RJIES – Inquietações longitudinais –
A nossa amiga RN fechou a sua (dela) intervenção na Audição da Comissão 8.ª CECC, com uma chamada de atenção para o artigo 44.º «Requisitos dos institutos politécnicos» que aliás se devia denominar «Requisitos mínimos…» e em especial para a alínea e):
Como diria a dotada Floribela, não tenho nada contra a investigação orientada.
Fique registado que detesto que me digam (desde miúdo) o que devo ou não fazer. Sou assumidamente, entre outros azares, um mercenário.
Façam um esforço de clarividência e digam quanto me pagam, como me pagam, quando me pagam, em troca de um serviço. Mas PF, apenas, não me digam como o devo fazer.
Perguntem-me, antes, como vou fazer o serviço; verifiquem se faço o serviço de acordo com o meu enunciado e propósito e plano, que eu, modesto tecnólogo e às vezes, modesto professor de Inovação, outras vezes de Competitividade, outras ainda de Metodologia de Projecto, pensarei sobre o assunto e responderei em tempo útil, por escrito, a todas as perguntas.
Por isso o colectivo MCTES criou ao sétimo dia, a Agência de avaliação e acreditação para a garantia da qualidade do ensino superior.
Grande parte das excrescências e revoltos do RJIES cabem dentro das aptidões e competências da AAAGQES. Provavelmente o legislador Vital das Regras não leu o texto que gerou e deu vida à AAAGQES; poupar-se-ia na ordem das 190 páginas, pelo menos e o parecer seria, seguramente, mais barato e tendo em conta as ordenações teixeirianas poderia ser pago em tempo útil.
Mea culpa, minha tão grande culpa, que tanto gosto desta alínea e) do Art.º 44.º.
Os meus alunos da disciplina Inovação & Competitividade sabem que não os massacro com o Oslo Manual nem o Frascati Manual, mas que os conheço, oh! se conheço (aos Manuais, claro…).
A principal constatação sobre o conhecimento teórico-prático, politécnicos incluídos, detido por quem propôs esta alínea é a seguinte:
- Se os politécnicos apenas puderem realizar investigação orientada então, projectos como este: "O Instituto Politécnico de Lisboa e a Brisa – Auto-estradas de Portugal SA assinaram um protocolo de cooperação destinado a fomentar a investigação, a formação e a assessoria técnico-científica em áreas consideradas de mútuo interesse. O grande beneficiário deste acordo é o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa que, desde 2002, é parceiro da Brisa nas áreas técnico-científicas e que assim reforça a sua posição estratégica nos campos da inovação tecnológica. " não poderão mais ver a luz do dia. É a chamada castração por decreto.
Recomecemos então pelo Frascati Manual © OECD 2002
Pág.ª. 70
“Borderline” research institutions
214. Traditionally, universities have been major centres of research, and
when countries have wished to expand their R&D in specific fields,
universities have frequently been considered appropriate locations for new
institutes and units. Most such units are principally government-financed and may even be mission-oriented research units; others are financed by private non-profit sector funds and, more recently, by the business enterprise sector.
O Wiley InterScience mostra-nos 162 results for: ""oriented research"
Depois, o FM refere tópicos que me parecem muito mais apropriados para a missão e objectivos (research) de uma Escola Politécnica:
Por exemplo:
APPLIED RESEARCH
Demonstration model . .
Demonstration project . .
Exploratory development . .
Upstream studies . .
EXPERIMENTAL DEVELOPMENT
Advanced development . .
Pilot plant (initially) . .
Prototype . .
Proving model . .
Proving project . .
Systems design and specification studies . .
Systems-oriented preliminary project . .
Technical demonstrations
"Applied research is also original investigation undertaken in order to acquire new knowledge. It is, however, directed primarily towards a specific practical aim or objective. Experimental development is systematic work, drawing on existing knowledge gained from research and/or practical experience, which is directed to producing new materials, products or devices, to installing new processes, systems and services, or to improving substantially those already produced or installed."
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Fica caminho livre para os assessores do Vital das Regras e restantes companheiros; quem diria que está na hora de discutir e perscrutar o Frascati Manual.
Et voilá!
2 comentários:
Só uma nota: já agora, minha tão grande culpa = mea maxima culpa
8-)
É o que faz ter andado a estudar em cidades do operariado(?!)
Grande MJMatos 1 abr
Sempre a abrir
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