domingo, 20 de abril de 2008

Será que vai haver um tempo para o tempo da educação superior?


Por muito silêncio que se faça ouvir das pequeníssimas portas do MCTES e do seu vaidoso Ministro, já todos percebemos que a caixa de música fechou o trombone e assim ficará, até que os votos nacionais dêem sinal para nova corrida, nova viagem.

Assim se faz minúscula política à Portuguesa e não adianta chorar.

Maldosamente, vou andando por aí, lendo e ouvindo, já que só sábios não serão muito mais do que uma meia-dúzia: JCR, JVC, MJM, RN, VE, VM; que me perdoe a outra meia-dúzia na qual eu me incluo, obviamente.

O Vasco tem uma
escrita muita gira, que à primeira pode parecer um fait-divers, mas os mais interessados podem reconhecer sem esforço que a inovação nas ideias também pode ser colhida nas franjas dos economistas que adoptam teorias evolucionistas e etc. coisa e tal; mais, mais, é que o que escreve o Vasco dá para pensar. Vá lá, não acreditem naquela história mal amanhada, de que pensar gera vírus nos neurónios…

Regina olha para os
repolhos metafóricos dos politécnicos e adivinha o destino inexorável que vai ser ditado por geómetras e geógrafos que vão arrumar o technical puzzle de acordo com interesses de amigos, colegas e camaradas, verdes, amarelos, rosas, laranjas e outras frutas. Para que vão servir esses politécnicos reciclados, a quem vão servir esses politécnicos sem rugas nem ‘pneus’, provavelmente nem a Corporación Dermoestética, S.A será capaz de prognosticar.

JVC
inquieta-se com o que se (não) passa nas assembleias estatutárias das universidades, onde a palavra de ordem é seguramente a de que se deve bailar ao som do maestro que já dava música antes da mudança imposta por Zé Mariano. Se há coisa que os reitores sabem dar, essa é mesmo música.

Tenho alguma dificuldade em acreditar que estes 10 milhões de macacos, maioria dos quais sobrevive com 500 Euros/mês, precisa de 14 Universidades + 15 Politécnicos, todas estas escolas sob a categoria de públicas, quase todas sem prestígio, muito modestas, muito pudicas, muito apagadas, ainda a esboçar uma espécie de discussão sobre a validade do acto marianístico «daqui-lavo-as-minhas-mãos».
Mesmo dando de barato que não passo de um invejoso pelo elevado nível intelectual atingido por académicos de corpo inteiro, cujos calcanhares os mercenários como é o meu caso, nunca irão tocar, mesmo assim, digo eu:

-Isto anda pelas ruas da amargura!

Podemos enunciar um belo modelo muito british, sem politécnicos a empecilhar ruas e cidades.
Podemos babar-nos no seguimento de modelos mais gelados, hidrófugos e caucasianos como o sistema de educação superior finlandês.
Podemos acolher com mais ou menos orçamento, aquelas paroladas que o Zé Mariano de vez em quando emite sobre as alianças atlânticas, pagas só por um lado do mar e que servem não sei muito bem a quem, não sei muito bem o quê, hipoteticamente apenas a vaidade de quem paga.

Decididamente, parecemos & ‘semos’ todos, como aqueles miúdos dos grandes armazéns de crianças, que não sabem viver sem tutoria.

A generalidade das celebérrimas comunidades universitárias (das politécnicas nem um tugir, nem um mugir…) mudas e caladas, esperam, esperam sentadas, segurando as cadeiras com ambas as mãos à espera que a caravana passe. A caravana, os camelos e os ventos do deserto.
Pode não se gostar das personagens, mas quer António Nóvoa, quer Marques dos Santos, quer Maria da Nazaré, tentam pôr o barco a navegar. Só por isso, até por mor das vezes por ser sempre navegar contra a corrente, contra o mar da palha, contra o lodo e a modorra do deixa andar, eu nem que seja só por isso, sou dos deles.


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