sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Pois, pois… Creative Teacher, sim, sim, claro, claro!




Alguém disse - não fui eu com certeza - que vamos deslizando numa onda com origem na rede da economia da informação. Rapidamente (?!) se percebe que não somos assim tantos com capacidade física para produzir e comunicar informação, conhecimento, cultura,…
Seguindo um velho chavão, que nem sequer está com etiqueta fidedigna (Pareto), 80% das pessoas que connosco se relacionam não estão interessadas em muito mais do que o estafado ‘fait-divers’. A diferença reside na constatação de que eu, hoje, possuo um aumento notável da minha capacidade de criar e comunicar informação, com resultados observáveis na velocidade com que intensifico a formação das minhas conexões.
Faz hoje 20 anos que tive direito a um dos raros endereços de correio electrónico do nosso passado recente: «alex@fep.up.pt». Recordo, a emoção do nosso actual e querido Ministro das Finanças, FTS, de pé, ao meu lado, a reler alguns correios que me chegavam e a vislumbrar futuros, em voz alta, alguns dos quais a FEP.UP lhe deve, seguramente. Olhando (cansado), estes vinte, dez anos atrás, comparando a minha rede de informação anterior com a actual (FTS já não se corresponde comigo, p.e.), as diferenças fundamentais estão ancoradas no significado de extensão, amplitude.
"Back then" a minha rede consistia de pessoas que me estavam próximas geograficamente, CIUP, FEUP, FEP, mais a comunidade do Machine Learning e a informação por ela produzida na sua qualidade de autores e educadores. Hoje, a minha rede ainda inclui estes elementos formais, mas a minha aprendizagem provem agora, através de conexões que tenho com pessoas de todo o mundo. Em alguns casos, as pessoas são pensadores e teóricos com autentico nome próprio. Noutros casos, as pessoas são professores que enfrentam a «dura tarefa» de lidar em cada ano, com uma trintena de alunos que chegam diferentes, por cada novo contentor que desembarca no cais. No passado, não tive acesso directo a muitos dos peritos de que precisei (a experiência foi mediada pelo autor ou jornalista) ... nem consegui chegar aos amadores (a experiência foi limitada devido à falta de ferramentas para criar e ligar...).
A Tecnologia impõe a mudança. A Tecnologia possui/cria causas. Ela simboliza visões do mundo (quantos de nós não repetem que a WEB representa igualdade e democracia?). A tecnologia também força alterações nos papéis desempenhados - professor e aluno, caminham em pé de igualdade no que se refere ao acesso à informação. Mas a situação nas escolas é muito mais complexa do que o simples acesso à informação. Todos nós gostamos (discurso directo) de uma boa lição convencional, de escutar com enlevo alguém que nos vem trazer novas e coisas que não sabemos, mas… passado o momento de ternura, regressamos à dureza da realidade: falamos da (auto) exigência de construção de novas competências, aptidões que nos deixem trabalhar em novos ambientes e mergulhar com ou sem equipamento especial, em profundas e complexas compreensões de múltiplos campos de conhecimento e de saber.
O jornal N.Y.Times publicou um artigo: 'New Class(room) War: Teacher versus Technology',
que nos traz uns bitaites sobre escaramuças e conflitos à volta dos factores culturais, educacionais e sociais que estão à porta e sobretudo dentro da sala de aula.
Pessoalmente, faço sempre um esforço exigente no sentido de tentar conhecer os meus alunos. Uso variadíssimos truques para os manter à minha volta e parte deste ‘know-how’ devo reconhecidamente às lições de Felder & Brent, ou seja, sou um caso real de aluno aplicado. São múltiplas as abordagens e as perspectivas que me servem para perceber que matéria-prima cai na mesa do oleiro e portanto, também para desenhar a ‘big Picture’ da turma e da miudagem. Parte da recompensa que, vaidosamente, chega no final de cada «obra», é resultado dessa aprendizagem acerca do Zé Tó ou da Floribela que fazem parte do meu labor.

Vale a pena ganhar tempo, estudando os nossos alunos.


Link para o artigo:
http://www.nytimes.com/2007/11/07/education/07education.html?_r=2&oref=slogin&oref=slogin

2 comentários:

Regina Nabais disse...

Olá Alexandre,
Gostei muito deste seu post. Parabéns.
Para mim, ver alguém, simplesmente, a pensar é uma benção.
Os seus alunos, instituição e os leitores deste seu blog, a meu ver, somos entidades mesmo sortudas.
Abraço,

MJMatos disse...

Pois, secundo RN na apreciação da entrada (apesar de tarde, mas mais vale tarde do que nunca).