quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

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Dia 29 de Fevereiro, no Centro Nacional de Cultura, em Lisboa

Reitora da UA participa em mesa-redonda sobre o futuro das universidades portuguesas
A Reitora da Universidade de Aveiro, Prof. Maria Helena Nazaré, participa no dia 29 de Fevereiro, às 18h00, numa mesa-redonda intitulada «A Universidade em Debate».
O evento será moderado por Diogo Freitas do Amaral, e conta ainda com as presenças de Alberto Amaral (director do CIPES), António Nóvoa (Reitor da Universidade de Lisboa) e José Medeiros Ferreira (professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa).

A mesa-redonda realiza-se na Galeria Fernando Pessoa do Centro Nacional de Cultura (CNC), sendo uma realização conjunta desta instituição com a Federação Portuguesa das Associações e Sociedades Científicas (FEPASC).
A sessão de informação e debate, onde também intervêm os presidentes do CNC, Guilherme d’ Oliveira Martins, e da FEPASC, Mário Ruivo, vai abordar o processo de reforma da governação das universidades actualmente a decorrer.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Mundo real «vale-de-lágrimas»

Extraído do BLOG http://gliceria.blogspot.com/2008/02/o-mundo-real.html deixo aqui a caricatura social de um problema que pode e deve ser visto de perspectivas diversas. A imagem está comentada: “Realidades vividas, não esperadas e jamais merecidas.”


Esta caricatura deixa-me pelo menos duas reflexões contraditórias, até porque já me senti retratado no mínimo umas quatro vezes.
A primeira reflexão tem a ver com aquela interrogação que nunca fiz, por sentir que é uma auto-flagelação: - Será que um Doutorado, só pelo estatuto, tem direito a uma tensa?
A segunda reflexão leva-nos ao cume do Everest, esse mesmo o dos Himalaias; que futuro para um homem ou para uma mulher, tenha nascido em Noyasibirsk, Barrancos ou em Nzete?


Ontem mesmo, circulava na A41 e ouvia o correspondente da RDP-Antena Um dar notícia que 60% dos trabalhadores do Call Center de Bragança eram licenciados em qualquer coisa, desde «tradução de francês e inglês» até «biologia tecnológica». Aparentemente, nenhuma destas especialidades fazia parte do cardápio anunciador da oferta de emprego que os levou para o exercício servil em que ocupam os seus dias.
Confesso que prestei mais atenção aos desabafos dos jovens frustrados pelo não cumprimento das expectativas com que entraram no portão do Politécnico lá da terra do que propriamente às curvas da estrada. Vieram à minha memória, tempos de esperança passados e vividos na Agência de Inovação, dez anos atrás, em que a Região Norte – essa mesmo, a tal traçada a lápis pelo Valente de Oliveira – se preparava para o ‘grito do Ipiranga’. Por entre o cinza escuro do alcatrão, voltei a ver as toneladas e toneladas de alheiras que exportamos para o Canadá e E.U.A., martelaram-me os ouvidos as reuniões na Aldeia de Romeu onde se discutia vinho, umas vezes do Porto, outras vezes brancos secos concorrentes competitivos de murraças feitas em destilarias italianas, e por aí, por aí…

Agora que os Amorins estão entretenidíssimos com o clap clap do contador de litros da Galp e com as fábricas de rolhas alternativas à velha tampa de cortiça, será que o Politécnico de Bragança já deu uma volta pelas margens do Tua?

Porca miséria!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Equívocos da avaliação das pessoas na coisa pública

A introdução na administração pública portuguesa da avaliação do desempenho organizacional constitui, só por si, um enorme desafio técnico, mas também exige redobradas capacidades de gestão dos dirigentes. Não esquecer, eles mesmo, dirigentes superiores e intermédios, objecto de avaliação do seu desempenho.
O compromisso e a responsabilidade que este novo sistema acarreta para todos os dirigentes e quadros técnicos imprimem uma importância decisiva a iniciativas que se proponham dar a conhecer o novo sistema de avaliação e a capacitar os seus participantes para o implementar e gerir com êxito.

