quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Imaginemos…que existe a Lei da Conservação Social




Entre outras coisas que gosto de trabalhar conta-se uma, em que já não mexo à seguramente 12 meses e onde, graças à incubadora que me recuperou para a vida, periodicamente regresso.
Chama-se a essa espécie de coisa: simulação.
Gosto de brincar com simuladores, modelos, cenários, previsões fantasmagóricas ou simplesmente fazer de conta que sou bruxo. Sou um invejoso confesso do status do Padre Fontes (Vilar de Perdizes), se ele fizesse preço, digo ao mundo que: Comprava.
Quando ontem conheci o Cândido, desfiz uma série de preconceitos que tinha contra as pessoas que fazem do Direito uma obra, em que cada um diz o resultado da operação 3+2. Ainda bem que, de amigo em amigo, vamos conhecendo e amarrando forças para não sair na primeira curva do caminho. É que o Cândido trouxe-me à memória uma pedra que havia ficado no meu sapato quando começou a ser discutida na praça pública esta história do RJIES.
Quem já passou pela física, conhece(rá) de cor aquela expressão descritiva em que se representa o recuo de uma peça no momento em que se dá o tiro de um canhão. Não vou descrever a experiência da física (voltaria a ser plagiador porque não me lembro quem foi o Adão que escreveu isso em primeira mão): em termos muito simplórios, se reproduzirmos a experiência na bancada do laboratório ou no MATLAB, observamos que um tubo de ensaio cheio de água, tapado com uma rolha e aquecido por um meio térmico, entrará em pouco tempo em ebulição e passados alguns momentos a rolha sai ruidosamente, enquanto o tubo de ensaio se desloca para o lado oposto.
O fenómeno do recuo resulta necessariamente da regra da igualdade da acção e da reacção.
Zé Mariano, estudou o Gato de Schrödinger, óbvio que sim, mas antes disso estudou a física que Landau ensinou, e a de Newton, e a de … sei lá, Aristóteles?!
O sistema de educação superior é fechado, tem rolha, sendo essa rolha materializada por reitores e presidentes. Zé aqueceu o sistema ao lançar o RJIES e assim procedendo actuou na rolha, a rolha por sua vez actuou sobre o sistema mas em sentido inverso, divulgando propensão ao aumento da precariedade, anunciando a não revogação de contratos – fazendo isso mesmo selectivamente – e o meio que se movimenta no interior do sistema transmitiu esta reacção ao tubo de ensaio.
Passa-me pela cabeça que vos ocorra esta objecção: será possível que uma mesma força dê resultados tão diferentes?
Esperamos que a macacada que anda a pinchar nos blogues não faça observações deste tipo. É evidente que forças idênticas podem conduzir a resultados diferentes: a aceleração comunicada a um corpo (grupo de reitores e presidentes) é inversamente proporcional à massa deste. Devemos descrever a aceleração de um dos corpos (rolha por ex.) sob a forma de a1 = (F/m1) , sendo a aceleração do corpo que sofreu o recuo (RJIES) dada por a2 = (F/m2).
Não desempenhamos aqui o papel do aprendiz de feiticeiro e portanto, para atalhar, já que a banda larga está cara, lembrando-nos do carácter vectorial da velocidade podemos escrever: m1 v1 + m2 v2 = 0.
Dito assim e seguindo preceitos enunciados por Nietzsche, podemos colocar no outdoor o resultado antes do final do jogo: Zé Mariano + R&P = 0.
Regressemos então, um pouco atrás, à data em que publiquei na WEB um cartoon esmagador, desenhado por Rafael Bordalo Pinheiro. Deus meu, como Rafael conhecia bem este meu povo. Ficamos todos à espera que eles se demitissem.
Não me interessa o que pensam da alimária que tais coisa escreve. Dir-vos-ei, assim em jeito de conversa de pé de orelha, o que faria eu, se fosse reitor ou presidente da coisa.
Juntava os fiéis, os infiéis, graxistas e outros seguidores.
Distribuía o RJIES impresso, anotado e sublinhado nas suas passagens de recitação.
Educava e formava as pessoas e os estudantes mais chegados no tocante à construção do Conselho Geral.
Preparava Assembleias, quer em jeito de ver o que se vai dar, quer para ver quem se perfilava para a arrancada.
Sondava administradores do Millenium, BPI, SIC, não esquecendo o Cardeal Moura da TVI, para além desse alfobre fabuloso que vota nas assembleias da Portugal Telecom. Olhava bem para o parque de estacionamento da Universidade Católica evitando confusões e desmentidos avulso.
Não metia ninguém de PMEs porque é gente que tem problemas de cheque à segunda-feira e de logística à sexta.
Chamava tudo quanto fosse tele-jornal para uma comunicação às 20:10 horas em ponto para anunciar uma decisão sobre a demissão do cargo, em nome da justiça e da verdade.
Mas só quando o Conselho Geral estivesse construído, lavado engomado e alinhado no discurso.
Esperava pela próxima eleição mas, até lá, trabalhava feio e forte numa eleição garantida a 99,9% ou seja próximo do pleno.
Quem tiver curiosidade para ver este projecto desenhado ou quiser o esquisso, telefone para saber condições. Não esqueça: um mercenário é capaz de propor a venda da própria mãe mas, só entrega a mercadoria logo após boa recepção da transferência bancária.

2 comentários:

Regina Nabais disse...

Um aditamento malvado à proposta do Alexandre, por principio e filosofia de um mercenário encartado nunca se entrega a mercadoria, qualquer que esta seja, após recepção das transferências devidas.
Àparte este pequeno resultado de aprendizagem dedicado aos mercenários, como sempre, o Alexandre pensa, escreve, e eu subscrevo, com a devida permissão do autor, tudo o que ele nos diz, rindo.

Alexandre Sousa disse...

Já tinha apertado no músculo da vida essa estranha angústia:
- Sou um mau mercenário e gostava tanto de ser (pelo menos um bom mercedes).