quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Claro que há desempregados & DESEMPREGADOS!!!


«Glossário»
enfermeiro = desempregado
médico = DESEMPREGADO

A notícia saiu um dia destes no Diário de Notícias (Rute Araújo & Rodrigo Cabrita) e passou-nos ao lado.

João Orvalho também deixou umas notas sobre o afluxo de jovens «certificados» com o 12.º ano que vão em breve, chegar às Universidades e Politécnicos com uma característica peculiar:
- Parece que sabem tirar uns cafés… espectáculo!

[[Governo paga 25 milhões a hospitais para formar médicos]]

O Ministério da Saúde teve que oferecer dinheiro aos hospitais para que este ano todos os alunos que acabaram o curso de medicina tenham colocação no internato (o estágio que se segue à licenciatura, sem o qual não podem exercer a profissão). As unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) não estavam dispostas a receber mais porque a formação é um peso financeiro acrescido, em altura de contenção de custos. E este ano há 300 (30%) a mais para colocar, que saíram, pela primeira vez, dos cursos criados nas universidades da Beira Interior e do Minho, aos quais se juntam os estudantes portugueses que estudaram no estrangeiro.

"Se esta situação não for resolvida, 2008 pode ser o ano da ruptura, em que haverá médicos no desemprego, num país em que existe carência [destes profissionais]", teme Rui Guimarães, presidente do Conselho Nacional do Médico Interno. Contactado pelo DN, o Ministério da Saúde garante que vai haver vagas para todos, mas certo é que até ontem não havia mapas publicados, o que é habitualmente feito, todos os anos, em Novembro.

Depois de perceber que os hospitais não estavam dispostos a receber mais pessoas, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) teve que enviar uma carta aos conselhos de administração a explicar que vai assegurar, pela primeira vez, os encargos com os internos do primeiro ano (20873 euros por cada um) e pagará uma percentagem nos anos seguintes, do internado da especialidade (ver caixa ao lado).

"A ACSS conta com o apoio das Administrações Regionais de Saúde, no sentido da rápida identificação das capacidades formativas ainda em falta, de modo a assegurar o ingresso de todos os candidatos admitidos", refere a circular deste organismo, sublinhando "o pedido de reforço de capacidades formativas que, à data, ainda se encontravam em falta". A carta foi enviada a 7 de Novembro, dando um limite para as respostas a 22 desse mês.

"O Estado já não controla os hospitais, quase todos EPE [entidades públicas empresariais] e não consegue fazer mais do que pedir para receberem mais internos, o que é ridículo", critica Rui Guimarães.

Manuel Delgado, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares admite que, para as unidades de saúde, receber internos "não compensa".

"Os hospitais têm dois problemas. Um é económico - têm que lhes pagar. Outro é o impacto na produtividade - o desempenho dos serviços é mais lento", porque é necessário ensiná-los, afirma. Se o primeiro ponto ficou resolvido este ano porque o ministério paga estas verbas, o segundo mantém-se e "vai continuar a colocar-se" no futuro. Em particular nos internos do ano comum, que ainda não podem exercer nem ser utilizados como mão-de-obra nas unidades de saúde. O administrador do Curry Cabral, em Lisboa, diz mesmo que as vagas estão muito concentradas nos hospitais centrais e seria bom "que os hospitais distritais recebessem mais internos".

Serafim Guimarães, o coordenador nacional dos internatos, não garante que o assunto não se repita nos próximos anos, mas diz que é uma questão que tem que ser resolvida politicamente. "Os hospitais têm um novo estatuto, empresarial, e foi necessário discutir quem paga, o que foi feito e acordado. Os internos do primeiro ano dão prejuízo, é um investimento que o hospital faz", refere. E defende que estas verbas não devem sair dos orçamentos das unidades, até porque muitos internos vão depois para outros hospitais.

Mesmo com estes atrasos, o médico garante que o internato deverá começar no final de Janeiro. E refere que o atraso de um mês se explica pelo atraso ocorrido no ano passado, quando os internos só foram colocados em Fevereiro. "Têm que acabar o ano de internato para entrarem os novos".

1 comentário:

Virgílio A. P. Machado disse...

A importância de se chamar Nabo: Mais um caso brilhante de planeamento e gestão do ensino superior. Não há MIT nem MS que lhe valham.