Breakpoints do RJAQES (I)
Por estes dias de primavera/verão, andamos (quase) todos preocupados com o remendado RJIES e esquecemo-nos do apinocado RJAQES.
No meu modesto entendimento do ‘road map’ traçado por Zé Mariano, dando de barato que ele tem razão quando diz que o desempenho global das instituiçõezinhas do ensino superior é mau, que a investigação produzida não tem relevância senão para justificar umas bolsas equivalentes ao pagamento de salário mínimo e meio a mão de obra barata que povoa o chão das tais IES, que o processo de concepção e fabrico de um qualquer Reitor é um «cozido à portuguesa» mal amanhado – também pode ser Ratatouille -, que a comunidade envolvente local ou regional de uma qualquer das IES não é ouvida nem achada a não ser para tirar umas fotos de família, que o tal Reitor – também pode ser o tal Presidente – não passa de um «irresponsabilizado» pela monotonia de uma viagem parada empreendida pela sua (dele) instituição face ao caminho rumo ao futuro, etc. & coisa e tal; portanto e como ia dizendo: - Oh! Zé, deixa lá, tu nesses pontos não deixas de ter razão, o que não tens é músculo em várias partes do corpo, para impor a correcção do discurso nacional, mas que me dizes se o tal RJAQES avançar? Oh! pá, enquanto os gajos estão a ler os 200 artigos e parágrafos do RJIES, tu…zumba! Casca-lhes em cima!
A malta que passou uns anos a perorar ciências da computação – para os mais distraídos: os europeus chamam-lhe informática – conhece de ginjeira uma técnica chamada ‘breakpoints’ e que não deve ser confundida com breakdance, embora às vezes atire para esse lado. Os breakpoints são, «mal comparados», linhas existentes ao longo de um programa (como este do Zé Mariano) que nós, arbitrariamente, queremos suspender a execução – temporária – para olhar com paciência, observar a expressão, um pouco à imagem de uma ‘special watch window’ que instalamos num dos cantos do nosso ecrã.
RJAQES
CAPÍTULO II
Princípios gerais
Artigo 3.º
Objecto da avaliação
1 — A avaliação tem por objecto a qualidade do desempenho dos estabelecimentos de ensino superior, medindo o grau de cumprimento da sua missão através de parâmetros de desempenho relacionados com a respectiva actuação e com os resultados dela decorrentes.
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Artigo 4.º
Parâmetros de avaliação da qualidade
1 — São parâmetros de avaliação da qualidade relacionados com a actuação dos estabelecimentos de ensino superior, designadamente:
a) O ensino ministrado, nomeadamente o seu nível científico, as metodologias de ensino e de aprendizagem e os processos de avaliação dos estudantes;
b) A qualificação do corpo docente e a sua adequação à missão da instituição;
c) A estratégia adoptada para garantir a qualidade do ensino e a forma como a mesma é concretizada;
d) A actividade científica, tecnológica e artística devidamente avaliada e reconhecida, adequada à missão da instituição;
e) A cooperação internacional;
f) A colaboração interdisciplinar, interdepartamental e interinstitucional;
g) A eficiência de organização e de gestão;
h) As instalações e o equipamento didáctico e científico;
i) Os mecanismos de acção social.
2 — São parâmetros de avaliação da qualidade relacionados com os resultados decorrentes da actividade dos estabelecimentos de ensino superior, designadamente:
a) A adequação do ensino ministrado em cada ciclo de estudos às competências cuja aquisição aqueles devem assegurar;
b) A realização de ciclos de estudos em conjunto com outras instituições, nacionais ou estrangeiras;
c) A evolução da procura e o alargamento da base social de recrutamento dos estudantes;
d) A capacidade de promover com sucesso a integração dos estudantes;
e) O sucesso escolar;
f) A inserção dos diplomados no mercado de trabalho;
g) A produção científica, tecnológica e artística adequada à missão da instituição;
h) O contacto dos estudantes com actividades de investigação desde os primeiros anos;
i) A valorização económica das actividades de investigação e de desenvolvimento tecnológico adequadas à missão da instituição;
j) A integração em projectos e parcerias nacionais e internacionais;
l) A prestação de serviços à comunidade;
m) O contributo para o desenvolvimento regional e nacional adequado à missão da instituição;
n) A acção cultural, desportiva, artística e, designadamente, o contributo para a promoção da cultura científica;
o) A captação de receitas próprias através da actividade desenvolvida;
p) A informação sobre a instituição e sobre o ensino nela ministrado.
Acima, está enunciado o grosso dos ‘breakpoints’ que me interessam como ‘voyeur’ despudorado destas coisas. Uma boa parte deles, faz parte do célebre filme «A Treta», pelo que a Agência de avaliação e
Porque isto de escrever em blogues, não parece mas tem regras, prometo aos milhões de leitores que se interessam por estas coisas, que nos próximos dias não vou comer, nem beber, nem fumar: só terei neurónios para passar os ‘breakpoints’ pela varinha mágica da minha cozinha.
2 comentários:
Nalgumas coisas (ou coisinhas?)o Zé Mariano tem razão. Nalgumas escolas de alguns institutos a investigação produzida é nulo ou quase nula....e o mais triste disto tudo é quando alguém quer investir na diferença a nível de investigação é visto como se de um "bicho raro" se tratasse .... Boas Férias, Alex!
Vivo permanentemente em Férias e em Trabalho, 365 dias no ano.
Sobre o comentário... se fosse só «bicho raro» nem era mau de todo, podia ser que a conotação até arrastasse consigo alguma simpatia e um certo olhar de cima da burra, o pior é que o(a)s tótós acham isso anormal e perigoso para o seu próprio estatuto de párias.
Um abraço
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