sábado, 26 de abril de 2008

É tão «fácil» inovar em Portugal

Passei ontem o dia em Vila Nova de Cerveira, numa daquelas comemorações que valem sobretudo pelos amigo(a)s aos quais se renovam as vistas. É quando deitamos a vista em cima dessa geração prateada que obtemos a prova de que o Sol anda mesmo à volta da Terra.

Esta manhã, ao prestar-me a contas, dei de caras com o DG do Hotel que, afável e sorridente, fez entrega do meu Cartão Cliente. Tenho 9 pontos e, imagino, pertenço à Legião Estrangeira.

Um dia destes, um qualquer reitor – qualquer não, tem de ser inovador – entrega um 'electronic card' aos seus clientes, estudantes e professores da educação superior.
Façamos o filme com Marques dos Santos (que conheço pessoalmente) pessoa pra-frentex e com dois ou três roteiros que poderão ser boas fontes de ideias inspiradoras. O reitor da UP entrega o cartão cliente ao estudante e diz-lhe: - Parabéns jovem! Por cada módulo do Bologna Process em que faças a tua inscrição damos-te 10 pontos para o curso “lifelong learning Indiana Jones”.

Até aí tudo bem. O jovem aceita cartões avulso desde que soube o que era a Vodafone e fez castings com a Patrícia Vasconcelos.
O problema de inovação é mesmo com os professores… que motivação irá inventar Marques dos Santos (UP) para que o professor se sinta mais ou menos «aberto» a esta treta do cartão de pontos.
H1: n.º de horas passadas no interior do campus.
H2: n.º de horas passadas no interior do senado universitário.
H3: n.º de horas passadas a mandar ‘mail intoxicado’.
H4: n.º de horas passadas a atender alunos tipo «fonte seca».
H5: n.º de horas passadas a tentar convencer a «sogra» de que tem profissão de futuro.
H6: n.º de horas passadas a convencer a namorada de que passou ao lado de uma grande carreira, sem culpa própria.

Resta uma hipótese, sobre a qual tenho algum pudor em abordar:
- Pode ser que o reitor considere pontuável, uma fórmula que traduza a utilidade do professor.
Se for difícil quantificar a utilidade, porque não considerar a propensão para ser útil?!

2 comentários:

Vasco Eiriz disse...

Pessoalmente, contentava-me que o protocolo entre a minha universidade e a CGD funcionasse. Acredita que estou há cinco meses sem cartão de identificação/débito por mera incompetência? De quem? Vá-se lá saber.

Alexandre Sousa disse...

Eu sou daqueles chatos que gosta de ver alunos na sala de aula.
Imagina o que passei quando dei os primeiros passos para fundamentar a necessidade de ter alunos com participação contabilizada… é que o modelo de Aalborg não admite instrução sem alunos.