Portanto, um dia destes, é capaz de ser preciso…

· Reconhecer e explicar a necessidade da avaliação do desempenho dos serviços públicos, das suas unidades e dos seus colaboradores;
· Integrar a avaliação do desempenho no processo de planeamento e gestão de uma organização pública;
· Saber em que consiste e como funciona a avaliação e a gestão por objectivos e competências;
· Conhecer os critérios para a formulação de indicadores de medida tangíveis e intangíveis e ser capaz de os formular em função da situação concreta do desempenho;
· Saber quais são as principais regras para desenhar e implementar um sistema de medida de desempenho, de forma a contornar as suas eventuais aramanhas;
· Compreender a lógica integrada do sistema de avaliação;
Isto, digo eu, que penso pouco e mal.


«Considerem quão semelhante é um fogo de outro fogo.Mas reparem quão opostas em natureza são todas as noites escuras do fogo.». Parménides (Poema Filosófico 475 a. C)


«...a natureza é sempre a mesma, e sempre única e igual em eficácia e poder de acção; i.e., a ordem e as leis da natureza, dentro de todas as passagens e mudanças de uma forma para outra, é em todo lugar sempre a mesma; sendo assim, deveria existir um método único para compreender a natureza de todas as coisas, ou seja, através das leis e regras universais da natureza.»

Espinosa (Ética, parte III)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Apenas o que é possível

Muitos de nós, sentem-se desconfortáveis com aquilo que o colectivo vai empurrando, no sentido não subjectivo da marcha do Mundo. Surge esta reflexão mediana ou até talvez menos que mediana, porque estive envolvido nos últimos dois dias, na preparação e realização de uma festa de família, dedicada a alguém que muito me ajudou ao longo das andanças de judeu errante, reconhecendo eu que aqueles olhos sempre se alegraram, nos raros momentos em que eu descansava pr’a esses lados no sarar das feridas da guerra. Apesar destes sentimentos desencontrados, na nossa festa de ontem, pairava no ar uma réstia de esperança no pouco que cada um de nós (49) julga ter conseguido fazer em cada encostar de ombros aleatório a esta bola colorida.
Mau grado ter meia dúzia de compromissos assinados de cruz, daqueles que gostamos (a sério), escrever umas tretas, mandar uns bitaites, ajudar uns miúdos a crescer na sua profissão, dar um mergulho na água do mar, ouvir umas músicas e deixar cair umas lágrimas enquanto calçamos e descalçamos as xanatas, faz muito bem esta coisa de conseguir de quando em vez fazer apenas o que é possível e franzir o nariz a tanto que ficou por fazer.

Faz parte da vida boa a que temos direito e pela qual continuaremos a erguer a lança, uma vez que só sabemos desafiar moinhos de vento. É que no estupor desta caminhada não podem haver só engulhos…

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Atenção: Perigo! «os bloguistas sofrem de apneia»



Alguém que muito prezo surpreendeu-me recentemente no meio do transcendente problema (ultima paixão) do «Cracking the sex code of John Maynard Keynes» verberando algumas das minhas atitudes e comportamentos que ela comparava a uma apneia obstrutiva. Palavra puxa palavra e o azedo da conversa chegou, óbvia e ligeiramente, ao tempo e importância excessiva que eu estaria a dar a meia dúzia de blogueiros, para além de 3 incipientes senhoras que também escrevem umas coisas nessas “prateleiras” electrónicas. Quem assim fala não é gaga, antes verbaliza todos estes sons em puro castelhano com acento cubano.
Qualquer intelectual da treta que tenha visto o filme sobre as lucubrações de John Nash e outras mentes brilhantes, percebe ou faz de conta, que a dedicação aos blogues e outros estudos científicos relacionados com a guerra fria são fruto de deficiências intimas que, salvo douta opinião (um doutor é um burro carregado de livros), nunca ou raramente devem ser partilhadas sem ser no sítio certo.

