sábado, 1 de dezembro de 2007

Reinventar uma Escola de Investigação (Parte IV)

A investigação na Universidade Pública
A investigação de projecção internacional, por isso se diz «de excelência», bem como a transferência dos resultados para as actividades económicas empresariais – são primeiras escolhas para a Universidade Pública, que por isso, se reflectem no seu actual Plano Estratégico.

A Universidade tem registado cerca de uma centena de grupos de investigação, que envolvem 850 investigadores, incluindo tanto os académicos já feitos, como o pessoal investigador em formação. Porque hoje, longe da imagem romântica do investigador isolado no laboratório, o seu trabalho é inconcebível se não for realizado dentro de um grupo, por vezes com membros de outros departamentos e de outras universidades, muitas vezes com pessoas que vivem e trabalham no estrangeiro. As actividades dos grupos são avaliadas periodicamente e, com base nos seus resultados é que a própria Universidade toma consciência do «como» pode ajudar o trabalho dos investigadores. O elevado nível atingido pela investigação académica na universidade, está bem reflectido no facto de começar a aparecer no ranking internacional, através de referências feitas aos trabalhos publicados pelos investigadores da instituição nos últimos 10 anos. Dada a dimensão da juventude e da Universidade, este é um importante reconhecimento internacional.
Mas a universidade não é só o ‘maravilhoso’ mundo de investigação ao nível académico, porque tudo isso tem de ser traduzido em elevada taxa de sucesso na obtenção de financiamento externo. Assim, a Universidade está envolvida em projectos, sob a cobertura de um programa tipo “Consorcio Estratégico Nacional em Investigação Técnica”, que financia grandes agrupamentos de investigação tecnológica, capazes de atingir relevância mundial, estamos a falar de volumes na ordem de 200 milhões de euros.
Estes projectos estão relacionados com, por exemplo, energia eólica ou novos combustíveis. De facto, este domínio das energias renováveis, dificilmente teria sido capaz de alcançar o elevado desenvolvimento atingido, sem trabalhos de investigação e formação de engenheiros conduzida pela Universidade.

Para além dos projectos acima mencionados deve mencionar-se também os benefícios do Programa-Quadro europeu de I & D. Actualmente, os investigadores da Universidade pública participam em projectos com recursos económicos que a União Europeia criou para financiar essas linhas prioritárias de investigação Europeia. O valor económico dessas participações de investigadores é mais de um milhão de euros.
Além disso, no ano passado, investigadores da Universidade estiveram em público a anunciar 50 novos projectos. Entre os mais importantes, 30 projectos que são financiados pelo Plano Nacional de I & D e de Inovação, pelo Ministério da Ciência e outros ministérios, para um montante de 2 milhões de euros, bem como 20 projectos de âmbito regional num montante de 1,4 milhões de euros, sendo 11 destes projectos encomendados pelo Ministério da Educação, no valor de 300 milhões de euros.
Não se investiga apenas aquilo ou os projectos, para os quais se consegue obter financiamento dos programas de I & D governamentais ou outros parecidos. Mais um aspecto, e também muito dinâmico, é a actividade de investigação que é feita para as empresas. Assim, o resultado do trabalho dos investigadores na Universidade pública é transferido directamente para os agentes económicos e sociais, principalmente na região. Assim, no ano passado foram assinados 120 contratos de investigação, para um valor de 2,2 mil milhões de euros, a pedido das várias entidades que caminham até à Universidade para encontrar um parceiro que lhes permitam lidar eficazmente com as suas necessidades científicas ou tecnológicas.
Dois terços das empresas que contraíram compromissos de investigação são regionais, ao passo que existem também entidades estrangeiras que chegam à Universidade para solicitar serviços de I & D. Estes incluem nomeadamente a Agência Espacial Europeia, que durante alguns anos manteve colaborações frutuosas. Para além destas acções para as empresas, as mesmas também encontram respostas para as suas necessidades, através do Serviço de Apoio à Investigação, que, além de dar apoio às necessidades dos grupos de investigação da Universidade, realiza análises, sob encomenda, com a garantia oferecida através da sua certificação ISO 9001-2000.


Em resumo, a Universidade Pública, para além de promover e incentivar o trabalho dos seus investigadores, não faz senão procurar que a investigação – uma actividade fundamental da universidade, em conjunto com a docência – alcance uma qualidade excelente, reconhecida no âmbito internacional. Assim, a região conta com esta sua universidade, criada pelas instituições locais e sustentada por elas, como uma poderosa plataforma para o seu desenvolvimento económico e social.
Mas, enquanto a investigação, básica ou aplicada, beneficia directamente a envolvente socioeconómica em que ocorre, não se detêm aí: o avanço do conhecimento humano (isto é o que nos traz, em última instância, a investigação) não tem fronteiras e indirectamente está a beneficiar toda a sociedade, actual e futura.

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