terça-feira, 11 de março de 2008

WHAT ELSE





Regressávamos a casa, eu o Virgílio, Manolo e Regina, por entre a chuva de Braga e trânsito do fim de tarde. Lucília já tinha partido rumo ao Sul, decidido que estava, o próximo confronto ser à beira do Rei do Choco Frito.
Limpas as armas, arrumados os tarecos na mala do carro, varrido o lixo para debaixo do tapete, dizia-me o Virgílio: - Como é que tu és a favor do RJIES?
Entre 3 curvas e 4 semáforos voltei ao argumento favorito que dá conta da minha orientação no sentido de entender o «processo de Bologna» como de facto é, ou seja, um projecto. Todos os projectos têm a sua parte das regras que balizam o modo de jogar.
Palavroso, este REJIES. Se feito por gente de engenharia, teria no máximo 4 páginas, 3 com algum esforço de síntese. A meu lado, Virgílio comenta o enredo (ou será fado Alexandrino?) em que andam as Assembleias Estatutárias das IES procurando estender poderes que não existem no RJIES, inventando poderes que não estão previstos no RJIES, erguendo assessorias, consultorias, escritórios de ‘brockers’ e correctores de acções e interesses que já deram, gabinetes de Senados que outra coisa não são senão sítios onde se joga a bisca lambida, jogadores e assistentes de mãos nos bolsos e produção igual a zero.
Nos intervalos aparece a Severa e canta uns fados.
Como diz o nosso bem amado papa Ratzinger, há que suster o pecado.
Creio na AAAES e no extensíssimo tempo que vai levar até à nomeação dos seus excelsos membros, negociados naquela enormíssima cidade de transmontanos, beirões e alentejanos, até ser cooptado o último dos «etarras» que vai dar corpo e letra à estafadíssima saga das acreditações. Serei ainda vivo quando a penúltima das públicas tiver terminado o seu report de autoavaliação? Será que sou?
Creio numa ou duas ou três fundacionais que vão tentar demonstrar que, no passeio dos alegres também há direito à diferença. Recordo ter olhado, detidamente, para o vídeo do ataque comunista ao AUGUSTUS e, sinceramente, não me pareceram estar nessa cena, os atacantes, todos vestidos de igual… minto, os lenços eram todos brancos.
Honra seja feita a Zé Mariano e ao traje que o distingue da Lurdes; o Boss vai a todo e qualquer lugar, bem vestido, óculos à rico, falar com pessoas que evidenciem vantagens a favor do processo em curso. Não consta que esteja preocupado ou que deixe de dormir com tanto enredo (ou será fado Alexandrino?) obsessivo com Senados e outros jogadores da sueca. Contrariamente à Lurdes vestidinha de Maria Papoila, Zé Mariano anda sempre de fraque. Vaidosos que nós somos; como eu te entendo Zé…

Tal qual George Clooney, também eu apareço sempre que posso em anúncios de vacas leiteiras, fazendo jus à frase consagrada ‘What Else’ e dou o meu melhor nesta cruzada de animação contra o desencantamento e extremo comportamento low low low profile, de que fazem gala os profissionais da educação superior.
Tenho uma admiração – sincera – pelo continuado partir pedra a que dia-a-dia o José António se dedica (a utopia realizável). Não há hipótese, ele não desmoraliza, venham 20 ou 30 chover no molhado ou na passadeira vermelha, JCR chama-os pelos nomes, insiste, insiste, insiste.

O processo em curso na Universidade do Minho não é, nem tem de ser pacífico. Os processos pacíficos são aqueles que defrontamos com o Ministério da Finanças quando não pagamos o IRS. Como dizia ontem Rui Vieira de Castro (aquele abraço), «há diferentes visões da universidade… deve haver condições para o confronto de opiniões»
Pois é Rui, pois é…
Sabes bem o que acontece quando a Mãe do Macaco se põe a jeito?!
Os jogos do poder são sempre a doer. Repito a frase de um Bispo meu amigo, quando eu, macaco agnóstico, lhe fui pedir para interceder a favor de terceiros: - Alexandre! Diz a palavra do Senhor… “Esmagar o teu inimigo com a ponta da tua bota!”

Interessante ter ouvido ontem, em Gualtar, uma palavra que começa a tornar-se incomodativa, repetitiva, e que deve ser deixada «livre» seja aos crentes seja aos ímpios, seja ao justo seja ao pecador: ÉTICA
Que raio de coisa será esta?

Vou terminar que o patrão chama por mim; são as T-shirt para levar até aos Montes Urais, são 60 mensagens sobre business intelligence dos grupos Oracle a que tenho de responder, são mais 26 mensagens dos grupos Protégé a que tenho também que dar resposta, são 57 tretas pelas quais já passei os olhos desde as 6 e tal da matina, são as lembranças do Carlos Daniel e aquele ar durão de quem vai levar o COMUM até aos limites – não esqueças de mandar um jornal ao meu amigo Augustus o santos silva. Mais um abraço fraterno que tenho de mandar daqui (hoje estou na Trofa) até ao Luís Pedro – a eterna juventude e o grito de revolta contra a injustiça; mais aquela miúda redondinha com um sorriso muito lindo, que gravou umas cassetes com tretas minhas. Maus exemplos, maus exemplos que deixamos a estes miúdos e miúdas…

Vou deixar-vos. Espero rever-vos ainda antes de me sentar no Rei do Choco Frito.
Até sempre!

5 comentários:

Luis Moutinho disse...

Bom resumo, obrigado pelo caderninho e até breve!
Ah, e não me apresentas a dona do decote da mensagem anterior?

Anónimo disse...

Um até breve, AS. Abraço

LN disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
LN disse...

Risos... uns flashes e... essa da Ética tem destinatário?! Boa(s) viagen(s) e melhor(es) regresso(s).
:))

Anónimo disse...

Um abraço de volta e que a eterna juventude - se a temos - nunca nos abandone, nem a mim, nem a si! Luís Pedro