Tenho estado preocupado com a compra do BCP feita em bom tempo pela CGD e praticamente deixei de falar ao telemóvel com o meu compadre Joe Berardo. Outra vez a história da apneia a fazer-me zangar com o Comendador que me acusou, em quatro ou cinco sessões de formação (tipo coaching), de suspender o discurso a meio de uma interessantíssima discussão em torno das vantagens dos ‘offshore’ das Ilhas Diego Garcia sobre os novíssimos ‘offshore’ dos Ilhéus das Formigas, ali para os lados do actual campo de tiro da U.S. Air Force. Confesso que os debates com este homem da cultura me deixam um certo amargo de boca e um jeito para enviesar a favor do quadro maníaco depressivo, logo eu que sempre quis comprar a Mona Lisa e acabei por dormir mor das vezes com mulheres de grande peitaça. Enfim, ninguém é perfeito, deve ser dito publicamente que tenho aprendido muito com meu amigo JOE, não serei eu que vou desdenhar da Banca Madeirense, abri conta e tenho gravatas do Banif, continuarei a facturar a 80 € à hora, et voilá…

Regressando ao ponto de partida, é ponto assente que a “Teoria da influência da apneia sobre os bloguistas” encontrou grande receptividade na zoologia em geral e na etologia em particular, quando se percebeu que os blogueiros também “jogavam”, em muitos casos, de forma análoga aos académicos e outros mentirosos. Neste ponto, aliás como sempre ocorre em matéria de publicações científicas, tem havido uma mistura de conceitos cuja culpa assenta no facto desta gente ser oriunda de disciplinas diversas e mal sedimentadas – digo eu – o que dificulta a compreensão do todo ou seja, do universo dos blogues que se dedicam a ratar nas beiras da educação superior. Tanto quanto eu consigo chegar e não será muito, é possível que seja a Economia (“Teoria da Propensão”) a explicar o comportamento animal (Etologia) que, por esta ordem, explicaria o comportamento bloguístico (Antropologia, Jornalismo e Sociologia) que levaria a consequências no dia-a-dia mctésico (administração, economia, educação, estratégia, direito, pedagogia, and so on…).

Além da complexidade da educação superior em particular (porque é que o Politécnico de Lisboa faz melhor investigação que algumas Faculdades, por exemplo), existe um agravante gerado pelo facto do processo de Bologna ter vindo a ser estudado por grupos antagónicos. Os académicos da U.M. pertencem a uma espécie diferente dos que prepararam grandes e famosas teses de doutoramento nas margens do rio Mira, ou do rio Zêzere e por isso mesmo, frequentemente, não se compreendem uns aos outros. Aparte isto, quando os conceitos evolucionistas de Zé Mariano se incorporaram nesta salada, irrompendo por entre as Salinas de Aveiro (ou o que delas resta), volta à tona a polémica ética e religiosa com os criacionistas, adeptos de universidades lançadoras de cursos a granel e pagas per capita. Só para ilustrar de modo didáctico os que já se perderam nesta meada centrada naqueles que cultivam blogues, e segundo o «Livro Branco da Direcção Estratégica da Educação Superior». a apresentar em Março próximo na capital da Galiza do Sul, 57% dos doutorados por universidades portuguesas não acreditam que o doutoramento é uma evolução dos mestrados. Note-se que isto decorre do trabalho do Marquês de Pombal feito no século XVIII. Se Pombal ainda é polémico hoje em dia, imagine-se Regina, Virgílio, MJM, JCR, JG, JO, JVC, LN, VE e outros carolas.
Toda esta gente (e outra, ainda mais importante) escreve em blogs, simplesmente porque não tem outras ideias, para além de trespassar a educação inferior para os autarcas a preços da uva mijona, fazer fundações em terrenos alagadiços com recurso a argamassa na proporção de três de areia e um de água, e dizer mal do Governo. É por isso, por tudo isso e nada mais do que isso, que eu suspendo o discurso quando me passa pela cabeça que tenho qualquer coisa de interesse para dizer. Se isto não é apneia, então expliquem-se melhor do que têm tentado fazer ao longo dos últimos tempos.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Primeira pedra «10 de Março, 2008»



Nessa segunda-feira (Braga time), algumas maduras e outros não menos maduros, juntar-se-ão na apresentação do tão esperado «Livro Branco da Direcção Estratégica da Educação Superior».

