todo o sistema aeroespacial da Rússia, incluindo obrigatoriamente as suas universidades técnicas. Na perspectiva do Big Business europeu está, obviamente, um país com 150 milhões de habitantes, mais o petróleo, o gás, o urânio, titânio, etc.etc.etc.; para os actuais governantes russos estão os €s do parceiro capitalista, mais as exportações, mais a recuperação do orgulho abalado por quilolitros de vodka despejados por alcoólicos públicos bastante democratas, ao longo de 15 anos.
Discute-se muito naquelas latitudes (54◦ Norte) e longitudes (56◦ Este) o tema da «capacidade regenerativa» das universidades técnicas e posso pôr as mãos no fogo que não se trata de conversa da treta, pois quer a Universidade da Aviação, quer a do Petróleo, abrangem três categorias de ciência: académica, educação superior e produção. Por isso o projecto ao qual estou afecto, possui obrigatoriamente estas três componentes.
Regressemos à Terra. Voltemos ao garimpo e procuremos o que se tem feito em Portugal nos caminhos da regeneração da educação superior: retenho três notícias que aparentemente (e não só) dão o mote sobre aquilo que se passa.
(1) Alguns Reitores juntaram-se em Castilla y León – não percebi, se para bater palmas de tango, se para discutir algum plano estratégico sobre a educação superior nessas partes da Ibéria.
(2) Marques dos Santos continua a «sua» marcha de consolidação na senda do «seu» plano estratégico. A universidade do Porto entre aquilo que o Reitor vai dizendo e os passos concretos do modelo que está a ser posto em prática é qualquer coisa que se me assemelha a uma caravana que passa entre «cães» calados, de rabo metido entre as pernas, não vá o Diabo tecê-las.
(3) A universidade de Lisboa (a do António Nóvoa) preparou-se para engolir o Politécnico da Cidade Grande. Pôs a toalha na mesa, levou a ementa para a cozinha e dispôs-se a papar os «pobres dos sacrificados».
Aquele Zé Mariano, numa de estraga tachos, pôs-se aos berros, diz que desligava o gás, apagava a luz, and so, and so.

O resto do povo está calado. Não morde nem deixa morder.
Gostava de ser mais optimista. É que, vem aí muito sangue e a faca vai direita a quem ladra e a quem está metido dentro da casota.
Estes rapazes e raparigas que estão no poder, não precisam de estratégia alguma para levar a cabo a sua estragação avulso.
Como dizia um meu amigo russo: «soestrobam»!!!

1 comentário:

Anónimo disse...

Toulouse = Airbus
Hamburgo é que não estou a ver ...
Mas andas por uns ricos sítios, andas!
Abraço