Esta publicação é resultado de uma exaustiva investigação realizada pelo Blogs & Myth, em que participaram mais de uma centena de entusiastas e crentes de instituições universitárias e politécnicas deste imenso Portugal e outras Regiões. Entre o extenso grupo de participantes já inscritos e outros que convidamos em dupla fila, contamos com alguns executivos e respectivas tentativas de explicação de aspectos relacionados com a direcção estratégica nas suas organizações, todas elas de primeiríssima água (Lisboa, Loures, Odivelas, Setúbal, Sintra, ...).

O objectivo primário é apresentar a situação actual, tendências e melhores práticas de gestão e direcção estratégica do tecido educacional português, transmitindo-nos, vendendo-nos ou até franchisando-nos uma visão mais interessante deste tema, chave para o futuro dos sítios que pretendemos, nos consigam garantir adequada reforma.

No evento, participarão Quim, Guida & Zé mais o Grupo de Especialistas em levar a cabo o fecho da sessão.

Dado o espaço limitado - O Minho é apenas uma parcela do Norte - é necessário confirmar a assistência, o mais breve possível para o endereço do «dono» do palco e das cadeiras:

"José António Cadima Ribeiro" jcadima@eeg.uminho.pt

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Quem? Eu? Voltar à Universidade? – JAMAIS!



E no entanto, só penso nela, durante uma boa parte das horas em que estou acordado (eu só durmo entre as 22 e as 06 horas).
Um dia destes, vou voltar a aterrar em UFA e sei, pelo plano de trabalho estabelecido, que tenho compromissos com a Universidade do Petróleo, para três seminários sobre o processo de Bologna.
Um: explicar como se desenvolveu o processo nas regiões Basca, Catalã e Madrilena. Tenho imensa pena mas não estão interessados em powerpoints sobre o processo português, nem galego, nem estremenho, nem andaluz, nem madeirense…
Dois: explicar como é que a estrutura de educação alemã e a indústria, estão a encaixar engenheiros com cursos em formato bacharel, mantendo ao mesmo tempo, licenciaturas mais consistentes na formação e no tempo.
Três: Em termos de prospectiva, que futuro para os engenheiros do petróleo (geologia incluída) face aos novos avanços do pensamento ambientalista, energias renováveis, and so on.
Regressando à reflexão acima titulada, como posso eu acampar outra vez no Forte da Barra ou na praia da Vagueira se tenho tanta coisa para estudar?

Vamos dar a meia-volta, meia-volta vamos dar, porque o MP3 que trouxe de Braga continua a baralhar todo aquele som e toda aquela fervença sobre os Neo-Liberais e os Neo-Marxistas, quando os personagens, eles próprios, nunca se detiveram nem meia-hora, a arrumar bandeiras e emblemas.
Há uma frase batida que merece ser recuperada, obrigatoriamente:
- A Universidade Pública é de quem?
De quem recebe salário em troca de trabalho? De quem paga propinas?
Se a universidade é privada, estamos no domínio das PMEs.
Se a universidade é pública (ainda) estamos no mesmo domínio que administra o Rio Minho, e o Douro, e o Mondego… para já.
Eu, não sou defensor da auto-gestão. Mas posso ser apoiante da cooperativa.
Sou defensor da Fundação Universidade de Aveiro.
Não sou defensor da Fundação Universidade do Porto.
Sou defensor de uma fundação no Porto, capaz de dirigir a Faculdade de Medicina + Escola Superior de Saúde + grupo do Sobrinho Simões + grupo do Quintanilha + Bial, por exemplo.
Sou defensor de outra fundação no Porto, no âmbito alargado da Faculdade de Engenharia, Faculdade de Arquitectura, mais o Instituto Superior de Engenharia.
A Universidade da Católica é já em si uma Fundação eclesiástica. Terá de ser extirpada dos professores que recebem salário na Faculdade de Economia do Porto. As escolhas fazem mal ao bolso, mas fazem bem à alma, digo eu.

Como pode ser analisada cientificamente, a sobrevivência económica e financeira das universidades do tipo UA, UBI, UE, UM, UTAD, e por aí fora, quando a União Europeia diz que os Estados Membros só irão pagar metade (ou menos) do concerto musical ao Maestro, e quando num país como este imenso Portugal, ninguém quer discutir regiões ou desenvolvimento regional?
Como garantir a sobrevivência de universidades mijocas se só há trabalho e emprego na região de Lisboa & Vale do Tejo?
Para quê (?!) produzir pessoas com qualificação acima das «novas oportunidades», se existe um tremendíssimo plano inclinado que leva a Sonae para a Tafisa, leva os Amorins para as Galps, leva as laranjeiras para o Alqueva, mais as férias para o Algarve ou para Bebidorme…

Um, encontrem-me um só argumento, que justifique um mesquinho e hipócrita interesse do Governo de Lisboa & Vale do Tejo por todas estas universidades regionais e locais, esfomeadas, esvaziadas, a viver de treta e de discurso agasalhado?
Vá lá, façam um esforço, ajudem-me!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

O que quer o meu País fazer pela(s) Universidade(s)?




Das duas ou três horas bem passadas no Campus de Gualtar, no meio de uns quantos irrequietos, retenho a bandeira levantada por Cândido Oliveira.
Às vezes as minorias têm destas coisas, ou seja, no linguarejar dos bitaites livremente lançados para o meio da tertúlia, levanta-se uma voz e diz do seu pensamento.
11 em cada 10 dos presentes na Escola de Economia e Gestão (U.M.) esgrimiam na hora, inquietações sobre a ausência de “pensamento colectivo” cujo objecto seria o que é ou queremos seja a UNIVERSIDADE. Na sala, neo-marxistas e neo-liberais, fundacionistas e empresarialistas, funcionários públicos e outros conservadores, revolucionários e intelectuais elitistas iam desfiando o seu rosário de contas muito mal feitas, digamos assim.
O Cândido, candidamente trouxe (tentou trazer) o debate para outro tabuleiro, bastante mais sério, muito mais exigente e logo, logo sem respostas, porque em rigor, o País não pensa.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

FUNDAÇÃO SIM! FUNDAÇÃO NÃO!

Dada a quantidade de Reitores por metro quadrado que se juntaram em Castilla y León nos últimos dias, dei por mim a suspeitar que aquilo era pretexto para se preparar um qualquer «pinochetazo» contra o algoritmo financeiro que Zé Mariano y sus muchachos engendraram a partir de 2005.
León é uma cidade típica do noroeste espanhol, com mais de 2000 anos de vida e muita influência do ‘Camino de Santiago’.
Também tem uma Fundación e um Patronato no qual se destacam Las Cajas: Duero, Segóvia, España e não sei se CGD, Milennium, BPI, etc.etc.etc

O que mudou, desde 2005, na educação superior portuguesa?
- A política de educação superior?
- Os factores de evolução?
- A influência regional e local?
- O plano estratégico?
- A programação?

Modestamente, eu diria que mudaram os tabuleiros e o modo de disposição das peças.
O novo tabuleiro denomina-se RJIES e a regra segundo a qual se dispõe as peças chama-se Assembleia Estatutária, prevista no Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), Lei n.º 62/2007 de 10 de Setembro, órgão que tem a atribuição de aprovar os novos estatutos da Universidade. Esta Assembleia detém, também, competência para solicitar à Tutela uma eventual transformação da Universidade em fundação pública com regime de direito privado.

Depois, a congruência (propriedade atribuída a duas figuras que são geometricamente iguais) de Zé Mariano esgota-se quando diz:
«...as instituições de ensino superior terão de demonstrar as "reais" vantagens na adopção do regime de fundação de direito privado, provar a existência efectiva de condições de gestão, aumentar a "massa crítica" através da constituição de consórcios com instituições de investigação e apresentar receitas próprias, entre outros critérios.
"Há enormes vantagens na criação de consórcios, sobretudo tendo em vista a colaboração formal com instituições de investigação, por exemplo"
Sobre a impossibilidade de os politécnicos se converterem em fundações, como prevê o decreto-lei em discussão na especialidade na Assembleia da República, Zé Gago considerou que, "para já", não vê vantagens nessa transformação. "Mas é uma questão considerável. Não há nenhum princípio na Lei que afaste essa possibilidade", afirmou, admitindo abrir essa hipótese "no futuro", sem especificar, no entanto, qualquer data. »

É outra vez a congruência de Zé Mariano em risco, elevado risco de ambiguidade. É Zé Mariano no seu melhor, sem nunca pronunciar a palavra maldita: «JAMAIS».

Continuemos…
Há muitos anos que Zé Mariano deixou de pensar em Física, muito menos em Mecânica Quântica. Eu direi: tenho pena; não lhe faria nada mal resolver meia dúzia de problemas de quando em quando, nem que fossem tão virtuais como aqueles em que pegamos pelos cornos da simulação. Que lhe faria bem ao toutiço, creiam crentes de Portugal, que faria.

Perguntei a mim mesmo, muitas horas depois, o que teria levado a UA a ser a primeira na declaração pública de «submeter um dossier à Tutela, até ao dia 10 de Janeiro de 2008, com o propósito de aferir e ponderar a eventual viabilidade, e os respectivos termos de verificação, da apresentação de proposta de transformação da Universidade de Aveiro em fundação pública com regime de direito privado.»
Talvez a senhora Administradora Fátima Duarte, guardiã do cofre e da tesouraria, também e sobretudo das Contas a Pagar, consiga explicar melhor em termos de análise Custo/Benefício os ganhos e perdas de tal posicionamento tipo «camisola amarela».

Óbvio, nem a UA passou a Fundação, nem Zé Mariano tem a folha de Excel minimamente povoada de fórmulas e orçamentos previsionais.
Não privo à mesa de Zé Mariano; mas conheço uma boa dúzia de colegas nossos, académicos de borla e barrete, que com ele trocam comunicações telefónicas à conta da Fundação (para a) Ciência e a Tecnologia no mínimo de 120 minutos de conversa, por tópico ou treta.
Percebe-se que o objectivo número um tem a ver com o novo algoritmo financeiro criado por Fernando Teixeira dos Santos (professor de macroeconomia e métodos de previsão). O objectivo número dois possui fortíssima correlação com o impacto do processo de Bologna no número de assalariados afectos à área da produção. O objectivo número três está conectado com a alternativa inteligente à carrada de universidades privadas que João de Deus Pinheiro (professor) outorgou, passou, vendeu, alugou, emprestou, franchisou e outras modalidades que ainda não vislumbramos à luz do dia.

Será que eu também quero ter uma universidade fundacional?
- Depende!
Depende do facto de eu ser ou poder vir a ser Presidente.
Depende do facto de eu poder lá ter a família e os amigos.
Depende do facto de eu ter uma palavra, um programa, um plano, um projecto, um consórcio, em suma a minha Fundação.

Assinado: Alexandre Gulbenkian

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Educação Superior «à procura do tecido regenerativo»


Este texto é uma manta de retalhos, construída ao arredio do que se instituiu como sendo o modo próprio do bloguista se exprimir. O «blogger» trabalha ao ritmo do desportista do ténis, batendo bolas à frequência do «sound byte» e à velocidade do meio de comunicação que privilegia.
Quis a minha fada madrinha que, recentemente, desiludido com muita pulhice que campeia nas aldeias fechadas da educação superior do meu país, tivesse abraçado um projecto internacional que me impeliu para terras distantes do Atlântico, com uma cultura diferente da minha e sobretudo, com um dia-a-dia em permanente mudança.
Essa mudança, tem ponto de partida no chamado contexto «da prateleira vazia», passa por uma inflexão dita «de bolsos vazios» e começa agora com uma curva de crescimento económico que interessa sobretudo Airbus, Boeing, DaimlerChrysler, IBM and so on.
Regressei a casa para vir buscar uns papéis de que me havia esquecido e trouxe 19 problemas no bolso. A agenda apontava para voltar aos Montes Urais no pós-Carnaval, mas a amálgama de interesses que cerca o chamado «dono» do projecto tem-me feito andar num corrupio entre Toulouse e Hamburgo. Pode parecer que estou a perorar em torno de um qualquer pivot só para encher balões, mas não é verdade. Um dos eixos estratégicos do projecto tem a ver com a capacidade regenerativa de todo o sistema aeroespacial da Rússia, incluindo obrigatoriamente as suas universidades técnicas. Na perspectiva do Big Business europeu está, obviamente, um país com 150 milhões de habitantes, mais o petróleo, o gás, o urânio, titânio, etc.etc.etc.; para os actuais governantes russos estão os €s do parceiro capitalista, mais as exportações, mais a recuperação do orgulho abalado por quilolitros de vodka despejados por alcoólicos públicos bastante democratas, ao longo de 15 anos.
Discute-se muito naquelas latitudes (54◦ Norte) e longitudes (56◦ Este) o tema da «capacidade regenerativa» das universidades técnicas e posso pôr as mãos no fogo que não se trata de conversa da treta, pois quer a Universidade da Aviação, quer a do Petróleo, abrangem três categorias de ciência: académica, educação superior e produção. Por isso o projecto ao qual estou afecto, possui obrigatoriamente estas três componentes.
Regressemos à Terra. Voltemos ao garimpo e procuremos o que se tem feito em Portugal nos caminhos da regeneração da educação superior: retenho três notícias que aparentemente (e não só) dão o mote sobre aquilo que se passa.
(1) Alguns Reitores juntaram-se em Castilla y León – não percebi, se para bater palmas de tango, se para discutir algum plano estratégico sobre a educação superior nessas partes da Ibéria.
(2) Marques dos Santos continua a «sua» marcha de consolidação na senda do «seu» plano estratégico. A universidade do Porto entre aquilo que o Reitor vai dizendo e os passos concretos do modelo que está a ser posto em prática é qualquer coisa que se me assemelha a uma caravana que passa entre «cães» calados, de rabo metido entre as pernas, não vá o Diabo tecê-las.
(3) A universidade de Lisboa (a do António Nóvoa) preparou-se para engolir o Politécnico da Cidade Grande. Pôs a toalha na mesa, levou a ementa para a cozinha e dispôs-se a papar os «pobres dos sacrificados».
Aquele Zé Mariano, numa de estraga tachos, pôs-se aos berros, diz que desligava o gás, apagava a luz, and so, and so.

O resto do povo está calado. Não morde nem deixa morder.
Gostava de ser mais optimista. É que, vem aí muito sangue e a faca vai direita a quem ladra e a quem está metido dentro da casota.
Estes rapazes e raparigas que estão no poder, não precisam de estratégia alguma para levar a cabo a sua estragação avulso.
Como dizia um meu amigo russo: «soestrobam»!!!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

& depois do adeus...



& depois do adeus…

Quis Regina – sem ser Elis – que continuássemos a cantiga. É justo!
Não passamos de meia dúzia de ‘enfant terrible’ quase todos da geração prateada, mas orgulhosos de dizermos de nossa justiça. Giro, tudo muito giro, porque nesta bagunça de tudo ser permitido, andamos por aqui, amarelos, brancos e pretos, sem nos preocuparmos muito com a cor da pele nem o estilo do sabão.
O chamado ‘ensino superior’ está numa fase interessante da gravidez. Está prenho de ideias velhas, prisioneiro de todas as nossas declarações de interesses, para o bem e para o mal vazio de ideias novas.
Vejo-me a reflectir sobre tudo isto, imaginando-me Decartes, boa conta bancária ou rendimentos garantidos pelo herança familiar, deitado na cama lavada, onze horas da manhã, olhando o tecto, lucubrando sobre cagadelas de mosca e (re)construindo as bases da Geometria Analítica.
Tenho dois pares de óculos pousados na almofada da cama: um, lentes mais volumosas, olha para tudo isto como se eu fosse (sou) Bispo; outro par, lentes filigranicas, olha para tudo isto como se fosse urgente irromper outra terça-feira vermelha, também pode ser encarnada, para não ofender amigos de sensibilidade infrared. Os dois pares de lentes são antagónicos e irreconciliáveis, pese a deferência com que se cumprimentam sempre que se encontram.
- Como está senhor Reitor?
- Como está senhor Professor?
Que puta de vida! Direi eu, olhando à minha volta e passando a pente fino os jovens padres que a mim se chegam e as freiras convictas que no meu confessionário se confessam.
Aqui chegado, lembrando-me do báculo e do anel, deito mão a uma espada de fogo que arde e que se vê e não resisto a dizer à boca cheia:
- Esmagar o teu inimigo com a ponta da tua bota!

domingo, 3 de fevereiro de 2008

É Fartar...

sábado, 2 de fevereiro de 2008

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